PUBLICIDADE
Logo do Santos

Santos

Favoritar Time

M. Fernandes usa ensinamentos de 2015 e se vê pronto para ser técnico

A rotina de Marcelo Fernandes no Santos hoje é bem diferente da de um ano atrás. Sempre muito influente junto aos atletas, seu trabalho feito nos bastidores e de auxílio a Dorival Júnior nos treinos e nos jogos é visto como fundamental no clube, onde ainda é muito querido por grande parte das pessoas. Mas, […]

28 mai 2016 - 09h23
Compartilhar
Exibir comentários

A rotina de Marcelo Fernandes no Santos hoje é bem diferente da de um ano atrás. Sempre muito influente junto aos atletas, seu trabalho feito nos bastidores e de auxílio a Dorival Júnior nos treinos e nos jogos é visto como fundamental no clube, onde ainda é muito querido por grande parte das pessoas. Mas, em 2015, sua função era à beira do campo, comandando a equipe nos jogos. E à época, Fernandes também não conseguiu fazer com que o Santos arrancasse bem no Campeonato Brasileiro logo após a conquista de um título Paulista. A história começa a se repetir em 2016 e o sinal de alerta já foi ligado.

“Isso vem desde 2003, com o início dos pontos corridos. Você ganha um campeonato nas dez últimas rodadas, mas você perde um campeonato nas dez primeiras rodadas. Nós procuramos trabalhar isso junto aos jogadores, internamente, e eles também já assimilaram isso. Sabemos que o começo do campeonato é importante, ainda mais esse, que está bem nivelado. Você vê o Corinthians, que estava em 15ª, ganhou um jogo e ficou no G4. É assim, quem puder pegar uma gordura agora lá na frente vai ajudar bastante”, explica Fernandes à Gazeta Esportiva, logo após mais um dia de trabalho no campo do CT Rei Pelé.

Coordenador da comissão técnica permanente do Peixe, Marcelo Fernandes deixou de ser técnico do Santos por conta dos maus resultados nas primeiras rodadas do Brasileirão do ano passado. Foram apenas duas vitórias nos 12 jogos iniciais, o que levou a equipe à zona de rebaixamento e culminou na chegada de Dorival. Depois de três rodadas da edição deste ano, o time iguala a campanha de uma vitória, um empate e uma derrota.

“A diferença que a gente pode falar é que é mais um ano de experiência, mais um ano que fez falta no final. Você vê o Brasileiro que o time fez com a chegada do Dorival e a volta dos atletas, quando a equipe encaixou e foi embora. Esse começo é importante para isso. A tecla que a gente bate é essa”, conta.

Aos 45 anos, sempre muito carismático e enérgico ao mesmo tempo, Marcelo Fernandes faz questão de mostrar toda sua gratidão ao Santos, clube que defendeu postado na zaga nos anos 90, antes de retornar em 2011 como auxiliar, mas mantém vivo seu desejo em voltar a trabalhar como treinador efetivo.

“(A vontade) não morreu. Pelo contrário. Gostei do que eu fiz, gosto do que eu faço e quero mais. Se eu falar que não quero ser treinador é até uma incompetência da minha parte. Não posso nem falar um negócio desse”, afirmou o responsável por 13 vitórias, sete empates e oito derrotas do Peixe em 2015. Propostas apareceram, mas ainda não cativaram Marcelo Fernandes a ponto de largar a Baixada Santista.

“Sempre tem. Apareceram muitas coisas. Mas não adianta a agente ser olho grande, tem ser um projeto bom. Eu hoje estou muito feliz no Santos, feliz mesmo, de coração. E a vida é um aprendizado. Eu sou um privilegiado de ter trabalhado com Muricy, Claudinei (Oliveira), com Oswaldo (de Oliveira), Enderson (Moreira), e hoje poder estar com o Dorival. Acho que só está somando na vida e quando acontecer (de ser treinador de novo) eu vou estar preparado”, garante.

Confira mais trechos da entrevista exclusiva com Marcelo Fernandes:

Desde o ano passado o Santos vem com essa dificuldade em ganhar fora de casa. Vocês já encontraram uma explicação para isso?

