Filmagem e software são armas para Brasil voltar a brilhar no 4x100 m
1 abr2011 - 16h50
(atualizado às 18h01)
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O revezamento 4x100 m masculino do Brasil ficou fora do pódio nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais de Atletismo. Em preparação para o Mundial da Coreia do Sul, em agosto, a equipe nacional treina utilizando a tecnologia para ganhar os centésimos de segundo que a têm afastado das medalhas nas competições mais importantes da modalidade.
No último camping de treinamento realizado pela Confederação Brasileira de Atletismo, no Centro Olímpico do Ibirapuera, os sete velocistas brasileiros que atualmente têm índice para integrar a equipe nacional no Mundial da Coreia do Sul e nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara treinaram sob a supervisão do técnico Katsuhico Nakaya e tiveram todos os movimentos filmados e analisados.
A intenção é que os atletas vejam quais erros cometem com mais frequência e, assim, possam diminuir o tempo de reação ao ver o companheiro adentrar a zona de passagem do bastão e deixar esse movimento mais eficiente.
"Esse recurso serve para você observar a posição da mão, se a passagem propriamente dita está sendo feita de maneira correta, e se o atleta está reagindo visualmente no momento certo", disse Nakaya. "Quando existe uma reação boa, existe uma aproximação boa de um atleta para o outro, e aí essa passagem do bastão tem que ser precisa e rápida", complementou.
A partir dos próximos campings de treinamento, Nakaya planeja utilizar o Dart Fish, um software americano de análise de movimentos que ajudará a comissão técnica a saber quanto tempo exatamente cada corredor demora para passar o bastão ao companheiro e quais variações das técnicas podem ser aplicadas para que o Brasil volte aos pódios.
No último Campeonato Mundial, disputado há dois anos, em Berlim, a equipe nacional ficou na sétima colocação com o tempo de 38s56, mais de um segundo atrás da Jamaica, campeã com o tempo de 37s31. A medalha de bronze foi para o time do Reino Unido, que marcou 38s02.
Em Osaka 2007, o Brasil foi o quarto colocado com 37s99, apenas nove centésimos de segundo atrás do Reindo Unido, que ficou com a medalha de bronze. O ouro foi para os Estados Unidos, com o tempo de 37s78.
Nas últimas duas Olimpíadas o resultado também ficou abaixo do esperado. Em Pequim 2008, o time brasileiro foi o quarto colocado, com o tempo de 38s24, nove centésimos atrás do terceiro colocado Japão. A equipe da Jamaica conquistou a medalha de ouro, ao quebrar o recorde mundial, com 37s10.
Já em Atenas 2004, a equipe que defendia a prata conquistada em Sidney 2000 foi apenas a oitava colocada, com 38s67. A medalha de bronze foi da Nigéria, que marcou 38s23.
"Infelizmente por uma questão de centésimos não estamos voltando com uma medalha. É sempre assim. Agora chegou o momento de a gente ganhar essa medalha", almejou Nakaya, que assumiu a equipe masculina do 4x100 m após o técnico Jayme Netto ser afastado do esporte por quatro anos pelo escândalo de doping da Rede Atletismo em 2009.
"Até que esse grupo me surpreendeu, não treinava comigo antes. Treinava com o professor Jayme e há algumas diferenças de trabalho, mas assimilaram bem as mudanças. Isso é questão de você trabalhar e praticar", explicou.
No primeiro camping da temporada, encerrado nesta quinta, os participantes foram Nilson André, Sandro Viana, Carlos Roberto Pio, Ailson Feitosa, Gustavo Santos, Basílio de Moraes Júnior e Eric de Jesus.
A expectativa é que no decorrer do ano outros atletas como Vicente Lenílson, José Carlos Moreira, o Codó, e Jefferson Lucindo, vencedor dos 100 m rasos do Troféu Brasil 2010, mostrem força e passem a concorrer pelas vagas na equipe que terá pela frente o Mundial e o Pan-Americanos 2011.
"A gente tem trabalhado com um grupo maior para todo mundo poder seguir a mesma linha de trabalho. A gente sabe que podemos ter algumas alterações no meio do caminho, mas precisamos ter um grupo grande seguindo a mesma linha de trabalho para quem for escolhido saber o que fazer na hora", finalizou Nakaya.
