Filho relata sofrimento de Zito: “foi melhor assim"
O velório do bicampeão mundial pelo Santos e pela Seleção Brasileira, José Ely de Miranda, o Zito, ficou marcado, também, pelo relato de seu sofrimento por alguns dos familiares. O ex-volante e dirigente faleceu na noite de domingo, aos 82 anos, devido a uma insuficiência respiratória, problema que já o cercava há dois meses. A cerimônia acontece no cemitério Memorial Necrópole Ecumênico, em Santos.
“Foi melhor assim para que não sofra mais, nos sensibilizávamos muito com isso. O carinho dos amigos e da família, agora, nos confortam. Os últimos momentos foram de muito sofrimento, em que vimos as dificuldades respiratórias, e ele partir, mas o que todos podem levar são as lembranças dele”, disse José Ely de Miranda Júnior, que ainda completou: "que lembrem dele como ídolo, a figura nacional de exemplo e determinação, de profissionalismo, de amor pelo Brasil e pelo futebol”.
No último ano, Zito ficou 32 dias hospitalizado, grande parte em tratamento na unidade intensiva, em decorrência de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico. Desde agosto, o ex-jogador seguia o tratamento Home Care, acompanhamento hospitalar a domicílio, que evita a permanência prolongada no hospital e diminui os riscos de infecções.
O velório começou às 8h (de Brasília) e foi até as13h. Na sequência, o carro que levará o corpo do ex-capitão santista passará pela Vila Belmiro, onde acontecerá uma queima de fogos. O enterro ocorrerá às 16h30, em Roseira, cidade do interior paulista em que nasceu.
Já estiveram pelo local o ex-presidente Marcelo Teixeira, o atual técnico santista, Marcelo Fernandes, além de ex-companheiros como Mengálvio, Pepe, Coutinho, Clodoaldo, Negreiros e Manoel Maria. Pelé, que está nos Estados Unidos, enviou uma coroa de flores ao ex-companheiro de Santos e Seleção e não comparecerá.
Pelo Santos, Zito atuou de 1952 a 1967, em 727 jogos, marcando 57 gols. No período, conquistou cinco vezes a Taça Brasil, dez Estaduais, duas Copas Libertadores e dois Mundiais, ambos em 1962 e 1963. Pela Seleção, ganhou as Copas de 1958 e 1962, marcando, inclusive, um dos gols na final contra a Checoslováquia, na conquista do bicampeonato. Posteriormente, voltou ao clube recentemente para trabalhar como observador, sendo um dos descobridores de Robinho, Neymar e Gabriel.