Rainha de rodeio revela cantada inusitada
Para chegar ao título de rainha do rodeio é preciso muito mais do que beleza. Simpatia e desenvoltura são alguns dos quesitos que elegem a beldade do evento - um sonho de infância para a maioria das participantes. "Ainda pequena eu via as meninas vestidas e achava bonito. Queria participar do concurso", diz Eloiza Moreira, rainha de rodeio de Barretos em 2011.
A competição existe desde a primeira festa no país, em 1956, em Barretos (SP). Desde à época, o objetivo era escolher uma representante feminina em meio ao universo rústico dos rodeios. A ideia deu certo. Hoje, meninas de todo Brasil competem em etapas regionais para alcançar tal status. "A rainha tem de ser uma pessoa receptiva, simpática e, principalmente, entender de rodeio", aconselha.
As regras são diferentes para cada festa de peão. Geralmente, a futura rainha deve ter entre 17 e 25 anos, ser solteira e morar na cidade onde o evento é realizado há pelo menos um ano. Outras, no entanto, são mais rigorosas e só aceitam garotas naturais do município. "Treinei durante dois meses com coreógrafo e ainda fiz um curso de oratória", revela. É bom ressaltar, a campeã da edição anterior não pode participar da competição novamente.
Uma das características do concurso é a maratona de palestras e desfiles, que colocam à prova a comunicação (um dos quesitos mais importante, afinal, a vencedora é alvo de entrevistas e tem de interagir com o público) e o visual da candidata. Feita a eleição, a musa participa de todos os dias da festa.
A popularidade e as idas e vindas dos eventos levam, inevitavelmente, às famosas cantadas, algumas de mau gosto. "Uma vez, um rapaz me perguntou se eu estava com pneumonia e eu perguntei por quê. Ele disse: 'porque você está com o peito inchado'", conta.
Como aguentar o assédio dos peões? "O segredo é levar na brincadeira. Se passar do limite, sempre tem um jeito de sair da conversa de forma educada", diz.
