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F. Silva promete "mimar" sócios e quer três reforços de peso

26 nov 2014 - 10h38
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Fernando Silva, candidato da chapa Mar Branco
Fernando Silva, candidato da chapa Mar Branco
Foto: Divulgação Facebook oficial da Mar Branco

Fernando Silva quer retomar o que parou em dezembro de 2011 no Santos. Aos 58 anos, o engenheiro químico de formação que trabalhou no mercado de venda de ingressos, agora deseja a presidência apoiado por ninguém menos do que o seu "tutor", o ex-presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro. Já com a experiência de uma eleição perdida, em 2001, entra no mais disputado pleito da história do clube prometendo mudanças e, principalmente, a recuperação do projeto que se perdeu com os antigos aliados.

Após Nabil Khaznadar e José Carlos Peres, o Terra segue nesta quarta-feira com a série de entrevistas com os cinco candidatos à presidência do Santos, que respondem aos mesmos 15 questionamentos propostos pela reportagem.

Entre os seus principais planos, o candidato da Mar Branco, última chapa a ser registrada, promete que usará de sua experiência para premiar os "santistas de carteirinha" e pela modernização da Vila Belmiro. Fernando não se opõe a Doyen, abrindo a porta para investidores, diz que retomará o projeto de fustal e do futebol feminino e visa a contratação de "mais dois ou três jogadores do mesmo nível" de Robinho para 2015.

Veja, na íntegra, a entrevista exclusiva com o candidato Fernando Silva:

Terra - Por que deseja ser presidente do clube e quais são seus projetos a curto prazo?

Fernando Silva - Tive o prazer de comandar o futebol do Santos em 2010 e 2011, quando montamos o time que conquistou três estaduais, uma Libertadores e uma Copa do Brasil. Logo no início do trabalho, recebemos o clube em uma situação delicadíssima, com muitas dívidas, apenas coadjuvante nas competições, marketing produzindo poucos resultados, contratos mal costurados, enfim, algo muito semelhante ao que vemos hoje. Ver o clube novamente nesta situação e constatar que aquele projeto que iniciamos há cinco anos, e que já vinha rendendo alguns frutos, foi trocado por uma vontade incontrolável de permanecer no poder. No curto prazo, nosso foco estará concentrado na solução para essa dívida, sobretudo no montante que deve ser pago nos próximos meses, na montagem de um time que, de fato, entre nas competições com chances de título, definir projeto de modernização da Vila Belmiro e fazer com que o Sócio-Rei tenha benefícios reais para o torcedor, o principal deles será garantir acesso gratuito ao estádio para os frequentadores mais assíduos. Em nossa gestão, o "santista de carteirinha" não pagará pelo ingresso.

Terra - O Santos vive uma série crise financeira que resultou em atrasos salariais em 2014. Há um plano emergencial caso vença a eleição?

Fernando Silva - Precisamos, de imediato, abrir contato com os credores do clube para buscar uma renegociação dessas dívidas. Sabemos que muitos deles estão predispostos a conversar. Apenas por dizer que temos essa intenção, já fui procurado por alguns com a sinalização de que é possível. Teremos uma equipe competente e experiente dedicando-se exclusivamente ao tema.

Terra - Acredita que, em um primeiro momento, precisará apelar para empréstimos bancários ou vender jogadores para fazer caixa e amenizar os quase R$ 400 milhões em dívidas?

Fernando Silva - Sabemos que a situação é crítica, mas não temos, em detalhes, o tamanho desse problema e quais recebíveis o clube tem para o próximo ano. O que podemos adiantar é que já vivemos algo bastante semelhante em 2010 e conseguimos levantar o montante necessário, por meio de patrocínio e outras renegociações, sem empréstimos ou venda de atletas.

Terra - Sobre o Damião, ele foi comprado pela Doyen Sports. O que achou do negócio e o que pensa em fazer sobre? A relação com a Doyen será mantida para outros investimentos?

Fernando Silva - A compra do Leandro Damião é o símbolo da atual gestão. É a prova de que não entendem do mercado do futebol, de que não conhecem procedimentos básicos que devem ser tomados em uma transferência desse porte, como simples exames médicos, e de que não estão preocupados com a saúde financeira do clube. Precisamos deixar claro que o atleta não tem culpa alguma nesta negociação. Ele é jogador do clube e merece todo apoio da diretoria e dos torcedores. Sobre relação com investidores, teremos com todos aqueles que quiserem construir com o clube e não se aproveitar dele.

Terra - O senhor é a favor do Comitê de Gestão? Pensa em uma possível nova reformulação estatutária para acabar com o formato? Quem serão os sete integrantes do Comitê?

Fernando Silva - O que precisa ser alterado no Comitê de Gestão é o formato de atuação. Ele foi criado para ter a função semelhante a um Conselho de Administração, com participação em assuntos estratégicos. O CG de hoje decide até pela troca do ascensorista da Vila Belmiro. Quando assumirmos o clube, isso será consertado. Quanto aos nomes, já temos três definições: Márcio Quixadá, advogado tributarista e societário, Rogério Mathias Conde, advogado e empresário, e Luiz Antonio Ruas Capella, advogado e empresário. Já temos algumas opções para as outras quatros, mas estamos no processo de decisão. Os escolhidos serão confirmados em breve.

