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Pistorius atirou em namorada através da porta, diz promotor

19 fev 2013 - 12h13
(atualizado às 15h15)
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- pouco depois das 22h (horário local), contou ele.

Oscar Pistorius aguarda o início de procedimentos jurídicos ao lado de seu irmão Carl (esquerda), no tribunal de Pretoria, África do Sul. 19/02/2013
Oscar Pistorius aguarda o início de procedimentos jurídicos ao lado de seu irmão Carl (esquerda), no tribunal de Pretoria, África do Sul. 19/02/2013
Foto: Siphiwe Sibeko / Reuters

No entanto, no meio da noite, ele acordou na escuridão e pensou que um intruso tinha subido através da janela do banheiro, segundo Pistorius.

Ele saiu da cama sem colocar as próteses nas pernas e foi em direção à porta do banheiro fechada, não percebendo que Steenkamp estava atrás dela, disse ele. Em seguida, disparou vários tiros na porta, antes de gritar para Steenkamp chamar a polícia.

Percebendo que ela não estava na cama, ele pegou um taco de críquete para derrubar a porta do banheiro e encontrou-a caída no chão.

"Estou absolutamente mortificado com a morte da minha amada Reeva", disse ele no depoimento. Enquanto Roux lia a declaração, Pistorius chorava incontrolavelmente, a ponto de o juiz Desmond Nair ter de interromper os procedimentos durante vários minutos.

"Você precisa se concentrar no que está acontecendo", disse o magistrado a ele.

"UM ANJO"

A cerca de 1.000 quilômetros dali, no litoral sul da África do Sul, dezenas de pessoas se reuniram na cidade de Port Elizabeth para o funeral de Steenkamp. Em meio à dor, houve pouca simpatia por Pistorius.

"Ela era um anjo. Ela era tão suave, tão inocente. Uma pessoa adorável. É muito triste que isso possa acontecer com alguém tão boa", disse Gavin Venter, um ex-funcionário do pai de Steenkamp.

"Estou revoltado com o que ele fez. Ele deve ser tratado com severidade", acrescentou, pouco antes da cremação de Steenkamp no Crematório Victoria Park.

"Sem dúvida ele é um perigo para o público. Ele vai ser um perigo para as testemunhas. Ele deve ficar na cadeia."

NIKE AFASTA PISTORIUS

A prisão de Pistorius surpreendeu os milhões que assistiram no ano passado ao velocista nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Londres, correndo com "lâminas" de alta tecnologia de fibra de carbono.

Mas o impacto foi maior na África do Sul, onde Pistorius era visto como um herói raro que transcendeu a divisão racial que persiste 19 anos após o fim do apartheid.

Seus acordos de patrocínios, que incluem a gigante Nike, a empresa britânica de telecomunicações BT, a fabricante de óculos de sol Oakley e o designer francês Thierry Mugler, são avaliados em cerca de 2 milhões de dólares por ano.

Em seu depoimento, Pistorius disse que ganhava 5,6 milhões de rands (630.500 dólares) por ano, e tinha imóveis no valor de quase 1 milhão de dólares.

A Nike anunciou na segunda-feira que afastou Pistorius de quaisquer campanhas publicitárias futuras. Outros patrocinadores disseram que não tomarão decisões até que o processo legal termine.

Pistorius cancelou aparições agendadas no Brasil, Austrália e Grã-Bretanha nos próximos meses para se concentrar em sua tentativa de limpar seu nome.

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