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Campeonato Paranaense

Vereador quer liberação da cerveja nos estádios de Curitiba

O vereador Pier Petruzziello entrou com o projeto na Câmara Municipal nesta terça-feira

3 mar 2015 - 18h22
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<p>Polícia rechaça ideia do retorno da bebida alcoólica nos estádios</p>
Polícia rechaça ideia do retorno da bebida alcoólica nos estádios
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Assim como aconteceu em Porto Alegre na semana passada, agora é a vez de Curitiba tentar a liberação de bebidas alcoólicas nos estádios da capital paranaense. Nesta terça-feira, o vereador Pier Petruzziello (PTB) tramitou com o projeto na Câmara Municipal.

Conforme a proposta, a venda e o consumo ficam permitidos exclusivamente em bares e lanchonetes, sendo antes do início, durante os períodos de intervalo, e após o término das partidas. Também fica permitido o consumo em camarotes e áreas VIP. As bebidas, proibidas para menores de 18 anos, têm que ser servidas em copos ou garrafas plásticas e com teor alcoólico, no caso de cervejas industrializadas ou artesanais, de até 14%.

A ideia é aprovar até o início do Campeonato Brasileiro, que começa entre os dias 9 e 10 de maio. Ao todo, são 15 dias para chegar a Comissão de Legislação, passar por outras comissões e depois ir a plenário para votação. Advogado de formação e pós-graduado em gestão pública, Petruzzielo critica a forma como é proibida o consumo de bebidas nas praças esportivas, que acontece desde 2008. “Até onde o Estado tem gerência na vida das pessoas? Qual o direito que eu tenho que dizer o que se deve ou não fazer? O Estado é opressor e não educa”, pontua.

De acordo com o projeto, a empresa responsável por comercializar as bebidas terá que ter um papel educativo. Enfatizar o perigo de dirigir embriagado e evitar a violência entre os rivais. Outra proposta na Câmara, de fiscalizar o torcedor que entrar bêbado no estádio, não foi inclusa. “É um gasto ao município ou para o clube, não vejo a menor condição de prosperar. Bafômetro não é obrigado nem em blitz”, justifica.

Presidente do Conselho Deliberativo do Coritiba, o vereador afirma que frequenta praças esportivas há mais de 25 anos e, até por isso, sabe que a bebida não é o problema. E muito menos as torcidas organizadas. “Tem gente de boa índole que faz confusão. Organizada tem de tudo dentro dela. Se alguém quer brigar, vai ser com ou sem bebida”, aposta. Citando a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, e diversos países que autorizam o consumo, Petruzzielo acredita que não existe nenhuma ligação da violência com o álcool. “O público esportivo é consumidor de bebida, no mundo todo. Na Copa, quase não teve incidente. Perto do zero”, relembra.

Porto Alegre, que ainda falta ter a lei sancionada pelo prefeito José Fortunati, além da Bahia e Rio Grande do Norte, que possuem as bebidas liberadas, tiveram seus projetos analisados. O Estatuto do Torcedor, de 2003, e uma resolução da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não intimidam o vereador. “Estudei essas ideias. É uma lei que se sustenta, pois o estatuto não diz nada específico a isso e sim sobre o porte de bebidas acondicionadas em garrafas de vidro, que não será o caso. Não vejo problema, pois a lei municipal se sobrepõe a resolução da CBF”, finaliza.

PM se revolta com proposta

Já Clóvis Galvão, da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), ficou irritado com o projeto de Pier Pettruziello. O delegado acredita que a cultura do torcedor brasileiro é fazer churrasco e beber cerveja e, com a bebida vendida nos estádios, isso tende a piorar. A revolta é tanta que Galvão pediu que o vereador vá à delegacia para ver as estatísticas que comprovam o erro na proposta. “É um absurdo, incentivo à violência. Somos totalmente contra. Temos ocorrências que comprovam que a bebida alcoolica serve de instrumento para brigas, crimes, lesões corporais. Com todo respeito, mas ele deve desconhecer esses fatos e ser mal informado. Isso é um grande erro”, protesta o delegado da Demafe.

FPF aprova

No ano passado, o tema foi abordado pelo advogado Henrique Cardoso, que depois foi informado que a cerveja não foi liberada e um erro interno no sistema o fez acreditar o contrário. Na época, o presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Hélio Cury, aprovou a medida, mas rechaçou as demais possibilidades. “A Federação não tem estádio, não tem esse poder, somente os clubes podem requerer e mudar a questão. Sou a favor da venda de cerveja, mas considero bebidas mais fortes preocupantes. O ideal seria comercializar dentro do estádio, sem ambulantes passando pelos torcedores nas cadeiras. Ou seja, apenas nos bares”, finalizou.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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