Terra - Como vê a relação entre o clube e a CBF, o que pensa? Pretende modificar algo? Incumbir alguém para se aproximar da entidade?

Fernando Silva - O Santos precisa ter uma relação próxima às entidades que dirigem o futebol. Não apenas para se fortalecer em relação às suas demandas, mas pela importância que o clube sempre teve no cenário nacional. Teremos uma gestão que governe para dentro e para fora. Já possuímos um bom convívio com os principais dirigentes do Brasil e intensificaremos após vencermos as eleições.

Terra - Sobre a Vila Belmiro, quais são seus projetos para o estádio? Pensa na reforma para ampliação? Reestrutução completa em formato das novas arenas?

Fernando Silva - Já temos desenhado um processo de modernização para a Vila Belmiro. Com a execução desse plano, permitiremos que o torcedor tenha conforto e segurança nos jogos do clube. Independente da reforma, é fato que não podemos ficar atrás dos nossos rivais em termos de arena. Em seis meses decidiremos qual rumo será tomado.

Terra - Com o senhor, o Santos seguirá mandando jogos em São Paulo? Qual o projeto sobre o Pacaembu?

Fernando Silva - Nosso plano é equilibrar os mandos entre Vila Belmiro e Pacaembu de uma forma que atende a todos os santistas. Isso será feito a partir de um planejamento antecipado para que o torcedor se programe para acompanhar o time onde quer que ele jogue.

Terra - Pensa em fazer muitas mudanças no elenco, comissão técnica e com relação aos dirigentes? Zinho, André Zanotta e Sandro Orlandelli ficam? E pretende manter o técnico Enderson Moreira?

Fernando Silva - Gosto do perfil do Enderson Moreira, mas tanto ele, quanto os demais membros do departamento passarão por uma avaliação dos nossos profissionais de futebol para que uma decisão seja tomada. Quanto ao elenco, iremos unir os bons valores que lá estão a contratações estratégicas que possam transformar esse grupo em um time com chance real de brigar por títulos em todas as competições de 2015.

Terra - O Santos teve um rápido crescimento em seu quadro associativo nos últimos, mas estagnou. O que pretende mudar ou acrescentar no programa Sócio Rei?

Fernando Silva - O Sócio Rei voltará a ter o respeito e a importância que merece. Ampliaremos em quantidade e qualidade os benefícios do programa. O principal atrativo será que os associados mais assíduos não pagarão pelas entradas em jogos do clube como mandante. Como disse anteriormente, o "santista de carteirinha" não pagará ingresso.

Terra - Como tem visto as terceirizações de alguns departamentos pelo clube? Pretende acabar com isso?

Fernando Silva - O que o Santos precisa é de profissionais qualificados e com experiência em suas áreas de atuação, não um cabide de empregos e para apadrinhados políticos. O que vale é a competência e não se são terceirizados, ou não.

Terra - Pensa em retomar modalidades como o futsal e o futebol feminino, extintos na atual gestão? O que pode falar sobre os projetos?

Fernando Silva - Queremos que o Santos volte a ter equipes fortes não só no futebol feminino e no futsal, mas também em outras modalidades olímpicas. Teremos uma atenção especial de nossos profissionais na busca de patrocinadores e apoiadores, para que esses projetos tenham sucesso mas não gerem complicações financeiras para o clube.

Terra - A que atribui a falta de um patrocínio master há quase dois anos? O que pretende fazer e melhorar no marketing para conseguir um acordo?

Fernando Silva - Temos uma camisa muito forte. Muitas empresas querem ter seu nome vinculado a um clube tão importante para o futebol mundial. E é isso que vamos mostrar quando voltarmos à administração. Aliaremos nossa credibilidade a uma equipe reconhecida pelo mercado para que a marca Santos seja tratada com seu devido valor. Nosso departamento de marketing será formado por profissionais que tenham currículo e não acordo político.

Terra - Acredita que conseguirá manter o Robinho para 2015? Planeja o que para fazer isso? Trará outros jogadores de nome para a temporada?

Fernando Silva - Não mediremos esforços para que ele fique até o final do contrato, ou quem sabe ainda mais. Em nosso planejamento está a contratação de mais dois ou três jogadores do mesmo nível para reforçar o elenco.

Terra - Quais são suas propostas para as categorias de base? O que precisa mudar?

Fernando Silva - Vamos retomar os investimentos na base. Nosso principal ativo foi esquecido. Nossa fábrica de craques será uma de nossas prioridades. Precisamos formar talentos com o DNA ofensivo do Santos. Todas essas categorias respeitarão o padrão tático do time principal e a utilização dos garotos na equipe de cima será feita com processo e planejamento, e não como alternativa emergencial.

Fonte: K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME
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