Kleina vê Verdão incomparável à Burkina Faso e fala em "suar sangue"
Na véspera de sua estreia como técnico em uma Libertadores, Gilson Kleina citou Burkina Faso, atual vice-campeã da Copa das Nações Africanas, como exemplo de que há surpresas no futebol. Declaração tão criticada por torcedores que o técnico precisou se explicar: não equipara o Palmeiras ao time que perdeu da Nigéria no domingo.
"O torcedor está achando que estou me inspirando em uma equipe que não tem a tradição do Palmeiras. O Palmeiras é incomparável à Burkina Faso", avisou. "Quis dizer que o Palmeiras pode surpreender como o Porto, campeão (da Liga dos Campeões da Europa em 2004) com o mestre (o técnico José) Mourinho, e o Once Caldas (campeão da Libertadores de 2004)."
A preocupação do treinador é não perder um dos aspectos que mais valorizou na vitória dessa quinta-feira, sobre o Sporting Cristal: o apoio da torcida. Quase 18 mil pagantes pareceram entender a situação do time, sofreram junto e mostraram apoio à equipe que mostrou raça em campo. Antes mesmo do apito inicial, cerca de 500 palmeirenses recepcionaram o ônibus do time na entrada do Pacaembu.Para manter esse ambiente, Kleina promete luta. "Precisamos criar uma identidade, e estamos trabalhando arduamente, buscando conquistar um alicerce. O principal aspecto é ser competitivo, e o mais importante é o jogador querer. Preparamos e eles executam. Se tiver essa química, vamos fazer como na estreia e suar sangue", projetou.
Em seu primeiro jogo na Libertadores, Kleina gostou da atmosfera do estádio. "Chegamos ao Pacaembu e começamos a ver a mobilização. O jogador sente isso, sabemos que eles precisam dessa confiança para fazer as jogadas. Vemos uma harmonia entre torcida e jogador que é fundamental. Essa força a mais vinda das arquibancadas é muito forte."
A retribuição do time, aplaudido pelos torcedores ao final do jogo, foi com acenos de todos no meio-campo. Além da conquista de três pontos. "Nosso torcedor não viu a nossa equipe fazer um grande jogo, mas viu espirito de luta", indicou Kleina.