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Esporte está sofrendo na base com crise de crédito, diz COI

20 fev 2009 - 17h26
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A popularidade dos esportes pode ser muito afetada em longo prazo se os governos retirarem verbas destinadas ao esporte de base por causa da atual crise global de crédito, disseram dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI) na sexta-feira.

O presidente da entidade, Jacques Rogge, disse que eventos esportivos de primeira linha, como a Olimpíada e a Copa do Mundo, não serão muito afetados pela crise global, a pior em quase 80 anos, mas que o esporte local está tendo muitas dificuldades.

"Se a crise financeira continuar além do que esperamos..., a popularidade dos esportes será duramente afetada em longo prazo, já que os torneios de base e locais terão mais dificuldades para sobreviver", disse Rogge a jornalistas em Bruxelas.

"Acho que o principal lugar para a crise é na base, nos pequenos clubes, nas federações nacionais, em alguns comitês olímpicos nacionais. Eles dizem que está ficando extremamente difícil encontrar patrocínios."

Rogge disse que as vendas de ingressos para eventos locais está "caindo a cada dia", e que várias associações nacionais já comunicaram que há clubes e organizações sob risco de insolvência.

"Estamos recebendo o primeiro sinal de governos que estão diminuindo o apoio às organizações esportivas porque têm de salvar bancos, e os governos precisam de dinheiro, então o dinheiro vai para questões urgentes e para outros setores, e não mais para o esporte", disse Rogge.

Rogge e o diretor europeu do COI, Patrick Hickey, defenderam mais investimentos públicos no esporte, mas admitiram que em breve o setor não deve receber estímulos.

"O problema é que os governos, particularmente na União Europeia, não têm competência jurídica para apresentar tal plano. O financiamento esportivo é assunto para as organizações esportivas em nível nacional."

Hickey, porém, não descartou um pedido de ajuda financeira a Bruxelas caso a Irlanda ratifique um tratado de reforma da UE, ainda neste ano, que pela primeira vez dá uma base jurídica para o esporte no bloco.

O tratado precisa ser ratificado por todos os 27 países. A Irlanda e a República Tcheca, são os únicos dois que ainda não deram seu aval.

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