Não tem explicação. Acho que o grupo não tem nenhum tipo de ansiedade quanto a isso. A equipe quer ganhar jogos fora, sim, com certeza, como foi esse do Figueirense, como foi ano passado, contra o Atlético-PR, por exemplo, em que o Ricardo (Oliveira) perdeu um pênalti e explodiu uma bola no travessão de dentro da pequena área. Então, acho que isso é tudo conversa e daqui a pouco o Santos vai lá e vai ganhar três, quatro, dez jogos fora e com certeza isso vai acabar. A equipe está tranquila quanto a isso, não está ansiosa. Ansiosa em conseguir as vitórias, seja na Vila ou fora, sim.

Mas o atacante Paulinho admitiu que existiu uma acomodação do elenco depois do título Paulista. Houve alguma conversa interna para acabar com o oba-oba?

O toque foi dado a partir do momento que acabou o campeonato Paulista. Assim como aconteceu ano passado, porque é involuntário do jogador. Não é que ele queira fazer isso, mas é involuntário. Ele nem nota, mas está acomodado. Fomos para o jogo de Minas Gerais, tomamos o gol e quisemos acordar, mas não deu mais tempo. E a gota d’água veio contra o Coritiba. A equipe venceu, mas realmente, em termos de marcação e de entrega, foi muito pouco perto daquilo que a gente sabe que tem que fazer para conquistar as vitórias. Já nesse jogo em Florianópolis a equipe foi muito bem. Infelizmente, tomamos um gol no final, mas a equipe já mostrou uma evolução muito grande.

E você tem um papel importante nesse momento. Muito se fala que o Dorival fala mais com o grupo reunido e você é o cara das conversas mais reservadas…

Eu tenho realmente um grau de amizade e de trabalho muito bom com todos no grupo. O trabalho que eu tenho hoje é esse, de filtrar muita coisa e deixar o Dorival cada vez mais precavido de coisas que ele não tenha até tempo de ver. E cabe a nós, o estafe que está no dia a dia, olhar isso. E o Dorival é um cara que me deixou à vontade para isso. Graças a Deus está dando certo, o grupo aceita muito bem e é assim que funciona. Foi quando eu era treinador e agora nessa função, não tem essa. O jogador tem que ser cobrado. Futebol só existe com cobrança Acomodação não dá. E esse é o meu papel hoje, trabalhar para o Santos, deixar o jogador sempre municiado de todo tipo de informação para que a gente consiga nossas vitórias.

Você também foi zagueiro no Santos. Chegou a conversar com Gustavo Henrique após a expulsão dele contra o Figueirense? Não acha que era melhor ele ter falado à imprensa ao invés de se calar diante de tanta reclamação da torcida?

Ele não tem que pedir desculpa de nada, não. Foi um lance fora da realidade dele de jogo. Foi um lance que eu até conversei com ele depois, no quarto do hotel, de boa. Ele é um moleque reservado. Cada jogador tem um tipo de comportamento diante de uma situação. Acho que ele não quis falar com vocês (jornalistas) não por maldade. Ele estava realmente de cabeça quente, está triste. Isso nunca aconteceu para ele. Ele pensou em uma coisa na jogada e o que aconteceu foi até mesmo um lance nada a ver. Ele mesmo ficou admirado por tudo que aconteceu, mas é aprendizado para ele. É um grande jogador, já provou isso, prova isso a cada dia, e a torcida está no papel dela. É assim mesmo. Cobra, não gosta, mas culpado de empate, não. Isso é bom para ele. Amadurece ele cada vez mais.

E quando a gente vai te ver como treinador de novo?

Cara, eu gosto do que eu faço, gostei do que eu fiz, quero fazer muito mais, você pode ter certeza. E o futuro a Deus pertence. As coisas vão se encaminhar na hora que tiver que se encaminhar. Mas é uma coisa que à época, quando me perguntavam se eu queria ser treinador, eu dizia: ‘eu vim de uma reunião com meu presidente em que foi falado que eu vou ser interino. Como é que eu vou chegar na bancada e falar que eu quero ser treinador?’ Lógico que eu quero. Mas, estou muito feliz no clube, na posição que eu exerço hoje, só tenho a agradecer a essa diretoria. E eu estou pronto, gostei do que eu fiz, senti o gostinho da vitória e, com certeza, eu quero mais.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
Compartilhar
Publicidade
Publicidade