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Brasil leva "baile" da Costa Rica e repete vexame de 2007 no Pan

24 out 2011 - 00h50
(atualizado às 02h04)
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Leandro Miranda
Direto de Guadalajara

A participação da Seleção Brasileira de futebol nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara terminou em vexame ainda na primeira fase. Precisando vencer a Costa Rica para avançar no Grupo B, os comandados de Ney Franco perderam por 3 a 1 neste domingo, no Estádio Omnilife, e deram adeus precocemente à competição, com apenas dois pontos ganhos em três jogos. Avançam às semifinais a Argentina, líder da chave com sete pontos, e a própria Costa Rica, com seis. A lanterna ficou com Cuba (um ponto).

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A partida que marcou a eliminação brasileira, se não teve alto nível técnico, foi repleta de emoção: gol-relâmpago da Costa Rica, expulsão brasileira ainda no primeiro tempo, pênalti perdido, um sistema extremamente ofensivo de Ney Franco e uma grande atuação do centroavante McDonald, que marcou dois gols (um deles, uma pintura) e infernizou sozinho a defesa da Seleção.

Vega fez o outro dos costarriquenhos, enquanto Henrique descontou. No fim das contas, o time da América Central deu um "baile", com direito a dribles, toques de calcanhar, pedaladas e até "olé" nos últimos minutos de jogo.

Após levar um gol com 30 segundos de bola rolando, o Brasil manteve a posse e jogou melhor até os 14min, quando a expulsão de Lucas Zen complicou as coisas. Penando para superar a forte marcação costarriquenha, a equipe sofreu com contra-ataques e com a desorganização tática após as substituições ofensivas de Ney, que arriscou tudo após levar 2 a 0. Mesmo com um a mais durante grande parte do confronto, a seleção da América Central manteve o plano de jogo defensivo até o apito final.

A eliminação na primeira fase é um "repeteco" da campanha do Pan-Americano de 2007, disputado no Rio de Janeiro. Na ocasião, a Seleção que tinha o meia Lulinha como maior estrela terminou atrás do Equador em sua chave, e não obteve vaga como o melhor segundo colocado entre os três grupos.

O jogo

Com o Estádio Omnilife contando com uma boa parcela de torcedores que ficaram após o jogo anterior, em que o México bateu o Uruguai por 5 a 2, o Brasil entrou em campo com um 4-4-2 em losango montado por Ney Franco: Lucas Zen era o volante de contenção, Felipe Anderson e Misael os meias logo à frente, e Cidinho encostando no ataque formado por Henrique e Felipe Amorim. Já a Costa Rica veio com um esquema mais defensivo, com nove jogadores recuados e apenas o centroavante Jonathan McDonald à frente.

A partida não teve nem tempo de adquirir um ritmo antes de a Costa Rica abrir o placar. Com 30 segundos, o lateral direito Madson vacilou e entregou a bola no pé de Blanco, que cruzou rasteiro no segundo pau para a chegada de Vega: 1 a 0. Depois de sair atrás, o Brasil passou a tocar bem a bola e criar algumas chances, como uma cabeçada de Cidinho para fora e um chute cruzado de Henrique, bem defendido pelo goleiro Briceño.

A Seleção tinha a posse de bola, mas quase sempre parava na forte marcação do time da América Central - que apostava em manter nove jogadores atrás da linha da bola e dar chutões na direção de McDonald quando a recuperasse. Aos 14min, a situação brasileira se agravou: Lucas Zen foi expulso após entrar com o pé muito alto em dividida, deixando a equipe com dez.

Desajustado sem seu único volante de contenção, o Brasil não tardou a levar o segundo gol. Aos 21min, em mais um chutão para McDonald, o costarriquenho dominou com estilo, tirou Frauches e Misael da jogada e colocou um chute no ângulo de César, anotando um golaço. Três minutos depois, após cobrança de escanteio na área brasileira, Frauches meteu a mão na bola: pênalti. A situação só não virou um drama total porque McDonald errou a cobrança, batendo na trave.

Com Frauches nervoso em campo, Ney Franco sacou o zagueiro do Flamengo para colocar o atacante Sebá. Com isso, Misael passou a compor a zaga e o time ficou sem volantes: Felipe Anderson e Cidinho eram os mais recuados no meio de campo. Exposto, o Brasil quase sofreu o terceiro gol em duas chegadas da Costa Rica: primeiro, Davis aproveitou jogada de Mora e chutou para fora; depois, McDonald dominou na área e girou, mas errou a finalização.

Melhor jogador do Brasil até então, Cidinho fez grande jogada individual aos 31min e deixou Henrique na cara do gol: o atacante são-paulino não desperdiçou e bateu por baixo de Briceño, diminuindo a desvantagem. A Seleção, porém, ainda sofria com a falta de pegada no meio e a liberdade para McDonald, que, sozinho na frente, continuava dando problemas à defesa.

Com Sebá na lateral esquerda e Henrique Miranda fazendo o miolo de zaga, o Brasil tomou o terceiro gol depois que a Costa Rica aproveitou a frágil marcação pelo setor. Aos 44min, com muita liberdade, Vega chutou para o meio da área e a bola encontrou McDonald, que dominou e bateu rápido, sem chances para César.

Na tentativa de corrigir o sistema defensivo, Ney Franco voltou para o segundo tempo com o volante Djair improvisado de zagueiro no lugar de Sebá, que ficou em campo por apenas 22 minutos. A partida, porém, manteve o padrão: mesmo com um a menos, a Costa Rica mantinha nove jogadores atrás e apostava nos contra-ataques rápidos, sempre buscando o lançamento para McDonald.

Já o Brasil, cada vez mais nervoso e errando passes, não conseguia furar a marcação rival. As chances de gol rarearam e o goleiro Briceño só foi exigido de novo aos 30min, em batida cruzada de Cidinho. Pouco depois, o ineficaz Felipe Amorim foi sacado para a entrada do centroavante Rafael, em uma última aposta de Ney Franco.

Nos minutos finais do confronto, o Brasil manteve o nervosismo e foi incapaz de penetrar o sistema defensivo adversário. A melhor chance veio com Felipe Anderson, que fez jogada individual, invadiu a área e chutou para a boa defesa de Briceño.

Os costarriquenhos ainda tiveram tempo de fechar com chave de ouro a participação de McDonald, que foi substituído, deixou o jogo como herói aos 38min da etapa complementar e acabou ovacionado pelos torcedores locais. Aos 43min, para encerrar de vez a partida, Henrique ainda tentou diminuir, mas viu o goleiro rival fazer uma defesa sensacional.

FICHA TÉCNICA

Brasil 1 x 3 Costa Rica

Gols

Brasil: Henrique, aos 31min do 1º tempo

Costa Rica: Vega, a 30s, e McDonald, aos 21min e aos 44min do 1º tempo

Brasil: César; Madson, Luccas Claro, Frauches (Sebá, depois Djair) e Henrique Miranda; Lucas Zen; Felipe Anderson e Misael; Cidinho; Henrique e Felipe Amorim (Rafael). Técnico: Ney Franco

Costa Rica: Briceño; Smith, Brown, Derrick e Mora; Montenegro (Sánchez); Vega, Flores (Viales), Davis e Blanco; McDonald (Villalobos). Técnico: Carlos Enrique Watson

Cartões amarelos

Brasil: Frauches e Cidinho

Costa Rica: Montenegro e Rojas

Cartão vermelho

Brasil: Lucas Zen

Árbitro

Ricardo Arellano (MEX)

Local

Estádio Omnilife, Guadalajara (MEX)

Pan 2011 no Terra

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Fonte: Terra
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