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'Caiçara e pés no chão', Marcelo Fernandes abre o jogo e faz revelações

27 jun 2015 - 08h50
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"Quanto ao futuro, a Deus pertence. Não estou encanado". A frase é de Marcelo Fernandes na véspera do duelo entre Santos e Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, pela oitava rodada do Campeonato Paulista. A partida marcou a estreia do atual técnico do Santos no comando do time, ainda de forma interina, no lugar de Enderson Moreira. Pela primeira vez na sala da imprensa do CT Rei Pelé, Fernandes talvez não imaginasse que venceria o confronto no dia seguinte por 3 a 0 e fosse iniciar ali a campanha do título Estadual de 2015. Hoje, já mais calejado, o treinador de apenas 44 anos segue com seu estilo ‘boa praça do sangue quente’ e sempre orgulhoso de ser um caiçara nato, nascido e criado na Baixada Santista. "Tenho muito orgulho disso. Isso aqui é bom demais".

Ex-zagueiro central com passagens pelo próprio Peixe, além de clubes como Portuguesa Santista, Rio Branco, Remo, Botafogo-SP, América-RN, Atlético-MG, Joinville, Náutico, Portuguesa e ABC, Fernandes, a pedido do elenco de jogadores, recebeu a oportunidade de assumir o alvinegro praiano após a vitória por 2 a 1 no clássico contra o Palmeiras, dia 11 de março. E tem como grande mérito ter o grupo na mão durante todo o tempo. "Não fico esperando para falar. Eu já logo falo na cara", explica.

Na entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, Marcelo Fernandes conta bastidores do time durante o Campeonato Paulista. "Achavam que íamos tomar um monte (contra o Corinthians). Naquele dia eu falei para eles: ‘aqui tem homens e nós vamos ser campeões’". Abre o jogo sobre a situação de Gabriel. "Eu já falei na cara dele: ‘Se não marcar, não vai jogar’". E não reclama de ter um salário inferior ao de muitos reservas e até dirigentes do clube. "Quanto vale a chance que eu tive?".

Além disso, à sua forma, espontâneo e enérgico, o treinador revela que Muricy Ramalho foi procurado pela diretoria santista e recusou substituí-lo no cargo. "Ligaram para o Muricy, sabia? Pois é. O Muricy me ligou. É um cara verdadeiro". E não deixa de reconhecer a postura ética de Oswaldo de Oliveira, que só não assumiu sua vaga por ter sido vetado pelo Comitê Gestor. "Oswaldo de Oliveira fez questão de falar comigo. De me ligar antes de negociar com os caras. Ele me ligou".

Entre histórias, experiências e opiniões sobre os casos de Robinho e Lucas Lima, Marcelo Fernandes também explicou sua relação de amizade e contratual com o pai de Neymar. "Ele não vai entrar aqui no Santos para resolver coisas do meu contrato, não tem nada disso. Ele quer me ajudar como amigo e em questão de imagem. E não vamos ser hipócritas, o mundo quer trabalhar com o Neymar. Quem não quer?".

Em pouco mais de três meses, Marcelo Fernandes já foi interino, técnico, campeão Paulista, chegou a cair e retomou o posto no dia seguinte, e agora sonha em ter tranquilidade para seguir com o trabalho que acredita piamente estar sendo feito da melhor maneira possível. Em 25 jogos sob seu comando, o time da Vila Belmiro venceu 13 vezes, empatou outras sete e saiu de campo derrotado em cinco oportunidades.

Nomeado coordenador da comissão técnica permanente do clube e auxiliado por Serginho Chulapa, um dos maiores ídolos da torcida santista, Fernandes garante que tem ‘tirado de letra’ todas as adversidades e obstáculos que surgem a cada dia. Porém, é enfático ao responder sobre o que lhe chateia no futebol. "A vaidade. Tem cara que nunca deu um chute no limão e vem para o futebol achando que é rei".

Confira, na íntegra, a entrevista exclusiva com Marcelo Fernandes:

Gazeta Esportiva  - Quem é Marcelo Fernandes? E por que você gosta tanto que te reconheçam como um caiçara nato?

