Pugilistas Robson e Esquiva estão a uma vitória de Londres
3 out2011 - 19h59
(atualizado às 20h26)
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Os pugilistas brasileiros Robson Conceição, da categoria até 60kg, e Esquiva Falcão, da categoria até 75kg, avançaram nesta segunda-feira às oitavas de final do Mundial de boxe olímpico, disputado na cidade de Baku, no Azerbaijão. Se vencerem seus próximos confrontos, ambos garantirão vaga para a Olimpíada de 2012, em Londres.
O baiano Robson Conceição fez uma luta disputadíssima com o inglês Martin Ward, que acabou vencendo por 21 a 20. Nas oitavas, ele enfrentará o ucraniano Vasyl Lomachenko.
Já o capixaba Esquiva teve mais facilidade para superar o polonês Robert Jankowski, por 15 a 9. Na próxima rodada, ele terá pela frente o inglês Anthony Ogogo. As oitavas de final acontecerão na terça-feira.
Além de Esquiva e Robson, outros dois pugilistas brasileiros terão a oportunidade de carimbar sua vaga para os Jogos Olímpicos. Yamaguchi Falcão, irmão de Esquiva, enfrentará Elshod Rasulov, do Uzbequistão, na categoria até 81kg. Já Everton Lopes lutará contra o sueco Anthony Yigit, na categoria até 64kg.
No último sábado, o americano Floyd Mayweather Jr. (à esq.) ganhou o cinturão da categoria meio-médio do Conselho Mundial de Boxe (WBC) com uma manobra polêmica. Ele aproveitou um descuido de seu compatriota Victor Ortiz e, após abraçar o rival, encaixou uma série de socos até chegar ao nocaute. Lutas controversas como essa não são raras na história da modalidade. Confira nas próximas páginas outras 19 que marcaram época.
Foto: Getty Images
Muhammad Ali (de pé) se tornou campeão mundial dos pesados depois de Sonny Liston desistir no meio da luta de 1964 por lesão e reenfrentou o rival em 1965. De novo o desfecho da luta foi surpreendente, já que Liston foi à lona com um golpe de raspão, que ficou conhecido como "soco fantasma". Outra polêmica é a reclamação de Liston de que teria levantado a tempo, mas que fora prejudicado por um erro do árbitro na contagem
Foto: AFP
Em 2002, José Luis Castillo já havia perdido um combate polêmico para Mayweather Jr. O americano, que colocava em disputa o seu título do peso leve do Conselho Mundial (WBC), distribuiu 46 socos a menos que o mexicano, porém saiu vencedor por pontos. As vaias da plateia em Las Vegas disseram tudo sobre a decisão dos árbitros.
Foto: AFP
Em luta de 1927 em Chicago que ficou conhecida como a "Longa Contagem", Jack Dempsey (de costas) levou Gene Tunney ao chão, mas não estava acostumado a uma nova regra do boxe - o lutador precisava ir até uma esquina neutra após nocautear o rival. Dempsey demorou para fazê-lo e, embora Tunney tenha permanecido no chão por 14 segundos, apenas nove foram contados pelo árbitro. Tunney se sagraria campeão dos pesados pela Associação Nacional (NBA) por decisão unãnime dos juízes.
Foto: Getty Images
O Brasil também foi palco de um combate polêmico em 1987. No Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, Adílson Rodrigues, o Maguila (à dir., com o treinador Miguel de Oliveira), superou o americano James Smith, apelidado de "Quebra Ossos". O sergipano, que vinha de títulos brasileiro e sul-americano, só bateu o ex-campeão mundial dos pesos pesados em uma controversa decisão por pontos.
Foto: Gazeta Press
Poucos esperavam que o primeiro homem a derrotar o americano Mike Tyson seria James "Buster" Douglas (foto). Douglas tirou do compatriota o cinturão dos pesados da Federação (IBF), do Conselho (WBC) e da Associação Mundial de Boxe (WBA) em 1990, em Tóquio, onde obteve um nocaute no décimo round. A vitória, porém, foi polêmica, com Tyson alegando que o juiz havia demorado muito na contagem dois rounds antes, quando seu adversário fora ao chão.
Foto: Getty Images
Ali (à dir.) também encarou Joe Frazier mais de uma vez. Após dividirem as vitórias nos dois primeiros confrontos, os pugilistas marcaram um tira-teima para Manilla, nas Filipinas, em 1975. Ali manteve os cinturões dos pesados do Conselho (WBC) e da Associação Mundial (WBA) por nocaute técnico. Com muitos ferimentos no rosto, Frazier mal conseguia enxergar, e seu treinador, Eddie Flutch, assumiu a derrota no 14º round. O boxeador ainda tentou demover Flutch da decisão, sem sucesso.
Foto: Getty Images
Oscar de La Hoya (à esq.) havia sido derrotado por Shane Mosley em 2000 e tinha tudo para conseguir a revanche em 2003. Defendendo seus títulos do peso médio-ligeiro do Conselho (WBC) e da Associação (WBA) Mundial de boxe, De La Hoya dominou o confronto em Las Vegas, mas perdeu por decisão unânime dos árbitros. "Isso é terrível", lamentou na época George Foreman.
