Assunção, ironias e língua afiada; saiba como foi retorno de Felipão

Diego Garcia

Direto de São Paulo

Demoraram exatos 58 dias para que o técnico Luiz Felipe Scolari retornasse ao banco do Palmeiras em partidas oficiais, mas tudo parece ter continuado da mesma maneira que 2011. A vitória por 2 a 0 contra o Mogi Mirim nesta quarta-feira teve os mesmos ingredientes que preencheram a temporada passada no clube alviverde: gols de falta de Marcos Assunção, público insatisfeito e a tradicional língua afiada de Felipão, que distribuiu ironias em sua entrevista.

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Em seu primeiro contato com a imprensa desde o amistoso contra o Ajax no início do ano - quando alfinetou as "piadinhas e deboches" do vice-presidente de futebol Roberto Frizzo -, e em seu primeiro jogo oficial desde o empate por 0 a 0 contra o Corinthians, em 4 de dezembro de 2011, pela última rodada do Brasileiro, Felipão deu diversas declarações polêmicas para quem estivesse disposto a ouvir.

Primeiro, detonou a arbitragem do futebol paulista, que o suspendeu por três partidas devido às críticas contra Paulo César de Oliveira logo após a semifinal do Paulista de 2011, contra o Corinthians. "Não critiquei a arbitragem naquela bendita semana. Acho que eles me acham interessante, me acham bonito, acham que falo algo extraterrestre e fazem o que querem", disparou. "Fui suspenso, punido, quase fui preso", acrescentou.

Depois, se mostrou incomodado com a demora para a regularização do atacante Barcos, ex-LDU, que está treinando com o grupo há algum tempo, mas ainda não está apto a estrear. O técnico insinuou falta de pagamento por parte do Palmeiras e cutucou a diretoria.

"A documentação do Barcos está pronta... Vocês são bons entendedores... Tem problema de clube para clube, o que pode ser? Me compra? Paga para mim? Então paga. Quando me pagar, eu vou te dar. Está explicado?", ironizou o comandante, que segurou um copo de água e "o colocou à venda" para um repórter como demonstração.

Irônico, o treinador também comentou o baixo público presente no Pacaembu na noite desta quarta-feira. "São Paulo está impossível. Chuva torrencial às 17h. Às 17h30, sol. Às 18h, chuva. Como o público virá? Agora é 22h da noite também, tem muito 'titio' dormindo. Quando é jogo 17h, 19h30, aí tudo bem. Não esqueçam que neste horário os clubes também se beneficiam, é jogo para a TV, que paga. É um cobertor curto isso", sentenciou.

Com pífios 3551 pessoas presentes nas arquibancadas do Pacaembu - que esboçaram vaias em algumas oportunidades, principalmente quando o ataque desperdiçava gols -, o time alviverde derrotou o Mogi Mirim por 2 a 0 e se manteve invicto no Campeonato Paulista. Os dois gols do duelo foram marcados pelo volante Marcos Assunção, ambos em cobranças de falta - de seus 23 tentos pelo clube, 19 foram dessa forma. Portanto, nada mudou no Palmeiras em 2012.

Veja números do Palmeiras no duelo contra o Mogi Mirim, de acordo com o Footstats:

Passes: 238 certos e 42 errados (85% de aproveitamento)
Lançamentos: 14 certos e 25 errados
Finalização: 7 certas e 10 erradas (41% de aproveitamento)
Dribles: 20 certos e 12 errados (62% de aproveitamento)
Desarmes: 33 certos e 10 errados (76% de aproveitamento)
Cruzamentos: 4 certos e 12 errados (25% de aproveitamento)
Perdas de Bola: 55
Impedimento: 1
Faltas: 22 cometidas e 16 recebidas
Rebatidas: 43
Escanteios: 9
Cartões: 1 amarelo

Veja golaços de Marcos Assunção na vitória do Palmeiras:

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