Marcelo Fernandes - Tenho muito orgulho disso. Isso aqui é bom demais, todo mundo quer morar aqui. Fui criado no Conjunto Habitacional Humberto Castelo Branco, chamado de BNH, onde é o shopping Praiamar. Eu nasci em 1971, e meu pai veio para cá em 1970. Foi um dos primeiros moradores de Jurubatuba. Lá eu fiquei até ser profissional do Santos. E então eu comprei um outro apartamento para morar com a minha irmã. Aí ela ficou com um quarto e eu com o outro, na Rua Vergueiro Steidel. Minha vida toda foi ali. Bola, Saldanha (clube da Ponta da Praia), escola de samba, futebol de várzea...

Minha vida toda foi na várzea, porque eu fui ser profissional só com 20 anos. Então, eu joguei nos melhores clubes de várzea. E cultivo isso até hoje, porque são meus amigos, não tem como. Minha vida está ali. Não é porque eu sou treinador, fui campeão. Não tem porque mudar. Absolutamente nada. Não tem motivo para empolgar. A vida é assim: tudo o que sobe, desce. A vida é assim. Estou bem tranquilo sobre tudo o que acontece, porque a vida é assim.

GE.Net - Da sua experiência como jogador, o que você traz para os dias de hoje?

MF - O que eu lembro é a honestidade, a ética. Ética no contato com o jogador. A lealdade é tudo. Por mais que eu elogie, eu sei a hora de dar bronca. Não fico esperando para falar. Eu já logo falo. Em certos momentos, é claro, tem que esperar um pouco por estar de cabeça quente, mas procuro logo falar a verdade. E eles não foram muitos. É assim que funciona e é assim que eu me sinto bem. Não quero passar por cima de ninguém, quero meu espaço devagar. Foi assim desde que eu entrei no Santos. O Muricy (Ramalho) prometeu que ia me levar para o campo e assim o fez, por isso meus cinco anos de auxiliar. Se eu não tivesse sido leal e correto, não teria chegado onde estou hoje.

GE.Net - Qual é a grande diferença entre ser auxiliar, cargo que você ocupou por cinco anos, e técnico?

MF - Tudo. A responsabilidade é enorme, tem que pensar em tudo. Desde a comida, viagem, hotel, coletiva, imprensa. Uma responsabilidade e pressão gostosas. Vou ser sincero, Deus é muito bom para mim, não posso dizer que esperava que fosse tão rápido, que estava pronto. Ninguém está pronto na vida. Eu nasci burro, aprendo, mas vou morrer burro. A cada dia é preciso renovar as coisas.

GE.Net - Sua admiração por Muricy Ramalho é conhecida por todos. Em quem mais você se espelha?

MF - Claudinei Oliveira. Eu fui auxiliar direto. Tem muita gente que gosta de enfatizar essa coisa do Muricy. Tenho por ele um carinho enorme, um cara campeão de tudo. Libertadores aqui, Brasileiro um monte de vezes. Tenho que me espalhar nos melhores. Oswaldo (de Oliveira), Givanildo, que em questão de caráter, grupo, é muito bom. Geninho, meu primeiro treinador, dispensa comentários. São treinadores que me espelho para a vida. Conduta de grupo é algo que sempre me espelhei. Tivemos Neymar aqui e nesse período o tratamento sempre foi igual. E o jogador se sentia assim. Neymar abaixava a cabeça para o Muricy, respeitava e vinha tirar dúvidas. A Libertadores da América de 2011 também foi muito importante para aprender.

GE.Net - O grupo de jogadores quis que você fosse efetivado e te defendeu no momento de crise. Qual o segredo para ter o elenco na mão?

MF - É o que eu sempre digo: tem que ser sincero. Falar na cara. Eu tenho 35 (jogadores), jogam 11 e mais nove viajam. A realidade é essa. Em um jogo-treino, Daniel Guedes estava treinando em separado, mas o Cicinho machucou e eu chamei ele, que me perguntou onde estava o colete de reservas. Eu disse: ‘não, você vai no titular’. Coloquei no time e está ai.

