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Veja o que deu certo e errado na abertura do Allianz Parque

20 nov 2014 - 07h58
(atualizado às 08h23)
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A aguardada inauguração do Allianz Parque terminou com enorme decepção para os torcedores do Palmeiras, com a derrota por 2 a 0 para o Sport na estreia da nova casa. O duelo da última quarta-feira foi o primeiro contato grandioso da imprensa e torcedores com o moderno e suntuoso novo estádio. Como de praxe, muitos problemas foram encontrados. O Terra listou abaixo o que deu certo e o que deu errado nos locais em que teve acesso na nova arena alviverde - bares e banheiros da torcida não contaram com a visão da reportagem, pois a assessoria palmeirense vetou o acesso.

Veja o que deu certo:

Gramado

Apesar de alguns tufos de grama soltos no fim da partida, não há o que se reclamar do gramado do novo estádio do Palmeiras. Os jogadores da equipe alviverde não podem de maneira alguma colocar a culpa da derrota no campo, já que a bola rolou tranquilamente no gramado “Padrão Fifa”.

Acústica

Um dos pontos altos do estádio. A acústica do Allianz Parque supera de longe o antigo Morumbi e é ainda melhor que a da novíssima Arena Corinthians. Os engenheiros e diretores da WTorre já anunciavam antes que este seria um dos baluartes do local, que também receberá shows, e o fato foi confirmado na noite da última quarta-feira. Os cânticos das organizadas do Palmeiras ecoavam fortemente por toda a arena, o que impulsionava os “torcedores comuns” a cantarem junto.

Visibilidade

Outro fator de grande destaque no novo estádio palestrino é a visibilidade. A reportagem permaneceu durante toda a partida atrás de um dos gols, teoricamente um dos lugares menos badalados, e viu a partida tranquilamente. A proximidade dos torcedores para o gramado ajuda. A visibilidade do Allianz Parque é equivalente à Arena Corinthians e bastante superior ao Morumbi e ao antigo Palestra Itália.

Conforto

Não dá para comparar o antigo Palestra Itália com o novo Allianz Parque neste quesito. Agora, o torcedor palmeirense pode se sentir verdadeiramente recompensado, apesar de o time dentro de campo não ajudar. O estádio é todo “cadeirado”, e os acessos para entrar e sair são fáceis e eficientes.

Espaço ao lado de áreas de coletiva e zona mista

Na partida inaugural do Allianz Parque, a imprensa sofreu muito, provavelmente mais que os torcedores que foram simplesmente assistir ao jogo (veja relato abaixo). Contudo, o Palmeiras acertou em uma coisa: ao lado da zona mista e das salas de coletivas após a partida, existem halls enormes de convivência para o jornalista trabalhar. Falta, entretanto, tomadas em tais locais, então muitos repórteres tiveram que sentar no chão.

Telão

Situado no topo do estádio, atrás dos gols, os telões do Allianz Parque funcionaram durante toda a partida sem problemas. Destaque para a transmissão integral do jogo durante todo o confronto. No entanto, torcedores palmeirenses reclamaram da exibição de imagens de pessoas desesperadas com o revés para o Sport à medida que o fim do jogo se aproximava.

Iluminação

Visão panorâmica do Allianz Parque antes da partida inaugural do estádio
Visão panorâmica do Allianz Parque antes da partida inaugural do estádio
Foto: Friedmann Vogel / Getty Images

Aquém da Arena Corinthians, a iluminação do Allianz Parque não deixou a desejar. Sem excessos ou muita inovação, cumpriu regularmente seu papel e não apresentou nenhuma falha. Após o jogo, houve um apagão de poucos segundos, mas a energia rapidamente se restabeleceu.

Localização

O grande atrativo do Allianz Parque, principalmente para empresas e para shows, é a sua localização. Situada na zona oeste de São Paulo, no mesmo lugar onde era o Palestra Itália, a arena tem um metrô próximo (Barra Funda), ciclofaixa até a porta, recebe ônibus e ainda agrada quem vai de carro, apesar de o trânsito na região ficar caótico em dias de jogos.

