/images.terra.com/2015/04/24/logoselecao-portugal.png "Logo do Seleção Portuguesa")
Porteiro do Santos pede demissão por Copa e sonho de ver CR7
Moisés Sodré dos Santos, 46 anos, tinha um sonho: conhecer a região Norte do País e ver de perto o atacante português Cristiano Ronaldo. A Copa do Mundo lhe surgiu como a oportunidade perfeita, não houve dúvida.
Santista de coração, o porteiro, conhecido como "Zinho do CT" pela semelhança física com o meia tetracampeão mundial e atual gerente de futebol do Santos, deixou o emprego que tinha no CT Rei Pelé, do clube, para cumprir o que planejou.
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"Teve um ou outro que disse que eu era maluco, que ia deixar o serviço para ver futebol, mas nem liguei", disse. "Aqui (no Pará) já vi muitos mais loucos do que eu", completou.
Moisés trabalhou sete meses como porteiro no CT por uma firma terceirizada pelo clube e ganhou o apelido pelos jornalistas que realizam a cobertura diária.
"Não ligo, não (de ser chamado assim), mas ninguém aqui me confundiu com ele. E olha que tem muito flamenguista", disse.
O ex-porteiro diz ter um histórico longo de viagens. Para ver a Copa, planejou e juntou dinheiro por dois anos. Conseguiu comprar ingressos para dois jogos: Estados Unidos e Portugal, no dia 22, em Manaus, e para as quartas de final, 5 de julho, em Salvador.
"Pretendia vir para cá, para essa região. Conheço muitos estados e locais, mas queria vir para cá mesmo sem parente. Não consegui em outras oportunidades por conta do trabalho, mas aí veio a Copa... não poderia deixar", contou. "Gosto muito de futebol, mas a Seleção (Brasileira) não me interessava. Me interessava era ver o Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo desde a penúltima premiação, quando já era para ter sido eleito".
O Zinho do CT conta que já foi de trem de Belo Horizonte para Vitória, no Espírito Santo, conheceu a foz do Rio São Francisco, entre Sergipe e Alagoas, e que realizou um dos maiores sonhos ao conhecer o Rio Amazonas.
"Ninguém na minha família reclama mais, sabem que sou assim mesmo, que faço viagens malucas", argumentou.
A loucura pela Copa do Mundo começou em 30 de maio, quando chegou em Belém, no Pará. No dia 3, foi para Macapá, na tentativa de chegar ao Oiapoque, no extremo norte do Macapá, mas uma forte chuva impediu a sequência da viagem. Na última segunda, voltou para o Pará, mas para Santarém, de onde sairá na segunda-feira para ir a Manaus assistir o jogo. Depois, do dia 26 em diante ficará em Salvador até o fim da Copa do Mundo, onde assistirá as quartas de final.
"A minha loucura é pouca. Quando cheguei a Belém, fiquei em um hostel, e um grupo de equatorianos me contou a viagem deles. Vieram de navio, passando pelo Peru, onde conheceram uns traficantes que, por pouco, não os mataram. Passaram por muitas cidades da região até chegarem aqui. Tudo isso sem ingresso, só para acompanharem o Equador", contou.
O mochileiro disse que não tem rumo após a Copa, mas garante que não se arrepende do investimento que realizou para a vida.