Além de ter sido um trabalho honesto e eu falar na cara deles o que tem que falar, estudo muito o outro time, juiz. Eu sempre falei para eles que nós não temos que ter dúvida da gente, e o mais importante é que não temos que desviar o caminho. O time também está jogando bem. Isso foi peça chave, porque o cara, que sou eu, está falando e eles conseguem acreditar. Se tivesse jogando mal, eu falaria para eles. É a confiança no trabalho. Não tem sacanagem com ninguém. Se tiver que tirar Ricardo Oliveira e Robinho, vou tirar.

GE.Net - Para você, qual foi a grande particularidade do Campeonato Paulista?

MF - Vou ser bem sincero, quando o Enderson (Moreira) estava aqui e tiveram problemas, criou-se uma certa insegurança. O pessoal queria muito, a imprensa estava generalizando, falando que não seríamos capazes. Depois tivemos o clássico contra o Palmeiras, 2 a 1 para nós. Fomos para a Arena do Corinthians e todo mundo se perguntava quanto seria o jogo. Achavam que íamos tomar um monte. Naquele dia eu falei para eles: ‘aqui tem homens e nós vamos ser campeões’.

E comecei a sentir que eles reagiam com isso. Em todos os jogos, à partir daí, eu falava que íamos ser campeões, sempre batemos nessa tecla. É aquele negócio de humildade para marcar e alegria para jogar. Eu não vou mudar porque estou com seis, sete pontos ou dez. Não vou mudar o estilo de jogo do Santos. Isso gera confiança. Temos jogadores para fazer o que tem que ser feito.

GE.Net - Algum jogador de surpreendeu no Estadual?

MF - O Victor Ferraz é sensacional. Os caras cascudos, Robinho, Ricardo, o Elano, que está de fora. Vou lembrar deles para sempre. Eles podiam não me respeitar, mas são os primeiros a entender. Renato, David Braz, esses caras valem ouro. São os alicerces. Não adianta não ter apoio dos caras cascudos de fato. Treinador tem que estar com o grupo bem na mão. Isso foi fundamental. É difícil domar a cabeça de um moleque de 18 anos.

GE.Net - Claudinei, Oswaldo, Enderson...Todos sempre questionaram a postura de Gabriel em campo. Agora, com ele de volta ao time, você acredita que ele demorou para assimilar suas funções em um jogo?

MF - Fui muito pressionado pelo caso do Gabriel. Todo mundo perguntando dele. É um bom jogador? É. Mas ele precisa entender que futebol é um esporte coletivo, ainda mais no profissional. Não está mais no Sub-20, onde driblava 15 (jogadores) e fazia o gol. Aqui não vai ser assim. E eu falei isso na cara dele.

Chamei ele na minha sala e falei o que tinha que falar. Tenho que falar para ele a verdade. Quando ele tiver 25 anos e estiver jogando na Europa, como todo jogador sonha, eu quero que ele lembre do cara que falou para ele que tem que marcar, sim. Eu já falei na cara dele: ‘Se não marcar, não vai jogar’. Nos três jogos, ele tem feito muito bem, está se esforçando para fazer o que não estava habitual.

Moleque sensacional, astral bom, o grupo se sente feliz com ele. Falo para o bem dele, não é para o meu bem. Não quero nada dele, quero só passar um pouco do que eu sei. Falar a verdade. Acho que é por isso que eu tenho o grupo na mão.

GE.Net - Até que ponto você aceitaria voltar a ser auxiliar de um novo técnico no Santos, já que agora você é um profissional conhecido no Brasil?

MF - Acho que o que está em jogo é que ninguém tem que topar nada, já está estabelecido. Eu estou no comando do Santos, mas vou voltar ao cargo de auxiliar, se acharem outro nome para comandar o time. Não adianta eu ser ganancioso e falar: ‘ah, agora sou treinador de bola’. Mas eu sei o que eu estou fazendo e sei o que estou passando. Sei o que é um título Paulista. Minha vida mudou. Mas meu salário é em cima do que foi combinado e tenho ciência de que, se chegar um outro profissional, eu volto ao cargo de auxiliar.

