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Policial que investiga Pistorius é suspeito de tentativa de homicídio

21 fev 2013 - 10h37
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O principal detetive na investigação contra o atleta sul-africano Oscar Pistorius é acusado de tentativa de homicídio, por ter disparado contra uma van lotada, informou a polícia local nesta quinta-feira, enquanto no tribunal promotores se empenhavam em negar a possibilidade de que Pistorius seja libertado mediante fiança.

O detetive Hilton Botha, que depôs contra Pistorius nesta semana, deve comparecer em maio a um tribunal para responder por um incidente de 2011, segundo um porta-voz policial.

"Botha e dois outros policiais supostamente tentaram parar uma van-táxi com sete pessoas. Eles dispararam tiros", disse o porta-voz Neville Malila à Reuters.

Na época, Botha, policial há 24 anos, perseguia um homem acusado de assassinar uma mulher e esconder o corpo desmembrado em um ralo, segundo a imprensa local.

As acusações contra Botha foram provisoriamente retiradas, mas novamente protocoladas em 4 de fevereiro, dez dias antes da morte da modelo Reeve Steenkamp, baleada dentro do banheiro da casa de Pistorius em Pretória, segundo o Ministério Público sul-africano.

Medupe Simasiku, porta-voz da promotoria, observou que a retomada da acusação contra o policial "está completamente não-relacionada" com o crime envolvendo Pistorius, um atleta biamputado que, correndo sobre próteses, se tornou o maior astro paralímpico do mundo, e fez história em 2012 por disputar provas de atletismo contra atletas sem deficiência na Olimpíada de Londres.

Malila disse que, diante do indiciamento judicial de Botha, uma sindicância policial vai decidir se ele continua ou não no caso Pistorius. Segundo o porta-voz, por enquanto não há planos de que Botha seja afastado.

A revelação sobre o policial marcou o auge de um turbulento período de 24 horas para a promotoria sul-africana.

Durante interrogatório em uma audiência para decidir sobre a fiança de Pistorius, na quarta-feira, Botha foi acusado de adulterar a cena do crime, e precisou recuar de detalhes que ele havia descrito anteriormente - como a distância que separava testemunhas da casa do atleta.

Pressionado pelo advogado Barry Roux, ele também precisou admitir que a versão de Pistorius para o crime - de que ele disparou contra a porta do cubículo do vaso sanitário por achar que havia um invasor escondido lá dentro - é plausível.

Pistorius, de 26 anos, nega ter matado a namorada propositalmente, apesar de testemunhas terem dito que ouviram uma discussão doméstica na noite que antecedeu ao crime.

(Reportagem adicional de Olivia Kumwenda e Ed Cropley)

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