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Organizada expõe crise do Paraná e pede venda de patrimônio

25 jul 2014 - 13h11
(atualizado às 13h13)
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Torcida pede a venda da sede social da Kennedy, que conta com 35.000 m²
Torcida pede a venda da sede social da Kennedy, que conta com 35.000 m²
Foto: Paraná Clube / Divulgação

A situação crítica que vive o Paraná, principalmente financeira, não é nenhuma novidade. Há anos que o clube convive com salários atrasados, greves e notícias que expõe negativamente a imagem do time paranaense.

No final desta semana, a única organizada paranista emitiu uma nota oficial com posicionamentos fortes em relação ao futuro do clube. O título, denonimado “E você, vai deixar o Paraná acabar?”, comprova que, se não houver mudanças drásticas, o futuro pode não existir em breve.

A primeira sugestão da torcida é acabar, definitivamente, com o social e viver apenas do futebol. Essa ideologia é defendida há tempos pela Fúria Independente, que acredita que, nos tempos atuais, ter um clube desta forma é inviável.

“A primeira e mais importante decisão para mudá-lo é definir – de uma vez por todas – que a atividade fim do Paraná Clube é o futebol. Assim, podemos repensar o Paraná Clube como um todo, voltando nossas forças para um único objetivo. Infelizmente, as circunstâncias em que nos encontramos faz com que atitudes tenham que ser tomadas”, explica o texto.

Para isso acontecer, a organizada pede que a sede social da Kennedy seja vendida para quitar as dívidas que o clube possui. “Em questão de tempo – curtíssimo prazo – a perderemos em leilão. Uma sede que vale quase 100 milhões perderá por 40 milhões. O dinheiro ficará bloqueado igual ao leilão da Sede do Tarumã (R$ 30 milhões, na qual R$ 25 milhões foram para pagamento de dívidas determinadas pela juíza em questão) e ainda ficaremos sem capital de giro, aumentando os Processos Trabalhistas e uma dívida gigantesca”, completa.

Assim, a torcida paranista aposta que a solução seja vendê-la, antes que perca em algum leilão e, desta forma, consiga ser um clube de futebol viável dentro do futebol brasileiro. “Com todas as dívidas quitadas e sem os custos operacionais (manutenção, funcionários, luz, água, gás e etc) da Sede da Kennedy, o dinheiro que recebemos da Televisão, Patrocínios, Sócio Torcedor, renda dos jogos e vendas de jogadores, é suficiente para manter um time competitivo. Com um time competitivo, subiremos para a primeira divisão aumentando nossa arrecadação em mais de 40 milhões por ano”, acredita.

Procurada pela reportagem através do presidente Rubens Bohlen, vice-presidente Luiz Carlos Casagrande, e vice-presidente de futebol Celso Bittencourt, a direção do Paraná não atendeu nenhuma das ligações para se pronunciar sobre as ideias da organizadas, entre outras situações do patrimônio do clube.

Sedes em situações críticas                                      

Inaugurada em 2008, o Ninho da Gralha foi colocado como garantia em acordo não cumprido com o empresário Léo Rabello
Inaugurada em 2008, o Ninho da Gralha foi colocado como garantia em acordo não cumprido com o empresário Léo Rabello
Foto: Paraná Clube / Divulgação

Dada como potência na sua criação, em 1989, quando mandou no futebol paranaense nos anos 90, o Paraná Clube vê seu patrimônio deixar de ser sua força para virar um enorme problema com o passar dos dias.

No final da década passada, o clube vendeu a sede do Britânia em um valor baixo para uma rede de supermercado, o que é contestado até os dias atuais pelos torcedores, que julgam como um “péssimo negócio” e que poderia “estar rendendo dinheiro mensalmente até hoje”.

Dos quase 30 mil sócios nas épocas áureas, o Paraná atualmente não chega a cinco mil sócios em dia, juntando o futebol e o social. Mesmo assim, o orçamento ganho nos dias atuais poderia bancar o clube, caso tivesse apenas a área futebolística.

Confira a situação das sedes abaixo:

Ninho da Gralha: O CT das categorias de base do Paraná, apesar de ter melhorado a estrutura nos últimos dois anos, segue com os campos péssimos – no qual é rejeitado pelos treinadores que passam e não querem treinar lá. É sabido de que os funcionários passam dificuldades e, lá, é o último lugar a receber salários quando entra dinheiro no clube – isso quando recebe. O local foi colocado como garantia no acordo com Léo Rebello, porém não foi cumprido e existe o risco de perdê-lo. A direção paranista já chegou a negociar com o CT Barcellos para ser o “novo CT”, prevendo a perda do patrimônio em breve.

Com 58 mil metros quadrados, a Vila Capanema tem julgamento decisivo no início de agosto
Com 58 mil metros quadrados, a Vila Capanema tem julgamento decisivo no início de agosto
Foto: Paraná Clube / Divulgação
Vila Capanema: A briga judicial envolvendo o Paraná e a União está perto de chegar ao fim. No dia 06 de agosto, acontece mais um julgamento entre as partes para decidir a quem pertence o estádio. A tendência é de que o caso seja novamente desfavorável ao clube e que, no fim, seja decidida a desapropriação. Por outro lado, há dois anos, a diretoria paranista negocia com a Prefeitura uma troca: o espaço, no qual o governo estadual tem interesse, por um estádio novo onde está situado o Estádio Erton Coelho Queiroz, a Vila Olímpica, na desistência da ação do Durival Britto e Silva – mesmo que perca em egosto, o clube pode “empurrar” a ação ao Superior Tribunal Federal (STF) ou Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Kennedy: Bem localizada, a sede social é o local no qual os sócios olímpicos desfrutam da estrutura oferecida para a prática de outros esportes. Por outro lado, o local possui alguns espaços ultrapassados e deve ser colocada como garantia na tentativa de empréstimo do Paraná junto à Caixa Econômica Federal, patrocinadora máster do time, para pagar a dívida com Léo Rabello, entre outras.

Vila Olímpica: O atual Centro de Treinamento do futebol profissional, o estádio também possui estruturas ultrapassadas e foi readequada em 2012 a pedido do então técnico Ricardinho. Mesmo com a melhora, carece de inúmeras benfeitorias e está penhorada no momento – assim como a sub-sede social do Boqueirão, do outro lado da rua.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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