Sistema de som

Desde o início da partida, o sistema de som foi testado e passou com louvor em todos os quesitos. Músicas relacionadas à torcida, áudio de filmes que passaram no telão, anúncios de locutor e declarações em microfones, tudo funcionou perfeitamente.

Respeito pelos lugares e orientação

Um dos destaque no novo Allianz Parque foi o respeito pelo lugar marcado no ingresso em vários dos setores, o que difere da maioria das arenas pelo país. Torcedores relataram que a prática de sentar no lugar em que comprou foi seguida pela maioria dos presentes no local. Ponto para o Palmeiras, que na venda pelo site Futebol Card dá ao torcedor a opção de escolher onde sentar, como no cinema – o rival Corinthians, por exemplo, não dá tal alternativa. Havia ainda a presença de orientadores por toda a arena para ajudar o torcedor a chegar ao seu lugar.

Foto: Sergio Barzaghi / Gazeta Press

Veja o que deu errado:

Área improvisada para a imprensa escrita

A WTorre repetiu várias vezes na última semana que, apesar do atraso na entrega, o Allianz Parque não seria inaugurado às pressas. A fala foi por água abaixo logo no primeiro jogo no local. A área reservada para a imprensa escrita foi improvisada e esbanjava uma precariedade no nível dos piores estádios do interior do Brasil.

Para começar, haviam escrivaninhas posicionadas no corredor do estádio, ou seja, logo antes do acesso para as cadeiras. Não havia tribunas de imprensa. Tais escrivaninhas, de onde não era possível observar o jogo, seriam o espaço reservado para os jornalistas escreverem suas matérias antes, durante e após a partida. Pior: os puxadinhos de tomada não suportavam a quantidade de pessoas no local, que abrigava tanto a imprensa escrita quanto webrádios.

Ou seja: se o jornalistas quisesse acompanhar o jogo, não poderia escrever. Se quisesse escrever, não poderia acompanhar o jogo. A área, improvisada em meio aos camarotes, era aberta, e torcedores comuns tinham acesso local. Ofensas a jornalistas e a órgãos de mídia foram ouvidas no local, que, para completar, ficava logo acima da área das organizadas, também hostil aos profissionais.

Em conversa com o Terra, a assessoria do Palmeiras afirmou que o local foi improvisado somente para o jogo da última quarta e para o duelo contra o Atlético-PR, pela última rodada do Brasileiro. A partir do ano que vem, a área de imprensa será posicionada em outro lugar. Onde? Nem eles têm ideia.

Internet

O Allianz Parque ofereceu e divulgou várias redes de internet sem fio para atender profissionais e convidados. A atitude é boa, mas não funcionou bem. O wi-fi aberto para a imprensa, por exemplo, ficou sobrecarregado e pouco pode ser aproveitado. A conexão só pegou com velocidade boa durante o primeiro tempo da partida. Antes do jogo, no segundo tempo e depois do confronto, não funcionava.

O lado positivo é que a assessoria do estádio, ciente do problema, tentou resolver e perguntava atenciosamente aos profissionais como estava a conexão. De todos os estádios paulistas, o antigo Morumbi continua a ser o único com internet de qualidade para jornalistas, graças aos cabos ethernet disponibilizados em cada cabine da área de imprensa escrita.

Redes de dados 3G e 4G

Como de praxe nos estádios brasileiros, a rede de dados 3G inexistiu no Allianz Parque. O destaque negativo do local ficou por conta da dificuldade no acesso do 4G, ainda pouco difundido no território nacional. Tanto torcedores quanto jornalistas não conseguiram alcançar conexão em seus aparelhos.

