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Campeonato Paranaense

Pressionado, presidente do Paraná reclama de "golpe"

Rubens Bohlen foi abordado por um grupo de conselheiros que quer sua renúncia

3 mar 2015 - 21h29
(atualizado às 22h55)
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Isolado na diretoria, Rubens Bohlen não sabe se vai suportar a pressão
Isolado na diretoria, Rubens Bohlen não sabe se vai suportar a pressão
Foto: Paraná / Divulgação

Rachado internamente, o Paraná vive não só uma crise financeira como também política. O presidente Rubens Bohlen, isolado no cargo, reclama que 10 pessoas querem dar um golpe nele e assumir o clube. Curiosamente, esse racha chega após o gerente de futebol, Marcus Vinícius, pedir união e o fim da vaidade nos bastidores.

Na última quarta-feira, dois conselheiros estiveram na sede social da Kennedy para falar com o mandatário paranista. Carlos Werner, que bancava as categorias de base até o início da semana, e João Quitéria, ex-vice-presidente da organizada Fúria Independente, ofereceram um suporte de R$ 4 milhões para tocar o futebol. Em troca, pediram a renúncia do presidente.

"Se fossem R$ 20 ou R$ 30 milhões, a conversa seria diferente. Essa quantia não resolve. Estão querendo comprar uma vaga de presidente? Comigo, as coisas não funcionam assim. Eles tinham que apresentar um projeto, todas as nossas decisões passam pelos conselhos. Não é porque tem dinheiro que vai 'tomar de assalto' o clube. Isso é um racha. União é só no hino”, protestou Bohlen, em entrevista a rádio Transamérica.

Essa quantia oferecida é dividida em parcelas de R$ 400 mil. Apenas um nome não foi descoberto até agora. Os demais são os ex-presidentes Aquilino Romani e Aurival Corrêa, os ex-dirigentes Waldomiro Gayer Neto e Durval de Lara Ribeiro, o “Vavá”, o ex-diretor da Base, Renê Bernardi, o vereador Thiago Gevert e o empresário Renato Trombini.

Apesar do apelo e da crise financeira, o presidente paranista não aceitou. O dirigente alegou que só sairia se seus dois vice-presidentes fossem junto com ele. O problema é que essa frente de tricolores quer que Luiz Carlos Casagrande, que internamente já manda no clube há anos, assuma o cargo. Aldo Coser, que seria o outro, não gostou da atitude de Bohlen e pediu sua saída.

"É confusão dele, não nossa. Eu até sairia pelo bem do clube, mas quem está com problema é o Bohlen. São todos paranistas, o próprio presidente entrou em uma crise tentando ajudar. São épocas diferentes. Que ele coloque a mão na consciência, saia e siga a vida", cobrou.

Eleição e o "golpe"

Com mandato até dezembro de 2015, Rubens Bohlen antecipou a eleição para setembro. Já reeleito uma vez, o atual presidente não pode se candidatar. Pensando nisso, o grupo quer que Casagrande assuma para ganhar tempo e, provavelmente, ser o candidato no final do ano. Os outros nomes possíveis são Werner, que tem prestígio e aporte financeiro e do empresário Luiz Felipe Rauen, que é dono da Racco e estampa o nome da empresa no antigo CT Barcelos.

Na próxima quinta-feira ocorre a reunião extraordinária do Conselho Deliberativo. O mandatário paranista pediu que as pessoas que querem assumir o Paraná mostrem o planejamento deste valor. Até lá, a chance de renúncia é mínima. "Eles deveriam apresentar um projeto. É futebol? E qual o projeto para o social? Nós temos um projeto para o clube, com passado, presente e futuro. Todas as nossas decisões passam pelos conselhos", indagou.

Já contra ele, os conselheiros vão cobrar a irresponsabilidade dos gastos feitos durante seu mandato, alegando que tinha uma folha salarial que era o dobro do orçamento previsto, principalmente em 2013. Além disso, a auditoria externa vai mostrar o real rombo nos cofres tricolores. O valor é de aproximadamente R$ 60 milhões.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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