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"Se Edmundo fosse expulso, título iria por água abaixo", relembra Luxemburgo

Atacante escapou de punição no início; depois participou do 2° gol, causou o lance da expulsão de Ronaldo e sofreu o pênalti que gerou o gol do título

12 jun 2013 - 14h38
(atualizado às 16h01)
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Vanderlei Luxemburgo era o técnico do Palmeiras na ocasião
Vanderlei Luxemburgo era o técnico do Palmeiras na ocasião
Foto: Gazeta Press

A partida no Morumbi estava ainda no primeiro tempo em 12 de junho de 1993 quando Edmundo correu em direção a Paulo Sérgio, que dominava uma bola na lateral esquerda, para tentar bloqueá-lo. O atacante do Palmeiras, de temperamento explosivo, se atirou na direção do lateral corintiano. O lance determinou uma das polêmicas da partida que entraria para a história: o Palmeiras encerraria jejum de 16 anos ao vencer o arquirrival por 4 a 0, conquistando o título paulista.

Edmundo se atirou no lance com as solas das duas chuteiras mirando a bola - e também o rival. Paulo Sérgio viu o movimento e desviou, escapando por pouco de ser acertado. O atacante tampouco bateu na bola, saiu de campo. O lance duro deixou os corintianos reclamando da violência da jogada. Para Vanderlei Luxemburgo, essa é a principal lembrança daquela final.

“Sem duvida nenhuma foi o carrinho que o Edmundo deu no Paulo Sérgio no inicio do jogo. Porque se ele fosse expulso, o titulo iria por água abaixo”, disse o treinador, em entrevista ao Terra. Edmundo não fez gols nos dois confrontos decisivos, mas foi um dos mais importantes membros do time formado pelo jovem treinador, que tinha a primeira chance em um grande clube após brilhar com o Bragantino, campeão da Série B do Brasileiro de 1989 e do Paulista de 1990.

Edmundo era a jovem estrela do elenco palmeirense montado pela Parmalat
Edmundo era a jovem estrela do elenco palmeirense montado pela Parmalat
Foto: Gazeta Press

“Aquela foi uma conquista importante para o clube, mas foi uma grande conquista para mim, porque foi meu primeiro título em um time grande”, disse Luxemburgo, que atualmente é técnico do Grêmio. Na época, ele comandava um elenco formado com mais de 5 milhões de dólares investidos pela Parmalat, no início do projeto de gestão que levaria o clube a grande período de glórias. Edmundo, por exemplo, foi uma das grandes contratações, após se destacar pelo Vasco.

Inevitavelmente, relembrar a quebra do jejum palmeirense é creditar a conquista à Parmalat. “Isso é coisa que eu desconsidero”, disse Vanderlei Luxemburgo, sobre a polêmica. Na época, dirigentes ironizavam o clube afirmando que enfrentariam, na verdade, uma grande empresa multinacional. “Como foi a primeira parceria com um clube de futebol, a imprensa sempre desconfia, mas não aconteceu nada de ilícito. Vencemos na bola”, ressaltou.

No confronto de ida, o Corinthians havia vencido por 1 a 0 com gol de Viola. O atacante completou um cruzamento, se jogando para alcançar a bola com os pés. Ao cair, comemorou imediatamente imitando um porco, considerado o símbolo palmeirense. “(A provocação) foi tudo de importante”, disse Vanderlei Luxemburgo, que em 12 de junho exibiu o lance para os atletas momentos antes da entrada em campo no Morumbi. “Preciso dizer mais alguma coisa?”, perguntou ao elenco.

O Palmeiras venceu o jogo no tempo normal por 3 a 0, com gols de Zinho, Evair e Edílson. Edmundo escapou da expulsão na partida. Outros três levaram cartão vermelho: o zagueiro Henrique e o goleiro Ronaldo, ambos do Corinthians. Ronaldo recebeu o vermelho ao deixar a área e fazer falta dura em Edmundo. Na confusão criada após esse lance, o goleiro fingiu uma agressão por parte do zagueiro Tonhão, que também foi para o chuveiro mais cedo.

“Entramos no primeiro jogo com 80% de favoritismo e depois da derrota no primeiro jogo ficamos com 20%. Todo o favoritismo foi para o Corinthians e isto aliviou a tensão”, relembrou o treinador, que com o sucesso no tempo normal precisava levar a melhor novamente na prorrogação - até o empate bastaria. Edmundo se mostrou novamente decisivo: foi derrubado por Ezequiel dentro da área. O jogador corintiano acabou recebendo o vermelho, o quarto da final.

Evair bateu o pênalti, marcou o gol, fechou o placar em 4 a 0 e encerrou o jejum de títulos do Palmeiras. Atualmente, a relação de Edmundo e Vanderlei Luxemburgo é conturbada, com disputas judiciais por dívidas financeiras e alfinetas públicas de ambas as partes. Mas não deixa de ser correta a afirmação do treinador: o título paulista de 1993, da maneira como foi conquistado, não teria existido se Edmundo tivesse sido expulso ainda no primeiro tempo, por falta em Paulo Sérgio.

Fonte: Terra
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