Choro de Jade Barbosa na ginástica no Pan do Rio 2007 - Além das três medalhas (um ouro, uma prata e um bronze), o choro da então jovem de 16 anos Jade Barbosa emocionou o público. A atuação da ginasta poderia ter sido ainda melhor se não fossem os erros que cometeu na disputa individual geral. Os equívocos fizeram com que a brasileira ficasse apenas com a quarta posição, atrás das americanas, que ficaram com ouro, prata e bronze, levando Jade às lágrimas
Foto: Maurício Val/Fotocom / Divulgação
Derrota para Cuba no vôlei no Pan do Rio de 2007 - Em casa, no Maracanãzinho, Seleção comandada pelo técnico José Roberto Guimarães é surpreendida pela arquirrival Cuba e acaba derrotada na decisão, ficando com a medalha de prata. A equipe verde e amarela perdeu seis match points na partida e levou a virada das cubanas, perdendo por 3 sets a 2, com parciais de 25/27, 25/22, 22/25, 34/32 e 17/15
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Brigas no handebol e judô no Pan de 2007, no Rio - No mesmo dia, dois episódios de briga aconteceram no Riocentro. O primeiro foi no handebol, quando brasileiros e argentinos se desentenderam na final e o jogo virou "guerra". Mais tarde, torcedores jogaram objetos após a decisão dos árbitros de dar a vitória no judô à cubana Sheila Espinosa, e não à brasileira Érika Miranda. Ex-atletas, como Aurélio Miguel, se envolveram na confusão, que só terminou com intervenção policia
Foto: Art by Terra
Derrota para o Equador no futebol no Pan de 2007 - O Brasil poderia levar um time Sub-20, mas preferiu convocar atletas com menos de 17 anos. O resultado foi a eliminação ainda na primeira fase, com uma derrota por 4 a 2 para o Equador. A equipe ainda teve que ouvir vaias da torcida em pleno Estádio do Maracanã, recém reinaugurado. O ex-corintiano Lulinha, os gêmeos Rafael e Fábio, ambos do Manchester, Fellipe Bastos, hoje no Vasco, e Giuliano, ex-Inter, também estiveram no time
Foto: Reinaldo Marques / Terra
Jadel Gregório fica com a prata em 2003 - Vindo de grandes resultados em 2002, quando bateu o recorde sul-americano, o triplista Jadel Gregório não conseguiu mostrar o melhor salto em Santo Domingo, no primeiro Pan disputado por ele. O brasileiro acabou com a medalha de prata, com 17,03 m. Prova do fiasco na República Dominicana é que Jadel atingiu 17,72 m no Troféu Brasil do ano seguinte, em São Paulo
Foto: Getty Images
Cãibras de Vanderlei Cordeiro no Pan de 2007 - Uma das grandes estrelas do esporte brasileiro, o fundista Vanderlei Cordeiro de Lima foi porta-bandeira do Brasil na abertura do Pan-Americano do Rio de Janeiro. Ele chegou para a disputa da maratona como o favorito, buscando o tricampeonato da competição. Mas a busca por mais um ouro terminou no quilômetro 38 da prova, quando abandonou por sentir cãibras. Franck Caldeira completou a prova em primeiro
Foto: Wander Roberto/COB / Divulgação
Humilhações da Argentina sobre o Brasil no hóquei sobre a grama no Rio 2007 - O Brasil sofreu duas goleadas históricas para a Argentina nos torneios de hóquei sobre grama do Pan do Rio. Os argentinos, que têm uma das melhores seleções do mundo na modalidade, fizeram 21 a 0 no feminino e 19 a 0 no masculino. O rival dos brasileiros acabariam com o ouro entre as mulheres e a prata entre os homens.
Foto: AFP
Derrota para Honduras no futebol no Pan de Mar del Plata 1995 - Com uma equipe composta por jogadores com menos de 20 anos, como o ex-são-paulino Bordon (foto), o Brasil perdeu para Honduras nos pênaltis nas quartas de final. Depois do 0 a 0 no tempo normal, os hondurenhos venceram nas penalidades a Seleção do técnico Pupo Gimenez por 8 a 7, com destaque para o goleiro Milton Flores, que defendeu quatro cobranças e ainda marcou o gol decisivo
Foto: AFP
Seleção feminina e masculina de vôlei no Pan de Santo Domingo 2003 - O vôlei foi a maior decepção da competição. Sempre favorita, a Seleção feminina era a atual campeã do Pan e foi representada pela juvenis, perdendo para a República Dominicana e EUA, e ficando sem medalha. Já o masculino, que vinha de uma medalha de prata em Winnipeg 99 e era comandado por Bernardinho, foi surpreendido na semifinal, perdendo para a Venezuela e ficando apenas com o bronze
Foto: Getty Images
Derrota para Cuba no basquete no Pan de Havana 1991 - Depois de garantir a classificação às quartas de final por ter sido a melhor seleção do Grupo B do Pan-Americano de Havana 1991, o Brasil enfrentou a modesta Cuba na eliminatória, mas foi surpreendido e perdeu por 96 a 92. Foi a única derrota da equipe do brasileiro Pipoka e companhia na competição, o suficiente para tirar o time da disputa por uma medalha e ficar com o quinto lugar