Foto: Getty Images
De La Hoya não costuma dar muita sorte com os juízes. Em 1999, em Las Vegas, o americano disse ter dado a maior "lição de boxe" de sua vida para cima de Felix Trinidad. Mesmo assim, perdeu - por decisão de dois dos três árbitros - para o trinitino, que defendeu o cinturão dos meio-médios da Federação Internacional (IBF) e tirou do rival o do Conselho (WBC).
Foto: Getty Images
Um dos melhores pesos pesados do mundo em 1996, o polonês Andrew Golota (à dir.) não deveria ter problemas para vencer o americano Riddick Bowe em Nova York. Mas em uma luta muito polêmica o europeu acabou desqualificado no sétimo round após repetidamente aplicar golpes abaixo da linha de cintura do rival. O combate terminou em briga generalizada quando Golota foi acertado por um membro do staff rival.
Foto: Getty Images
Marvin Hagler (de costas) não perdia um combate há 11 anos quando subiu no ringue em Las Vegas, em 1987, para enfrentar Sugar Ray Leonard. Embora tenha sido mais agressivo, o americano Hagler teve pior desempenho segundo dois árbitros e nunca se conformou com a perda do cinturão dos médios do Conselho Mundial (WCB). Após a derrota, disse que nunca mais lutaria e cumpriu a palavra, aposentando-se aos 32 anos.
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Leonard jamais havia perdido na carreira até cair frente a Roberto Durán (de frente) em 1980. A decisão dos juízes foi tão polêmica que cinco meses depois, em Louisiana, houve uma revanche. O combate seguia quente até o oitavo round, quando o panamenho disse as famosas palavras "no más" (não mais), desistindo surpreendentemente do combate e cedendo o cinturão dos super-médios pelo Conselho Mundial de Boxe (WBC) ao rival.
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Um dos embates mais aguardados da história aconteceu em 1999, quando Lennox Lewis (à esq.), campeão dos pesados pelo Conselho Mundial de Boxe (WBC), enfrentou Evander Holyfield, que detinha os cinturões da Associação (WBA) e da Federação (IBF). Em Nova York, o britânico comandou as ações, mas os juízes se dividiram, provocando um empate. Novo encontro foi marcado oito meses depois, e aí sim Lewis superou Holyfield por decisão unânime dos árbitros.
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Aos 46 anos, Holyfield teria se tornado o mais velho campeão dos pesados se tivesse batido Nikolay Valuev em 2008, em Zurique. E muitos acreditam que ele merecia o cinturão. Em decisão polêmica, um árbitro assinalou empate e os outros dois decretaram a vitória do "Gigante Russo" por placares apertadíssimos: 116 a 112 e 115 a 114.
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A única luta da lista em uma Olimpíada aconteceu em Seul, em 1988. Favorito, o coreano Park Si-Hun distribuiu apenas 32 socos contra os 86 do americano Roy Jones Jr. (foto) e ainda assim venceu por 3 a 2. Um ano depois do confronto, Si-Hun pediria desculpas ao americano pelo resultado polêmico.
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Atual campeão dos pesados pelo Conselho Mundial de Boxe (WBC), Vitali Klitschko teve uma defesa tranquila de título em março. A luta contra Odlanier Solis durou apenas um assalto, tempo suficiente para o cubano cair após sofrer um golpe leve. Solis alegou uma lesão na perna, não conseguiu se levantar e acabou vaiado pelo público em Colônia.
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Embora tenha ido ao chão durante a luta de 2008 em Las Vegas, Juan Manuel Marquez (à esq.) merecia ter sido campeão dos super-penas do Conselho Mundial de Boxe (WBC). O cinturão, por 2 a 1 na decisão dos árbitros, ficou com o filipino Manny Pacquiao. Os lutadores voltam a se enfrentar em 12 de novembro pelo título dos médios da Organização Mundial (WBO).
Foto: AFP
Diante de 18 mil pessoas no Madison Square Garden, em 1947, Jersey Joe Walcott (de pé) derrubou Joe Louis duas vezes e deveria ter se sagrado campeão dos pesos pesados. Após vencer por decisão de dois árbitros, Louis até pediu desculpas ao colega. Devido à polêmica, uma revanche foi marcada para o ano seguinte, quando Walcott foi derrotado de verdade - sofreu um nocaute no 11º round.
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"Roubado!", estampou a revista americana Sports Illustrated ao comentar a luta entre Pernell Whitaker (foto) e Julio Cesar Chavez realizada em San Antonio, em 1993. Superior no confronto, Whitaker só ganhou a luta na avaliação de um árbitro - os outros dois apontaram um empate. O confronto acabou sem um vencedor, e pelo menos o americano manteve o cinturão dos meios médios do Conselho Mundial (WBC).
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A história do boxe também inclui um episódio de resultado sabidamente fraudulento. Em 1947, Jake LaMotta (foto) sofreu um nocaute no quarto round diante de Billy Fox que jamais convenceu. Após investigação, LaMotta confessou ter perdido de propósito para ganhar prestígio com a máfia. Em troca, recebeu US$ 20 mil e a chance de lutar pelo título dos médios com Marcel Cerdan. O pugilista, retratado no filme "Touro Indomável", conquistaria o título contra Cerdan em 1949.