Atraso e problemas na entrada da torcida

A entrada de torcedores no Allianz Parque foi problemática. Primeiro, um reposicionamento das grades do estádio pela polícia militar fez a abertura dos portões ser atrasada em mais de meia hora, o que provocou filas enormes do lado de fora do estádio. As filas, por sinal, foram uma constante antes do duelo e o palmeirense sofreu em alguns setores para chegar ao estádio, tanto que o Allianz Parque só ficou completamente lotado com a partida em seu início.

Houve ainda relatos de problemas com a opção que o Palmeiras oferece ao torcedor de entrar no estádio apenas com o cartão de crédito da compra. Várias pessoas se surpreenderam com o não funcionamento da opção e ouviam pedidos da organização para que tivessem imprimido o voucher do ingresso. O fato causou revolta, ainda mais porque, com o 3G falho, muitos nem conseguiam acessar o número do pedido.

Confusão para a chegada do ônibus do Palmeiras

Assim como a torcida, houve confusão para a chegada da delegação do Palmeiras. Primeiramente, estava certo que o ônibus entraria pelo Portão A, da Rua Turiassu. Contudo, o local é conhecido pela aglomeração de palmeirenses, que fazem um “esquenta” na rua. A polícia teve que mudar a organização às pressas, passou o itinerário do veículo para a Rua Padre Antônio Tomaz e atrasou em mais de meia hora a chegada do elenco alviverde. Em entrevista ao Terra, o Major Gonzaga detonou o Allianz Parque e disse que “quem projetou, não conhece a torcida que tem”.

Não há luxo

<p>Torcida tem conforto, mas sem luxo</p>
Torcida tem conforto, mas sem luxo
Foto: Alan Morici / FramePhoto

Comparações entre o novo estádio do Palmeiras e o dos rivais, principalmente a Arena Corinthians, são inevitáveis. E, no caso corintiano, uma coisa é fato: o estádio alvinegro é muito mais luxuoso do que o palmeirense. O local que sediou jogos da Copa do Mundo de 2014 é melhor acabado, tem paredes e chão de mármore, torneiras e secadores automatizados, iluminação superior...

Também não poderia ser diferente, já que o estádio corintiano custou mais do que o dobro do rival. Apesar da falta de luxo, o Allianz Parque é imponente na beleza interior e por fora, além de agradar pelo formato “padrão” de estádio, circular e sem vácuos.

Falta acabamento: ainda há obras

A WTorre nunca escondeu que as obras ainda não haviam terminado. Pelo contrário: o futuro bicicletário do estádio do Palmeiras serve como um canteiro de obras para a empresa. Aqui e ali no estádio ainda é possível ver materiais de obras e carrinhos utilizados pelos operários. Como toda inauguração, ainda havia muito pó por toda arena. Falta acabamento no estádio como um todo.

Zona mista pequena e insuficiente

A zona mista, local de entrevista com jogadores, promovida pelo Palmeiras para o duelo inaugural, não foi suficiente para a quantidade de jornalistas no local. O espaço reservado é bastante inferior, por exemplo, ao ofertado na Arena Corinthians. Repórteres e câmeras tiveram que brigar por espaço em busca de – poucas – declarações.

Sistema de som da coletiva

Foto: Friedemann Vogel / Getty Images

A coletiva do treinador Dorival Júnior foi bastante problemática. Logo na primeira fala do técnico, o áudio sofreu microfonia, que não foi resolvida. Improvisações tiveram que ser feitas para que o técnico conseguisse conversar com a imprensa.

Flanelinhas e cambistas ao redor do estádio

Um dos grandes defeitos dos estádios paulistanos continua no Allianz Parque. Ao redor do estádio, flanelinhas e cambistas agiam livremente, na frente até mesmo de pessoas da CET e da polícia militar. Os torcedores sofreram com a prática e também com a falta de estacionamentos ao redor do estádio – muitos pararam em locais irregulares que cobravam R$ 50. 

Fonte: Terra
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