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Atletas pedem fim de impunidade e Santos deve agir a favor de Aranha

29 ago 2014 - 00h11
(atualizado às 06h26)
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O ato de racismo de uma parte da torcida do Grêmio já no fim do confronto contra o Santos, nesta quinta-feira, acabou gerando mais repercussão do que a própria vitória do Peixe por 2 a 0 no primeiro duelo válido pelas oitavas de final a Copa do Brasil. Gente de futebol do alvinegro, Zinho já avisou que o clube vai conversar com o departamento jurídico para analisar qual ação tomar em defesa ao goleiro Aranha.

"Agora seria leviano da minha parte dizer o que o Santos pretende fazer, mas nosso sentimento no vestiário era de ficar indignado com a atitude dessa torcedora. Muito feio, não cabe mais isso. Esperamos que o Aranha respire um pouco, vai ter nosso apoio. Vamos esperar e, conversando com nosso departamento jurídico, ver o que vamos fazer, mas não contra o Grêmio, contra o ato", avisou Zinho, indignado principalmente com a cena flagrada pelo canal Espn de uma torcedora gritando "macaco". "Primeiro a gente lamenta muito, não cabe mais isso, a sociedade que a gente vive, esse ato dessa torcedora. Agente realmente fica muito triste, não pode uma paixão, um sentimento de um jogo extrapolar para essa esfera", encerrou o ex-jogador.

Robinho, que atuou por quase uma década na Europa, continente famoso pelos atos racistas, também se manifestou pedindo punição.

"Eu acho que foi identificada a pessoa. É muito simples, ela tem que responder por essa atitude racista. Tudo vai de acordo com a punição, é identificar os torcedores e puni-los. Se não houver punição, vai continuar. A gente sabe que não vai ser a última. Xingar é normal, mas não de uma maneira racista", disse o camisa 7, antes de relatar sua experiência no Velho Continente. "Na Europa também tem, joguei bastante tempo lá e também tem. Talvez lá as punições são mais severas, se o torcedor for identificado no estádio ele não aparece mais".

Zé Roberto, veterano jogador do Grêmio que fez uma carreira de muito sucesso na Alemanha, garantiu que nunca sofreu com racismo no país que venceu a Copa do Mundo deste ano.

"No tempo que eu passei na Alemanha eu nunca passei por essa situação e nunca espero passar. Mas é lamentável, eu não tenho muito o que falar dessa questão", disse o camisa 10 do Tricolor Gaúcho, demonstrando um certo conformismo com o pré-conceito no Brasil. "A gente vive num país racista. Infelizmente, ainda hoje acontece muito. Como pegou a imagem e pegou a pessoa, tem que haver punição. Só lamento porque de repente o próprio clube sai punido e o clube não tem nada a ver. Quem tem que ser punido é somente quem cometeu o ato de racismo", opinou o atleta, já preocupado em possíveis perdas de mando.

Arouca, que recentemente sofreu com agressões racistas em Mogi Mirim, durante partida pelo Campeonato Paulista, ressaltou o fato das câmeras terem flagrado os atos desta quinta-feira e cobrou uma atitude das autoridades.

"Se tem imagem fica um pouco mais fácil. Esperamos que alguém, alguma autoridade possa punir essas pessoas porque aceitar não da mais. Algumas pessoas veem outras fazendo e veem que não dá em nada, e acabam tomando a mesma atitude. Enquanto não punirem, não sei de que forma, isso vai continuar", opinou o camisa 5.

Para Oswaldo de Oliveira, o ato de racismo se assemelha muito com a questão da violência. O técnico indagou o fato da punição, em ambos os casos, praticamente inexistir.

"Vivemos em um país em que a classe política e torcedores de futebol são abonados de qualquer punição. Precisa de mais rigor mesmo, tanto a violência, quanto a manifestação racista".

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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