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Após queda no Pan, brasileiro disputa Mundial de ginástica de trampolim

16 nov 2011 - 19h08
(atualizado em 17/11/2011 às 00h22)
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Melissa Becker
Direto de Birmingham

Recuperado da queda que sofreu no Pan de Guadalajara, o ginasta Carlos Ramirez Pala, 26 anos, é um dos seis atletas brasileiros que lutam por uma vaga olímpica no 28º Campeonato Mundial de ginástica de trampolim. O torneio começa nesta quinta-feira em Birmingham, na região central da Inglaterra.

» Brasileiro sofre queda na cama elástica e dá susto no Pan

O evento dará vaga para os Jogos Olímpicos de 2012 aos oito melhores de cada categoria. Os atletas que ficarem entre a 9ª e a 24ª posição garantem presença no evento-teste de janeiro, do qual saem mais oito classificados para a Olimpíada. Quarenta países participam das disputas.

Atleta mais experiente da Seleção Brasileira de ginástica de trampolim, Ramirez conversou com o Terra na tarde desta quarta-feira após seu treino com os integrantes da equipe masculina no National Indoor Arena (NIA), onde a competição será realizada até domingo.

Ele afirma que ainda sente um pouco de dor, mas que o fato não irá prejudicá-lo na competição. A queda de uma altura entre quatro e cinco metros para fora do trampolim no dia 18 de outubro provocou uma fratura no dedão do pé esquerdo e uma lesão nos ligamentos do tornozelo direito. No entanto, não diminuiu sua confiança.

"O atleta tem que estar preparado para tudo, principalmente para as partes ruins. Se não, vai refletir nas próximas competições. A queda não me abalou, nem fisicamente, nem psicologicamente", diz, com segurança.

Apesar do revés (com quase três semanas parado, sem saltar e com fisioterapia, e apenas uma semana de treino), seu bom condicionamento físico o ajudou a voltar para o nível de competição e dar início às disputas na manhã desta quinta-feira, em Birmingham. A treinadora Tatiana Figueiredo observa que Ramirez teve que reduzir um pouco a dificuldade dos exercícios, o que pode ser compensado na execução e na altura da série, explica.

Quedas fazem parte do treinamento da modalidade, na qual atletas top podem atingir até 10 metros de altura enquanto fazem múltiplos saltos acrobáticos. Ramirez reconhece que seu tombo no México impressiona, mas lamenta que isso tenha sido enfatizado mais do que a conquista da medalha de prata por Rafael Andrade no Pan - um feito inédito da modalidade, que nunca teve representantes brasileiros em Jogos Olímpicos. Na opinião dele, o esporte, apesar de ser bonito e emocionante, ainda não ganhou o seu espaço.

"Fiquei um pouco triste por causa disso, mas felizmente nosso esporte está sendo mais divulgado. Está começando a aparecer", considera.

"Carioca da gema", como se define, Ramirez experimentou natação e judô na infância, mas sua paixão era pelo desafio do trampolim. Começou os primeiros saltos aos cinco anos - 15 anos antes de o esporte ser disputado pela primeira vez em Olimpíadas, em 2000, em Sidney, na Austrália. Hoje, formado em Educação Física e atleta do Núcleo de Treinamento Tatiana Figueiredo, Ramirez luta para estar nos próximos Jogos Olímpicos.

Com adversários fortes como Japão, França, Alemanha, Portugal e Rússia no masculino e Canadá, Bielorrússia e Grã-Bretanha no feminino (além da China nas duas categorias), o objetivo da Seleção neste Mundial é se classificar para o evento pré-olímpico de Londres, em janeiro. A treinadora Tatiana Figueiredo sorri ao falar da expectativa da equipe em ser os primeiros representantes do Brasil em Olimpíadas no trampolim.

"É o que todo mundo quer. É uma grande motivação", afirma.

Além de Ramirez, a Seleção Brasileira de ginástica de trampolim conta com Rafael Andrade e Rodrigo Martins Pacheco na equipe masculina, enquanto Giovanna Venetiglio Matheus, Daienne Lima e Taissa Paraiso Garcia disputam o feminino. A Seleção é treinada por Tatiana Figueiredo, Mário César de Carvalho e Rodrigo de Lima. O chefe de equipe Klayler Mourthé, o árbitro Marcos Antônio de Oliveira e os fisioterapeutas André Luís Melo de Oliveira e Marina Lorenzo de Araújo acompanham o grupo em Birmingham.

Fonte: Especial para Terra
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