Luís Fabiano x Valdivia: quem deixa mais o time na mão?
É inegável: Luís Fabiano e Valdivia são dois excelentes jogadores. Também é impossível não afirmar, porém, que ambos se acostumaram a deixar os seus times na mão em momentos decisivos nos últimos anos. Foi e tem sido assim com São Paulo e também com Palmeiras. Quando eles mais precisam de seus astros, cadê a possibilidade de escalá-los? Cadê? Sumiu.
De alguns anos para cá, seja por lesão, confusão ou expulsão, Valdivia e Luís Fabiano transformaram em rotina o fato de ter de desfalcar as suas respectivas equipes em momentos importantíssimos. O palmeirense, por exemplo, se tornou problema em quase todos os jogos decisivos do clube alviverde desde a sua volta ao Brasil, em agosto de 2010. Já o são-paulino também tem virado baixa constante desde que deixou o Sevilla em 2011.
Tudo isto voltou à tona nesta semana. Valdivia, que foi expulso após sair do banco de reservas e melhorar o Palmeiras em duelo contra o Flamengo, no Campeonato Brasileiro, pegou suspensão de dois jogos por pisar em Amaral e desfalcará o time alviverde contra a Chapecoense, nesta quinta-feira. Já Luís Fabiano recebeu cartão vermelho ainda no primeiro tempo do duelo contra o Huachipato, nesta terça, pela Copa Sul-Americana, e não poderá jogar a partida da volta, daqui a duas semanas, no Chile.
Assim, é impossível não voltar no tempo para relembrar as vezes em que Valdivia e Luís Fabiano deixaram Palmeiras e São Paulo órfãos em jogos decisivos. E, acredite, nem foi tão difícil assim listar cinco momentos de cada um deles. Confira abaixo:
Tá certo, cara! Pode voar para o vestiário mais cedo
Em 2003, quando ainda tinha 23 anos, Luís Fabiano ganhou a fama de brigão que ostenta até hoje por causa de uma enorme confusão protagonizada em partida contra o River Plate, da Argentina, pela semifinal da Copa Sul-Americana, no Morumbi. Na ocasião, o time tricolor levava o jogo para os pênaltis, quando o atacante se irritou e participou de briga generalizada no meio do campo. Sem noção alguma, Luís Fabiano acertou voadora bizarra nas costas de um oponente, foi expulso e viu dos vestiários o São Paulo ser eliminado nas penalidades. Na saída do gramado, o jogador chegou a dizer que preferia defender os colegas a bater um dos pênaltis.
(Crédito da foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)
Prazer, meu nome é fibrose e eu demoro muito para ser curada!
Ela (a fibrose) certamente deve muito da sua fama a Valdivia. Em 2010, foi esta a lesão que tirou o chileno da maioria dos jogos do Palmeiras na reta final do Campeonato Brasileiro. O problema do meia acontecia na cicatrização de uma contusão muscular que ele sofrera na coxa esquerda (também conhecida como fibrose). Havia virado rotina: ele entrava em campo, jogava alguns minutos e caia no campo com a mão na perna pedindo substituição. A tal da fibrose fez Valdivia perder jogos importantes do Brasileiro e também desfalcar o Palmeiras na fatídica eliminação em casa para o Goiás na semifinal da Copa Sul-Americana.
Um chute no vácuo, uma eliminação e um vexame
Em 2011, Valdívia parecia curado da fibrose, quando, em clássico contra o Corinthians pela semifinal do Campeonato Paulista, inventou de dar um chute no vácuo ainda aos 20min do primeiro tempo. Resultado? Mão na coxa esquerda e substituição. Após os 90 minutos, o Palmeiras foi eliminado pelo maior rival nos pênaltis e, dia depois, caiu por 6 a 0 para o Coritiba na Copa do Brasil. Advinha quem não estava em campo? Sim, o chileno.
(Crédito da foto: Inovafoto/STR)
Oi Neymar, tudo bom? Trouxe este presente para você: o terceiro cartão amarelo
O ano era 2012, e o São Paulo estava motivado para enfrentar o Santos na semifinal do Campeonato Paulista. O placar do duelo das quartas de final, contra o Bragantino, afinal, mostrava um massacrante 4 a 1 no Morumbi. Porém, quando tudo parecia controlado, Luís Fabiano recebeu um bobo terceiro cartão amarelo e foi impedido de participar da partida que valeria uma vaga para a grande decisão. Consequência? Sem um adversário a altura, Neymar anotou três gols e eliminou o São Paulo após grande triunfo do Santos por 3 a 1 no Morumbi.
Tá aí, finalmente o Valdivia mostrando o seu poder de decis...Pera aí!
