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Putin afasta autoridade olímpica por atrasos em Jogos de Inverno

7 fev 2013 - 15h25
(atualizado às 16h43)
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Vladimir Putin demitiu uma autoridade olímpica russa nesta quinta-feira depois de ridicularizá-la publicamente em uma visita a complexos esportivos inacabados, planejados para uma Olimpíada de inverno prejudicada por corrupção e atrasos na construção.

A humilhação de Akhmed Bilalov, de 42 anos, estampou a autoridade do presidente Putin nos Jogos de Sochi 2014 e destacou a importância que ele dá a um evento global que, ele espera, mostrará até onde a Rússia chegou desde o colapso da União Soviética, em 1991.

Em uma performance clássica, que lembra um czar todo poderoso varrendo uma cidade nos tempos imperiais, Putin ficou zangado ao ouvir os custos crescentes e os atrasos na construção do complexo de salto de esqui no qual Bilalov estava envolvido.

Com o rosto sério e sarcástico, Putin censurou sem cerimônia Bilalov em frente a câmeras de televisão no resort de Sochi, no Mar Negro, na quarta-feira, e então o demitiu do cargo de vice-presidente do Comitê Olímpico da Rússia.

"Como é possível que o vice-presidente do Comitê Olímpico esteja atrasando o desenvolvimento?", perguntou Putin depois de visitar Sochi, que se transformou em um enorme canteiro de obras, com carcaças de prédios inacabados.

Com Bilalov contorcendo-se no fundo, ele acrescentou: "Bem feito. Você realmente está trabalhando bem".

A demissão de Bilalov eclipsou um dia de comemorações, quando a Rússia revelou enormes relógios no formato de diamantes em Moscou, Sochi e em outras seis cidades que contam os dias, horas, minutos e segundos para a abertura dos Jogos, daqui a um ano.

O vice-primeiro-ministro Dmitry Kozak deixou claro que Bilalov também deve perder o posto na diretoria dos Resorts do Norte do Cáucaso, uma empresa estatal criada para desenvolver resorts de luxo.

"Pessoas que não cumprem suas obrigações em tal escala não podem liderar o movimento olímpico em nosso país", disse Kozak a repórteres em Sochi, um destino turístico popular para os russos no verão e no inverno.

Em Sochi, o barulho dos caminhões pesados e das escavadeiras não parou enquanto começava a contagem regressiva das festividades do dia. Grandes áreas estão cercadas no centro da cidade e muitas estradas estão fechadas.

O resort de ski Krasnaya Polyana ainda é uma desordem de cercas, guindastes, caminhões e prédios inacabados. Há pouca neve, mas muita lama.

Putin tinha alertado as autoridades na quarta-feira a não deixarem a corrupção elevar os custos dos Jogos, que devem chegar a 50 bilhões de dólares, ou cinco vezes mais do que as estimativas iniciais. Isso tornará o evento o mais caro até agora.

A Olimpíada é uma prioridade para Putin em seu terceiro mandato como presidente, uma chance de mostrar que a Rússia é uma democracia moderna, capaz de organizar eventos globais, 13 anos depois que ele subiu ao poder.

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