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"Não dá para fazer futebol dessa forma", desabafa Ricardinho

Além do treinador, jogadores falaram sobre a triste realidade financeira do Paraná; clube deve mais de quatro meses

18 nov 2014 - 22h18
(atualizado às 22h19)
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<p>Técnico do Paraná, Ricardinho afirma que clube precisa de profissionalismo e um projeto sério em 2015</p>
Técnico do Paraná, Ricardinho afirma que clube precisa de profissionalismo e um projeto sério em 2015
Foto: Geraldo Bubniak / Gazeta Press

A vitória por 2 a 1 contra o Icasa nesta sexta-feira praticamente livrou o Paraná do risco de cair para a Série C. O triunfo conquistado em Juazeiro do Norte fez com que o técnico Ricardinho e os jogadores desabafassem sobre a realidade financeira enfrentada na temporada.

“Sempre tentamos conduzir esse grupo de forma coerente e profissional, com o elenco respondendo positivamente, principalmente na entrega. Não é possível o Paraná viver desse jeito, não dá para fazer futebol dessa forma, com quatro meses e meio sem salário. Um clube de tradição. Se não houver um projeto para ano que vem, não vai dar”, admitiu o treinador paranista.

O comandante tricolor confessou que o dia a dia é complicado dessa forma e pede para que haja mudanças significativas nas atitudes da diretoria. Além dos atletas e comissão técnica, existem funcionários com até oito meses de atraso. “Nenhum profissional consegue trabalhar dessa forma. O clube tem que rever toda sua situação. Mudanças de mentalidade, profissionalismo e exercendo o direito de cumprir com seus compromissos. Ano a ano está piorando. Os responsáveis têm que tomar suas atitudes”, cobrou.

Em relação ao pagamento, Ricardinho diz que não foi passado nada. Na verdade, o que foi dito é de que não existe dinheiro para pagar ninguém. “A última informação é de que não tinha nenhuma condição de pagamento. Ninguém reclamou, deixou de treinar (apenas Paulinho, ala esquerdo). Estamos sem perspectiva de receber, mas respeitamos a entidade, a torcida e nossos familiares para superar isso”, finalizou.

A cúpula do Paraná, tendo a confirmação matemática de continuar na Série B, vai buscar o adiantamento da cota de televisão de 2015 para quitar os débitos. Com as contas bloqueadas, o clube não consegue receber os valores de patrocínio. Tanto que, para firmar contrato na parceria para um novo Centro de Treinamento, o dinheiro dado pela empresa não passa pelo clube.

“O clube está passando por uma herança maldita, que vem de diretorias passadas. A falta de pagamento não é por sacanagem, é porque não tem dinheiro mesmo. Existe uma perspectiva, mas é algo interno”, admitiu Marcus Vinicius, gerente de futebol paranista.

Jogadores desabafam

Após a partida, os atletas não se aguentaram no discurso. “Todo o grupo está de parabéns, vimos a luta e entrega de todos. Este grupo merece. Não merecíamos estar passando por isso, pelo clube que somos temos que brigar lá em cima. Agora, demos um passo importante”, afirma Marcos, ídolo da torcida.

“Só nós sabemos a luta que foi. O nosso dia-a-dia foi sofrido e por tudo que aconteceu, ficamos felizes pela manutenção”, desabafou Edson Sitta, que faz uma boa Série B e deve seguir para o futebol do interior paulista na próxima temporada.

O jovem Leandro Vilela, que teve algumas oportunidades com o técnico Ricardinho, também comentou a situação. “Mesmo com os problemas extra-campo, a nossa parte a gente fez. Mantivemos o Paraná na Série B”, completou o atleta revelado nas categorias de base.

Com 47 pontos na tabela, o Paraná foi para a 12ª colocação do Campeonato Brasileiro. Restando ainda dois jogos, o time paranaense depende da derrota do América-RN, 17ª colocado, para confirmar a permanência na Série B.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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