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Pistorius chora ao ser acusado em tribunal por morte da namorada

15 fev 2013 - 10h43
(atualizado às 13h30)
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O velocista sul-africano biamputado Oscar Pistorius chorou, nesta sexta-feira, ao ser formalmente acusado no tribunal de assassinar a namorada dentro da casa de luxo onde ele mora, em Pretória.

Vendedor de jornal instala sua banca de vendas na frente ao tribunal onde o velocista sul-africano Oscar Pistorius deve comparecer, em Pretoria. Pistorius chorou, nesta sexta-feira, ao ser formalmente acusado no tribunal de assassinar a namorada dentro da casa de luxo onde ele mora. 15/02/2013
Vendedor de jornal instala sua banca de vendas na frente ao tribunal onde o velocista sul-africano Oscar Pistorius deve comparecer, em Pretoria. Pistorius chorou, nesta sexta-feira, ao ser formalmente acusado no tribunal de assassinar a namorada dentro da casa de luxo onde ele mora. 15/02/2013
Foto: Siphiwe Sibeko / Reuters

O astro olímpico e paralímpico, de 26 anos, manteve-se de cabeça baixa diante do juiz Desmond Nair, e começou a soluçar ao ouvir as acusações, escondendo o rosto com as mãos. "Calma", lhe disse Nair. "Venha se sentar".

Promotores informaram ao tribunal, em Pretória, que vão apontar crime premeditado na morte da modelo Reeva Steenkamp, de 30 anos.

Pistorius, que corre sobre próteses curvas, é reverenciado na África do Sul como um exemplo de superação. No ano passado, ele se tornou o primeiro atleta biamputado a disputar uma competição olímpica de atletismo, chegando à semifinal na prova dos 400 metros.

Steenkamp, também uma celebridade na África do sul, foi achada morta na luxuosa casa de Pistorius em um condomínio fechado e fortemente vigiado na periferia norte da capital sul-africana, segundo a polícia.

O jornal Beeld disse que ela levou quatro tiros -- na cabeça, no peito, na pélvis e numa mão.

"Os seguranças acharam Pistorius ao lado do corpo de Steenkamp, no banheiro", disse o jornal em seu site, citando relato de um vizinho. "A porta tinha buracos de balas."

Os primeiros relatos do incidente davam conta de que o atleta poderia ter confundido a namorada com um ladrão, mas a polícia disse ter apurado que vizinhos ouviram ruídos antes dos tiros, e que havia um histórico de incidentes "domésticos" na residência. A polícia disse ter apreendido uma pistola 9 milímetros na casa.

Durante a audiência na corte, Pistorius não disse nada. Seu pai, Henke, e seu irmão, Carl, ficaram sentados imediatamente atrás dele no plenário lotado, e ocasionalmente se inclinavam para lhe dar um tapinha nas costas.

A mãe de Pistorius morreu em 2002, quando ele tinha 15 anos -- uma tragédia que ele disse tê-lo induzido a se dedicar integralmente ao esporte. Pistorius nasceu sem um osso nas duas pernas, que foram amputadas acima dos joelhos.

O atleta continuará detido, e uma nova audiência foi marcada para o dia 19. "Ele está bem, mas está muito emotivo", disse seu advogado, Kenny Oldwage, a uma TV local.

FIM DE UMA LENDA

O crime teve grande destaque nos jornais sul-africanos, relegando o discurso do Estado da União proferido pelo presidente do país, Jacob Zuma, a um distante segundo plano.

A cobertura midiática reflete a perplexidade do país diante da queda de uma lenda esportiva com a rara capacidade de unir os sul-africanos de todas as raças. "O menino de ouro perde o brilho", disse o jornal Sowetan em sua manchete.

Ouvintes de programas matinais de rádio também manifestaram por telefone seu pesar pela morte de Steenkamp, que nesta semana iria a uma escola de Johanesburgo falar sobre a violência contra as mulheres.

O canal a cabo M-Net imediatamente tirou do ar anúncios em que Pistorius aparecia, mas a maioria dos seus patrocinadores, como a Nike, disse que só vai tomar decisões a respeito dele depois do fim da investigação policial.

Estima-se que Pistorius receba 2 milhões de dólares por ano de patrocinadores como a empresa britânica de telefonia BT, a fábrica de óculos de sol Oakley e o estilista francês Thierry Mugler.

Nos arredores da casa dele, o ambiente também era de choque.

"Alguns de nós fomos às lágrimas", disse Precious, funcionária de um posto onde ele costumava abastecer sua luxuosa McLaren, dando autógrafos e pagando miudezas para clientes da loja de conveniência.

"Ele era tão gentil com todo mundo", comentou Precious, que não revelou o sobrenome.

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