PUBLICIDADE
Logo do Palmeiras

Palmeiras

Favoritar Time

Saiba o que sequestro relâmpago pode ocasionar em Valdivia e mulher

11 jun 2012 - 20h13
(atualizado às 20h19)
Compartilhar
Direto do Chile

O sequestro relâmpago do qual foram vítimas o meia palmeirense Jorge Valdivia e a mulher, Daniela Aránguiz, na última quinta-feira em São Paulo deixou o casal mais do que chocado. Eles tomaram o primeiro avião em direção ao Chile e, por enquanto, a cônjuge do atleta nega qualquer possibilidade de regressar ao Brasil.

» Confira o vai e vem dos clubes no Mercado da Bola

» Veja o guia e saiba tudo sobre os times do Brasileiro 2012

» Veja opções de jogadores para o seu time repatriar no Brasileiro

No Chile, sequestros não são tão comuns como no Brasil. Por isso, o casal nunca cogitou que seria vítima de um episódio tão traumático. Segundo o psicólogo chileno Ricardo Bascuñán, há pessoas que nunca se recuperaram deste tipo de acontecimentos.

"A experiência do sequestro tem associação com morte. Por isso, os efeitos ou as consequências em um nível psicológico podem oscilar de quadro de angústia ou, em um caso mais extremo, de estresse pós-traumático", disse o especialista.

Este último transtorno se manifesta como medo constante, noites mal dormidas, pesadelos nos quais o acontecimento se repete, perda de apetite e outros sintomas. Desta forma, Bascuñán explicou que "o estresse pós-traumático pode, inclusive, durar por toda a vida. Sempre dependerá da intensidade da experiência, assim como também dependerá se há ou não tratamento".

O aconselhável é que Valdivia e a mulher comecem a frequentar um psicólogo ou um psiquiatra para que seja possível processar o ocorrido e superá-lo. "Além disso, se há um nível muito alto de angústia e dorme-se mal, o ideal é que o tratamento seja feito também com remédios para que voltem o sono e o apetite", comentou o psicólogo.

Quanto à reação no momento do sequestro, de acordo com o relato do casal, foi Daniela quem tomou as rédeas da situação. E, segundo Bascuñán, isso se deve ao caráter mais forte da mulher do meia chileno.

"Que ela tenha tomado o controle da situação pode ter relação com a teoria, com o que se conhece como estilo de enfrentamento. Há pessoas que são mais propensas a evitar situações e outras que são mais ativas. Sob essa perspectiva, podemos dizer que a mulher do Valdivia pôs em jogo toda a capacidade de controlar essa ameaça", analisou.

Bascuñán explica que muitas vezes, na situação e na ação, há pessoas que são capazes de reagir e de não se paralisarem com o medo, como provavelmente passou ao meia do Palmeiras.

Entenda o caso:

Valdivia foi vítima de um sequestro relâmpago na noite da quinta-feira, dia 7 de junho, na Avenida Sumaré, na zona Oeste de São Paulo. O jogador foi rendido por dois homens armados e ficou durante quase três horas como refém até ser libertado na frente da Academia de Futebol, na Avenida Marquês de São Vicente. O chileno não sofreu ferimentos e teve R$ 1 mil roubados (máximo permitido para saques em caixas eletrônicos no horário).

No momento do sequestro, Valdivia estava acompanhado da mulher, Daniela Aránguiz, que ficou impressionada com o acontecimento e pediu para retornar ao Chile. O camisa 10 foi dispensado da partida de sábado (dia 9) contra o Atlético-MG, no Estádio do Pacaembu, e autorizado a viajar a Santiago na manhã da sexta. O meio-campista havia dito que se reapresentaria na segunda (11).

Em entrevista à emissora chilena TVN, porém, Daniela disse que havia sofrido uma tentativa de agressão sexual dos sequestradores e frisou que não regressaria a São Paulo. "Quando ficamos sozinhos, ele (sequestrador) tentou me tocar. Eu não posso voltar ao Brasil. Tínhamos uma vida, compramos um apartamento, mas eu e meus filhos não vamos voltar", assegurou.

Ciente dos problemas, o Palmeiras admitiu alongar o prazo para que Valdivia se reapresentasse. Gerente de futebol da equipe alviverde, César Sampaio declarou que o meia estava "bem abalado" com o ocorrido e que era necessário "respeitar o lado humano e dar o apoio necessário". O dirigente afirmou que o camisa 10 deveria retornar "quando estivesse bem" e "com a cabeça no clube".

Valdivia, aliás, não se reapresentou na data inicialmente marcada e faltou ao treinamento realizado na manhã de 11 de julho. O meia, porém, embarcou na companhia do pai (e sem a mulher) em Santiago a caminho do Brasil para se reapresentar ao Palmeiras. Contudo, o volante Claudio Valdivia, irmão mais novo do palmeirense, informou que o atleta está disposto a deixar o Palestra Itália.

"A ideia é voltar ao Brasil para conversar com os dirigentes e chegar a um acordo. O Jorge não está bem e viajará nosso pai com ele, para que veja o assunto do contrato. Talvez seja possível ver uma cláusula para deixar (o Palmeiras) e jogar em outro país. Ele quer estar com a família e não conseguirá isso lá (no Brasil)", disse Claudio Valdivia, que chegou a defender o Palmeiras B durante a primeira passagem do meia chileno pelo clube.

Valdivia foi vítima de sequestro relâmpago na quinta-feira passada
Valdivia foi vítima de sequestro relâmpago na quinta-feira passada
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade