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Rio reconhece necessidade de "enxugar gelo" na baía de Guanabara para Olimpíada

10 abr 2014 - 13h38
(atualizado às 13h52)
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O governo do Estado do Rio de Janeiro assumiu nesta quinta-feira que vai ser necessário "enxugar gelo" para garantir as condições de limpeza da baía de Guanabara para a realização das provas de vela dos Jogos Olímpicos de 2016.

Lixo visto perto de um barco de pesca na praia do Fundão, na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. O governo do Estado do Rio de Janeiro assumiu nesta quinta-feira que vai ser necessário "enxugar gelo" para garantir as condições de limpeza da baía de Guanabara para a realização das provas de vela dos Jogos Olímpicos de 2016. 13/03/2014
Lixo visto perto de um barco de pesca na praia do Fundão, na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. O governo do Estado do Rio de Janeiro assumiu nesta quinta-feira que vai ser necessário "enxugar gelo" para garantir as condições de limpeza da baía de Guanabara para a realização das provas de vela dos Jogos Olímpicos de 2016. 13/03/2014
Foto: Sergio Moraes / Reuters

"Limpar lixo da baía de Guanabara, o flutuante, é enxugar gelo. Mas é o dever de casa que nós temos que fazer", disse o subsecretário de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Portinho, que assumiu o cargo nesta semana e será o homem à frente do problema.

Ambientalistas e velejadores têm alertado que será difícil limpar a raia olímpica dentro do prazo diante da situação atual, em que o lixo se acumula tanto nas águas quanto nas margens da baía. Mesmo assim, o local vai receber em agosto o primeiro evento-teste oficial dos Jogos.

Entre as medidas previstas está o lançamento, até o final de abril, de licitações para mais sete "ecobarcos", que recolhem resíduos sólidos da superfície da água, e novas ecobarreiras, que retém o lixo na foz dos rios.

Mas, segundo o subsecretário, que percorreu parte do trajeto das provas de vela na manhã desta quinta, essas medidas são paliativas e incapazes de resolver o problema da poluição enquanto os municípios do entorno da baía não se engajarem no saneamento de suas redes de esgoto.

"Os municípios estão de costas para a baía de Guanabara e acham que não é responsabilidade deles o lixo que é jogado na baía de Guanabara", afirmou.

Ao se candidatar como sede da Olimpíada, o Rio de Janeiro se comprometeu a tratar e sanar 80 por cento do esgoto despejado na baía até os Jogos. No entanto, de acordo com o coordenador do programa estadual de saneamento da baía de Guanabara, Gelson Serva, apesar da continuidade dos esforços apenas metade dessa meta foi alcançada até agora.

"É um trabalho enorme em todas as áreas. Agora, não tem milagre, as obras de infraestrutura não se resolvem da noite para o dia... É muito trabalho de urbanização, de mobilização de pessoas", disse Serva.

SAÚDE DOS ATLETAS

Os pontos mais críticos de preocupação no que se refere aos Jogos Olímpicos são a praia de Botafogo e a Marina da Glória, pontos de largada das provas de vela e onde a presença de coliformes fecais está acima dos níveis considerados normais.

Em dias de chuva, nesses locais o esgoto dos bairros adjacentes vaza diretamente para a baía, o que tem levantado preocupações a respeito da saúde dos atletas.

Portinho garantiu, no entanto, com base no acompanhamento mensal feito pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que os atletas podem entrar na água sem medo, como "nas praias do Leblon e Ipanema".

A poluição da baía de Guanabara se soma a outros problemas enfrentados pelos organizadores dos Jogos Olímpicos, incluindo a falta de um orçamento completo, obras atrasadas e uma greve de operários do Parque Olímpico.

Nesta quinta-feira, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que vai adotar uma série de medidas para acelerar os preparativos olímpicos, incluindo uma presença mais forte no Rio para monitorar a organização dos Jogos.

(Por Felipe Pontes)

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