Saltador deixa passado doloroso para trás e festeja prata no Mundial
- Anderson Giorge Regio
- Direto de Christchurch (Nova Zelândia)
O paulista André Luiz de Oliveira foi um dos atletas que mais comemorou a conquista de uma medalha no Mundial Paraolímpico de Atletismo. Ele levou a prata no salto em distância, categoria T44 (amputados), na competição realizada no Estádio Queen Elizabeth, em Christchurch, na Nova Zelândia.
"Foi maravilhoso, uma conquista bem suada e valorizada. Foi uma explosão de dever cumprido pela medalha. Como diz Zequinha Barbosa (ex-corredor), a medalha é como levar o doce da competição", disse André, 28 anos.
O atleta competia no passado entre os convencionais, mas em 1997, durante as seletivas para o Mundial de Atenas, sofreu uma grave contusão que o impediu de seguir profissionalmente.
"Infelizmente, no primeiro salto, tive uma lesão complexa no joelho (esquerdo). A gravidade maior é que rompi o nervo fibular, perdi a sensibilidade e o movimento completo (da perna). Houveram várias complicações, os ligamentos se romperam e o joelho ficou comprometido", recordou-se.
No entanto, em 2004, ele teve o recomeço e foi convidado para participar do esporte paraolímpico. André conquistou a prata no revezamento 4x100 m na Paraolimpíada de Pequim, em 2008, mas a sensação de conquistar a medalha em uma prova que o tirou por vários anos das pistas teve um sabor ainda mais especial.
"Foi uma conquista importante. Eu disputei com atletas convencionais, mas não tive a chance ou oportunidade de pegar seleções. Eu cheguei a selecionados como paraolímpico. Essa medalha representa um trabalho árduo e de superação", completou.
No retorno ao Brasil, André afirmou que só tem uma coisa em mente. "Quero encontrar as mulheres da minha vida (mulher e filha) e ir para o mato, uma chácara, e recuperar as energias", comentou o corredor e saltador, que já está com o Parapan de Guadalajara em mente.
O jornalista viajou a convite do Comitê Paraolímpico Brasileiro