Oswaldo vê torcida "paciente e maravilhosa" e aceita vaias

Oswaldo de Oliveira foi vaiado, xingado e até ofendido com palavrões pela maior parte do público presente no Allianz Parque quando soou o apito final de Palmeiras 0 x 0 ASA, nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil. Mas não pareceu se importar muito. Depois da partida, em que a equipe alviverde novamente dominou amplamente o adversário mas foi incapaz de converter as chances criadas em gol, o treinador foi só elogios à torcida e não viu problema algum em ser "escolhido" como culpado pelos maus resultados.

"A torcida do Palmeiras foi até muito paciente, ela continua maravilhosa", sorriu o técnico. "Aguardou até o finalzinho do jogo (para xingar). Vai escolher quem, um jogador? Tem que escolher o treinador, estou acostumado com isso. Eu sei que essa torcida, do jeito que tem se comportado até agora, no dia em que nós merecermos, ela vai reconhecer. Não tem problema, eu sou o responsável mesmo".

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A revolta das arquibancadas contra Oswaldo começou tímida, mas foi crescendo na partida à medida que o Palmeiras esbarrava na retranca do ASA e não conseguia assustar o goleiro Pedro Henrique. Os gritos de "burro" já eram audíveis no segundo tempo, e os xingamentos explodiram no apito final. Mas o técnico negou que sua paciência ou sua energia estejam perto de acabar no comando da equipe.

"Já conseguimos reverter situações muito piores que essa. Tem uma coisa que a gente não pode discutir: em todos esses jogos que a gente não conseguiu vencer, sempre tivemos o domínio do jogo, evitamos que o adversário chegasse no nosso gol, procuramos e criamos oportunidades. Mas não estamos tendo confiança, talento e equilíbrio pra fazer o gol", avaliou.

Oswaldo também não reagiu bem quando questionado sobre a opinião de "alguns torcedores" de que seria inadmissível o Palmeiras gastar tanto dinheiro em reforços para empatar com o ASA em casa. O treinador disse que uma boa parcela da torcida apoia o trabalho que está sendo feito, apesar dos recentes tropeços contra Goiás, Joinville e os reservas do Atlético-MG no Campeonato Brasileiro.

"Quanto a dinheiro, é uma coisa de banco", ironizou. "E quando você fala 'alguns torcedores', a gente não pode generalizar. Nem todo mundo pensa assim. Acho que o futebol tem muitos outros ingredientes também. Se fosse voleibol ou basquete, por exemplo, você não tenha a menor dúvida que o Palmeiras ia ganhar o jogo. A gente volta para o mesmo ponto, que é o que está faltando pra fazer o gol".