O Palmeiras não faturava um título nacional de elite havia 12 anos. Estava, enfim, na final da Copa do Brasil. O adversário era o Coritiba, em dois jogos. No primeiro, em Barueri, Valdivia “foi o dono da bola” durante toda a etapa inicial e abriu o placar de pênalti. Ele era o nome da partida. Até que, no início do segundo tempo, acertou uma cotovelada em Willian Farias e foi expulso. A partir daí, os visitantes passaram a pressionar e por pouco não empataram o marcador. Thiago Heleno, de cabeça, ainda anotou o segundo do Palmeiras em Barueri, mas, no jogo da volta, no Paraná, Valdivia fez muito mais falta, e quase que o time paulista não amargou um indesejado vice-campeonato no Couto Pereira.
Aprendam aí como se joga uma final por apenas 13 minutos
No mesmo ano em que Valdivia deixou o Palmeriras na mão em plena final da Copa do Brasil, Luís Fabiano fez o mesmo com o São Paulo, mas na decisão da Copa Sul-Americana. O atacante vestiu o uniforme, calçou as chuteiras e foi a campo para enfrentar o Tigre em La Bombonera, mas estava de volta aos vestiários 13 minutos depois. Sim, ainda antes do primeiro terço da etapa inicial o são-paulino já havia sido expulso. O motivo? Ele se envolveu em confusão com Donatti e simplesmente chutou as partes íntimas do rival, na frente do árbitro. Assim, desfalcou a equipe por quase 80 minutos na Argentina e durante os outros 45 disputados no duelo da volta, no Morumbi.
(Crédito da foto: Gabriel Rossi/Getty Images)
Desfalque no segundo maior vexame da história do Palmeiras
O jogo que sacramentou o segundo rebaixamento do Palmeiras à Série B do Campeonato Brasileiro, em 2012, diante do Flamengo, em Volta Redonda, terminou com empate por 1 a 1, mas poderia ter tido vitória alviverde. Se Valdivia estivesse em campo. Assim como em quase todos os jogos decisivos do clube desde 2010, o chileno foi desfalque na partida de vida ou morte no Rio de Janeiro por causa de uma lesão no joelho esquerdo. Este mesmo problema fez o meio-campista ser baixa dias antes, na eliminação para o Millonários, da Colômbia, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.
Eu consigo perder 3 mata-matas em 4 meses
Em 2013, o Palmeiras foi eliminado de três competições (Campeonato Paulista, Copa Libertadores da América e Copa do Brasil) em um intervalo de apenas quatro meses (entre abril e agosto). Quer algo em comum nestas três traumáticas quedas para Santos, Tijuana e Atlético-PR, respectivamente? Valdivia foi problema em todas elas. No torneio estadual, não jogou as quartas de final contra o time da Baixada, porque estava com dores musculares – mesmo motivo das ausências nos confrontos com a equipe mexicana, pelas oitavas da competição continental; já nos jogos diante dos paranaenses, pelas oitavas da Copa do Brasil, o que impediu a presença do meio-campista foi um edema na coxa direita.
(Crédito da foto: Friedmann Vogel/Getty Images)
Um novo cartão vermelho em competição sul-americana
Luís Fabiano provou, em 2013, que, de fato, possui dificuldades para terminar uma partida em torneios continentais. Assim como ocorreu contra o River Plate, na Copa Sul-Americana de 2003, e diante do Tigre, por este mesmo campeonato, mas em 2012, ele foi expulso no confronto contra o Arsenal, pela primeira fase da Copa Libertadores da América. O motivo? Muito besta. O apito final já havido soado no Pacaembu, mas o atacante resolveu reclamar com a arbitragem e recebeu o vermelho. Pior que isso: acabou punido por quatro jogos e só voltou a jogar na partida que decretou a eliminação tricolor no torneio, contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte.
Muito tempo parado e retorno decepcionante
O início de 2014 foi promissor para Luís Fabiano, com poucos desfalques e atuações importantes pelo São Paulo. Isso aconteceu até o meio do ano, quando o atacante começou a sofrer com problemas na coxa direita e desfalcou a equipe por 16 jogos. Curiosamente, foi exatamente neste período que o time paulista embalou na temporada, tendo inclusive ameaçado a liderança do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. Bastou o atacante voltar, porém, para o São Paulo decair. Luís Fabiano não teve grandes atuações desde o retorno e coroou isto com uma infantil expulsão após agressão a um adversário no jogo contra o Huachipato, pela ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana, nesta terça-feira.
(Crédito da foto: Rodrigo Gazzanel/Futura Press)