As coisas foram tão às claras que eu não posso falar que está errado. Quanto vale a chance que eu tive? Eles (diretoria) trataram tudo comigo, foram muito corretos. Quero apenas trabalhar. Minha vida não vai mudar no Santos, mas, nesse momento, isso não tem preço. Não posso reclamar do meu salário, eles se preocuparam comigo. Juro pelo meu filho que não estou preocupado com isso agora. Agradeço pela oportunidade que foi dada pela diretoria. Deus me abençoou com um título. Poderia ter tido que esperar por dez anos e ganhei essa chance dos céus.

Recebo telefonema de vários lugares. Diretoria do Náutico, de Natal, vários. Sei que estão me olhando, mas agora é momento de aproveitar o que estou vivendo. O futuro a Deus pertence. Meu projeto é ser treinador do Santos. É agora. Quer algo melhor que isso?

GE.Net - Oswaldo de Oliveira por pouco não assumiu o time de novo. Como você reagiu aos fatos e como tudo aconteceu?

MF - A gente sabe que estava rolando esse papo, mas quero deixar bem claro que o Oswaldo de Oliveira fez questão de falar comigo. De me ligar antes de negociar com os caras. Ele me ligou. O Dagoberto (Santos, superintendente do clube) me chamou na sala e, junto com o Modesto (Roma Jr, presidente), eles falaram que estavam pensando em trazer um cara para ajudar a gente, fortalecer o clube. Disseram o nome dele, mas garantiram que ele não queria negociar enquanto não falasse comigo. Fui para casa e ele me ligou. Falei: ‘vamos com tudo. É isso ai. Temos que trabalhar. Pode vir, professor. Quero aprender mais’. Futebol é assim. Vou para casa chorar? Imagina.

Estou no Santos e vou ter a chance de trabalhar com um cara como ele de novo. Isso tudo na quinta à noite. Na sexta, me chamaram na Vila e falaram que nada tinha dado certo, e que eu ia continuar. Tudo bem, vamos lá. Mas o Oswaldo, Claudinei, esses nomes todos são caras especiais. Se no futebol e na vida tivessem pessoas como Oswaldo de Oliveira e Muricy Ramalho, o mundo seria muito diferente. Não vai te prejudicar. Ligaram para o Muricy, sabia? Pois é. Muricy me ligou. É um cara verdadeiro. E não me abato por isso. Acho que é o seguinte, nem eu sei se voto em mim. Uma enquete, por exemplo, depois de cinco jogos sem ganhar, nem eu mesmo sei se votaria em mim. Deviam ter feito a enquete quando eu fui campeão, pô.

Acho que é normal esse lance de treinador. Como vou me abater com esse negócio que caiu no meu colo? O que me fortalece é que não vejo ninguém falando que o time fez partidas muito ruins. Acho que perdemos pontos injustos. Futebol é assim.

GE.Net - O que mais te chateia, te incomoda no futebol?

MF - A vaidade. Tem cara que nunca deu um chute no limão e vem para o futebol achando que é rei. Faz qualquer negócio, passa por cima dos outros. Não respeita ninguém. O futebol brasileiro foi construído assim. A vaidade é a pior coisa. As pessoas sabem que dá muito dinheiro e querem entrar de qualquer jeito. Ganância e vaidade é um grande problema, não só no futebol, mas na vida. Mas no futebol isso parece que se destaca.

GE.Net - O contrato de Robinho termina nesta terça-feira e até agora não houve um acordo de renovação. Você pensa na equipe sem ele?

MF - Não imagino o elenco sem ele, mas agora ele está em outro momento, disputando a Copa América com a Seleção Brasileira. Ele sabe o que é o melhor para ele. Pessoalmente, já falou comigo que quer ficar, mas é um direito que ele tem. Estou otimista, mas ele tem 31 anos, pode ser que seja o último bom contrato da vida dele, então, tem que pensar bem mesmo.

