Chapéu do Flamengo por artilheiro gera mal-estar no Santos
O ABC de Natal só aguarda burocracias para anunciar a transferência do centroavante Kayke, vice-artilheiro da Série B do Campeonato Brasileiro, ao Flamengo. O clube carioca, por meio do empresários, se acertou diretamente com o jogador e aceitou pagar os 200 mil dólares (cerca de R$ 692 mil) referentes a sua multa contratual. O chapéu sofrido na negociação, por sua vez, gerou mal-estar interno no Santos.
O clube alvinegro já tinha tudo encaminhado para a contratação. Acertou contrato até o fim de 2017 com o jogador, com salários progressivos iniciando em R$ 60 mil, mas viu a situação esbarrar na rejeição ao “pacote” de atletas não aproveitados oferecidos.
O mal-estar acontece por mais um fracasso em negociações, o que se tornou rotina dentro do clube. Na janela internacional, falhou nas buscas por Lucas Leiva, Sandro, Eduardo Vargas, Pablo Osvaldo, Fernando Gago, Hernán Barcos e outros. Além disso, não conseguiu renovar o contrato do atacante Robinho, que foi para o futebol chinês.
O clima interno é de desconfiança entre aliados do presidente Modesto Roma Júnior e outras frentes pelo fato de que todos os nomes procurados têm vazado e dificultado as transações. Os mais recentes foram o zagueiro João Carlos, oferecido após atuar no futebol russo, e o volante Deivid, do Atlético-PR.
Santistas reclamam, principalmente, da atuação do superintendente de esportes, Dagoberto Fernando dos Santos, responsável por contratações contestadas até então: os meias Rafael Longuine e Marquinhos, os atacantes Nilson e Neto Berola, além de outros nomes que chegaram no início do ano como Chiquinho e Marquinhos Gabriel.
Com Leandro, a única contratação recente, até então, o nome também vazou e a negociação por pouco não foi abortada, após negativa inicial do diretor Alexandre Mattos.
Em junho, o Santos sofreu quatro modificações na composição original do Comitê Gestor, grupo formado por sete membros que toma as decisões no clube. O presidente exonerou dois deles justificando quebra na relação de confiança e pelo vazamento de informações internas à imprensa. Outros dois não concordaram com a decisão do mandatário e pediram para sair.