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Relatório revela conivência e envolvimento de dirigentes em esquema de doping

9 mar 2015 - 17h11
(atualizado às 17h11)
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A Comissão Independente para Reforma no Ciclismo (CIRC) divulgou relatório nesta segunda-feira, em que revela a conivência de dirigentes da entidade que rege a modalidade, com o sistema de dopagem que teve participação do americano Lance Armstrong, que perduraria até os dias atuais.

Segundo o documento, elaborado por três membros do órgão, conclui que o atleta sete vezes campeão da Volta da França usou de sua influência com a União Ciclística Internacional (UCI) para encobrir flagrantes de uso de substâncias ilegais.

Ainda de acordo com a CIRC, o sistema montado para dopagem e posterior manipulação de resultados de exames, segue sendo realizado. O relatório afirma que o doping segue sendo habitual entre ciclistas de elite, mas "de forma menos endêmica do que no passado".

"Muitos atletas, técnicos e demais integrantes das equipes fazem o possível para participar de um esporte sem doping, mas esta cultura continua existindo", completa o texto.

Segundo a CIRC, as irregularidades atuais são menos impactantes, já que permitem aumento de rendimento entre 3% e 5%. O sistema de doping montado na "era Armstrong" promovia ganho entre 10% e 15%.

Para a realização do documento, os membros do órgão independente interrogaram 174 pessoas, entre elas dirigentes de equipes, ciclistas da ativa ou aposentados, jornalistas, patrocinadores, além dos três últimos presidentes da UCI, Brian Cookson, Pat McQuaid e Hein Verbruggen.

Verbruggen, aliás, é indicado como o mentor do esquema de dopagem, que teria sido iniciado quando assumiu a entidade, em 1991. O dirigente estaria entre os principais responsáveis por esconder as irregularidades de Armstrong. Os sucessores nunca teriam desmontado o esquema.

A CIRC, no entanto, não conseguiu estabelecer relação direta entre as doações do ciclista americano à entidades que promoviam luta contra o doping e a facilitação para realizar fraudes. O relatório aponta, no entanto, para pagamento de suborno à funcionários da UCI, por parte de diversos ciclistas.

Como reação ao relatório, o atual presidente da entidade máxima da modalidade, Brian Cookson, revelou hoje que irá enviar carta para o ex-mandatário Hein Verbruggen, pedindo que ele renuncie ao cargo de presidente de honra.

Lance Armstrong, por sua vez, se disse satisfeito com a "revelação da verdade", a partir da divulgação da participação de dirigentes na criação no sistema de dopagem a qual foi denunciado.

Para o americano, é preciso que todos os ex-atletas que se doparam durante a carreira, se sintam livres para "ajudar a curar este grande esporte".

EFE   
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