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Título mundial controverso do Palmeiras faz aniversário; relembre

22 jul 2012 - 07h31
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Diego Garcia
Direto de São Paulo

Domingo, 22 de julho de 1951. O Palmeiras entrava em campo para livrar o Brasil de uma vergonha: o Maracanazzo de 50, protagonizado pelo Uruguai diante de um Maracanã lotado, ainda estava vivo na memória do povo brasileiro. O mesmo Maracanã, dessa vez, seria o palco da redenção de um time, que tinha uma missão: derrotar a Juventus-ITA e se sagrar campeão do mundo. Foi o que aconteceu. Mas, 61 anos depois, a conquista da Copa Rio pelo clube alviverde continua controversa e não reconhecida pelas principais entidades futebolísticas do planeta.

A Fifa não pretende homologar a conquista ao patamar de um título mundial. A opção da federação, contudo, nem sempre foi assim. Noticiários da época comprovam a participação da entidade na organização do torneio. A própria Fifa oficializou o Palmeiras como o primeiro campeão mundial de clubes da história em 2007, por meio de um fax assinado pelo dirigente Urs Linsi, mas recuou da decisão e a cancelou, revoltando a equipe brasileira.

Hoje, o torneio é encarado pelos palmeirenses como um título mundial de fato, mas não tem o reconhecimento da principal organização de futebol do planeta. No site oficial do clube paulista, no setor onde é possível ver todos os troféus da história alviverde enumerados, a Taça Rio de 1951 é descrita como um "Mundial Interclubes", opinião compartilhada pelos torcedores do clube paulista.

O que foi a Copa Rio de 1951

A CBD (Confederação Brasileira de Desportos, que futuramente viraria CBF) decidiu organizar o Torneio Internacional de Clubes Campeões (popularmente conhecido como Copa Rio) pouco depois da perda do título da Copa do Mundo de 1950, quando a derrota do Brasil para o Uruguai em pleno Maracanã frustrou o País. Visando manter viva a paixão dos brasileiros pelo esporte, o torneio vinha com o intuito de também tornar um clube brasileiro campeão.

Os times convidados para participar foram: Juventus (campeã italiana de 1949/50), Nice (campeão francês), Sporting (campeão português), além do iugoslavo Estrela Vermelha, do uruguaio Nacional, do austríaco Austria Viena e dos brasileiros Vasco (campeão carioca) e Palmeiras (campeão paulista). De todos, o grande favorito era o time do Rio de Janeiro, apontado por toda a imprensa como o provável campeão.

Mas o Palmeiras foi campeão após avançar à semifinal com a vice-liderança de sua chave, que terminou com a Juventus em primeiro e com Estrela Vermelha e Nice eliminados. O adversário então foi o Vasco, que foi derrotado por 2 a 1 na ida e empatou por 0 a 0 na volta. Os palmeirenses reviram o time italiano na decisão, tendo vencido por 1 a 0 e empatado por 2 a 2, ficando assim com o título.

Fábio; Salvador, Juvenal; Túlio, Luís Villa, Dema; Lima, Ponce de León (Canhotinho), Liminha, Jair da Rosa Pinto e Rodrigues formaram o time alviverde que entrou em campo no jogo decisivo contra a Juventus, e o treinador era Ventura Cambon. A escalação entrou para a história do Palmeiras como a primeira a erguer um título mundial pelo clube do Palestra Itália.

Festa em carro aberto e multidão nas ruas

De acordo com o periódico da época Vida Esportiva Paulista, uma grande festa foi feita pela torcida para comemorar a conquista. "Não há lembrança mesmo na história do esporte paulista de recepção equivalente", dizia a publicação assinada por José Guedes Torino. Os adeptos alviverde lotaram desde a Estação Roosevelt até o Parque Antárctica apenas para saudar os campeões mundiais pelo Palmeiras. De acordo com A Gazeta Esportiva do dia 25 de julho de 1951, um milhão de pessoas foram às ruas celebrar.

Chancela da Fifa na organização do torneio

O jornal O Globo Sportivo publicou, em janeiro de 1951, que o então presidente da Fifa, Jules Rimet, havia dado apoio incondicional ao Brasil para realizar o torneio no Rio de Janeiro. O engenheiro Ottorino Barassi, secretário geral da entidade, foi até nomeado pela Federação Internacional para fazer parte do Comitê Organizador da competição. Os periódicos franceses L'Equipe e France Football também deram destaque ao tema.

Jornais da época destacaram a conquista

Os jornais brasileiros de 1951 deram ampla repercussão ao feito palmeirense. A Gazeta Esportiva, por exemplo, principal diário esportivo do Brasil na ocasião, chamou a conquista de "O maior título do futebol brasileiro", e escreveu em seu primeiro parágrafo a seguinte frase: "O público (...) ainda comemora o brilhante feito do Palmeiras, sagrando-se campeão mundial de clubes (...), um dos mais expressivos títulos obtidos em toda a história do futebol brasileiro".

O jogo do título - 22 de julho de 1951

Ficha técnica

PALMEIRAS 2 x 2 JUVENTUS-ITA

Gols

PALMEIRAS:
Rodrigues e Liminha

JUVENTUS:
Praest e Boniperti

PALMEIRAS: Fábio; Salvador, Juvenal; Túlio, Luís Villa, Dema; Lima, Ponce de León (Canhotinho), Liminha, Jair da Rosa Pinto e Rodrigues;
Treinador: Ventura Cambon

JUVENTUS: Giovanni Viola; Bertucceli, Manente; Mari, Parola, Bizzoto; Miccinelli, Karl Hansen, Boniperti, Johan Hansen e Praest;
Treinador: Carver

Árbitro
Gaby Tordjman (França)

Público

100.933 presentes (82.892 pagantes)

Local
Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

Documento da Fifa de 2007 oficializava Copa Rio como Mundial de Clubes
Documento da Fifa de 2007 oficializava Copa Rio como Mundial de Clubes
Foto: Gazeta Press
Fonte: Terra
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