GE.Net - Já o Lucas Lima está vivendo muitos problemas com seu empresário e tem uma proposta do Porto em mãos. O que você espera dele em meio a todo esse imbróglio?

MF - Está aí. O Lucas não mudou nada em campo, não fica chateado. Quer ir para a Seleção, e eu tenho certeza que ele vai. Conversei com ele, disse que o leque dele vai abrir muito mais no fim do ano do que está abrindo agora. Não desmerecendo o Porto, mas, ele ficando, em dezembro, tendo ido para a Seleção, outros clubes vão aparecer.

GE.Net - Você já disse que precisa de reforços. E, com um elenco repleto de jovens, você acredita que precisa de jogadores com mais maturidade?

MF - Isso é uma coisa que eu falo sempre para eles (jogadores). Precisa de um pouco de maturidade em grandes jogos, como foi contra o Corinthians. Tem dois lances no final que o Neto Berola estava perto da linha de fundo. Leva a bola para lá (escanteio). Thiago Maia também teve uma assim. O pênalti do Daniel Guedes (contra o São Paulo). Mas não posso culpar ele por isso. Com a ausência do Valencia, estamos com um pouco mais de atenção nessa posição, mas não descartamos nada e a diretoria está de olho no mercado.

GE.Net - O contato frequente da atual diretoria com os jogadores é o segredo para os salários atrasados não interferirem no desempenho em campo?

MF - A boa relação com a diretoria e jogadores tem ajudado para que as coisas não fiquem como estavam no ano passado, com o Odílio (Rodrigues, ex-presidente). Não tem um salário atrasado, o mês não acabou ainda. Está apenas alguns dias atrasado. A diretoria atual pegou o clube muito mal das pernas, com dívidas que não eram deles e colocou tudo em ordem. Prometeram e cumpriram. Estão no caminho certo, sempre dando um ‘oi’ para todos. Importante para a credibilidade.

GE.Net - O pai de Neymar atualmente não é bem-vindo no clube e está sofrendo um processo do Santos. Ao mesmo tempo, você assinou um vínculo com ele. Isso gera algum problema para você?

MF - O Neymar é meu amigo há 30 anos. Joguei a vida inteira na várzea com ele. O que tem entre ele e o Santos é problema deles. Ele não vai deixar de ser meu amigo por isso. Ele, antes de acabar o Paulista, me ligou de Barcelona e falou que ia me ajudar na minha imagem. Se arrumar algo da minha imagem, ele vai ganhar 20% e eu vou ganhar 80%. É nisso que ele está me ajudando. Não tem nada a ver com contrato com outros clubes. Ele não vai entrar aqui no Santos para resolver coisas do meu contrato, não tem nada disso. Ele quer me ajudar como amigo. E não vamos ser hipócritas, o mundo quer trabalhar com o Neymar. Quem não quer?

Tem gente que quer misturas as coisas, mas ele é meu amigo. Como tem gente na diretoria que é amiga e gosta dele também. Normal. Agora, isso não tem nada a ver com a minha relação com o Santos e de ser treinador do Santos.

Eu fui explicar o que aconteceu espontaneamente. Eu estava na sala do Modesto e disse que era do muro para fora (relação com Neymar pai). Se ele matar alguém, eu vou ser culpado por isso? Claro que não.

GE.Net - Todo esse racha político e o desmanche do Comitê Gestor que o Santos tem passado atrapalha vocês de alguma forma?

MF - Vou te falar sem medo de errar. Esse tipo de coisa a gente acompanha pela imprensa. Não chega aqui, nem cola esse tipo de resenha aqui. Nosso trabalho é igual todo dia. Nossa preocupação é em jogar futebol.

GE.Net - Como e onde você se imagina daqui cinco anos?

MF - Aqui. Bicampeão da Libertadores, Mundial. De repente, o maior treinador longínquo da história atual. É isso que eu quero. Como técnico, lógico.

*Especial para a GE.Net.

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