Gerente relata crise e diz que Paraná pode fechar neste ano

Após a partida diante do Atlético-PR, um desabafo roubou a cena nos vestiários do Paraná. O gerente de futebol, Marcus Vinícius, foi taxativo e disse, extremamente emocionado, que se os paranistas não se unirem o clube acaba neste ano.

"Isso é um desabafo. Cada lágrima que cai dos meus olhos são as mais sinceras possíveis. A situação está insustentável. Falo em nome dos funcionários, da tia da limpeza, do segurança, dos roupeiros... a situação está insustentável. Tem funcionários que não recebem salários há sete meses. Ou acabam as vaidades e os paranistas se unem, ou esse clube vai acabar ainda neste ano", disparou.

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"Eu posso ser mandado embora amanhã mesmo. Mas estou sendo taxativo: ou dão um tapa na mesa para ele virar ou esse clube vai acabar. Se eu for despedido amanhã e daqui dez anos esse clube estiver na Série A jogando contra São Paulo, Corinthians, Flamengo para mim está ótimo. A realidade é pior do que todos vocês imaginam", complementou.

A crise do Paraná dura anos. Desde 2007, quando foi rebaixado para a Série B do futebol brasileiro, o clube passa a conviver com greves de funcionários e de jogadores por conta dos salários atrasados e escândalos políticos, com denúncias de corrupção do ex-presidente José Carlos Miranda.

Marcus Vinícius relatou o drama de alguns profissionais do clube. "A tia da cantina não tem comida em casa. Faleceu o pai do nosso segurança e ele não tinha dinheiro para enterrar o pai. No Natal eu tive que tirar dinheiro do meu bolso para dar aos profissionais, para que eles pudessem passar um dia tranquilo com a família", revelou o gerente de futebol.

O depoimento desagradou o restante da diretoria. O vice-presidente Aldo Coser afirmou que esse tipo de declaração não cabe ao dirigente. Ainda disse acreditar que veio no calor do momento, não retratando a atual situação do clube.