/images.terra.com/2015/05/21/santos.png "Logo do Santos")
Missões de Enderson: resgatar Damião e aproveitar jovens
A escolha de Enderson Moreira como sucessor de Oswaldo Oliveira foi quase unânime dentro do Comitê Gestor do Santos. Enderson era, ao lado de Ney Franco, um dos dois concorrentes a sucessores de Claudinei de Oliveira, atualmente no Paraná, no fim último ano e foi visto como "uma oportunidade perfeita" para o momento. A aposta tem como principal plano resgatar o centroavante Leandro Damião, maior contratação da história do clube, motivada pelo trabalho feito com Walter, no Goiás. O histórico do novo treinador em seu principal trabalho na carreira, no entanto, não ajuda na expectativa por promoção e evolução de jovens promessas.
"Psicologia Walter" para recuperar Damião
Foi o responsável por impulsionar a carreira do então desconhecido Leandro Damião no Internacional. O treinador deu ao camisa 9 as primeiras chances no comando da equipe B, em 2010, em ataque que montou, justamente, ao lado de Walter. Bastaram poucos jogos para explodir e integrar o elenco principal.
A diretoria do Santos enxerga Enderson como o homem ideal para motivar o abalado Damião e usar de psicologia similar a empregada com Walter, a quem bancou mesmo com uma enxurrada de críticas por atuar acima do peso. Internamente, o treinador era visto como um dos poucos a entender o polêmico goleador.
Oswaldo, por sua vez, defendeu publicamente o centroavante até o fim, mas foi minado, justamente, pela desvalorização do atleta. Dizia, constatemente, acreditar na sua evolução, mas não refutava em colocá-lo no banco.
Barrou Damião no início do Campeonato Brasileiro, pouco antes da pubeíte que o afastou por quase três meses. A última foi a gota d'água para a diretoria, quando preteriu o atleta mais caro da história do futebol brasileiro para escalar Rildo, discreto na derrota por 1 a 0 pra o Botafogo, no domingo.
Trabalho com base à prova
A contrapartida, no entanto, é a utilização dos jovens. Quando chegou ao Goiás, ainda na segunda metade de 2011, Enderson Moreira tinha como principal cartaz seu bom trabalho desenvolvido nas categorias de base de Cruzeiro e Internacional, mas, jamais, mesmo com as conquistas do Brasileiro da Série B e o bicampeonato goiano, impulsionou os garotos no Serra Dourada.
Com o vice-campeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2013, para o próprio Santos, passou a ser pressionado para aproveitar os garotos no profissional. Enderson chegou a subir alguns atletas, escalou em alguns jogos, mas não deu sequência maior.
A pressão por parte da imprensa e até de alguns dirigentes se dava pela preferência a jovens que não vinham da base esmeraldina como Eduardo Sasha, Welinton Júnior e Léo Bonatini. Valores como o atacante Erik, os laterais Mário Sérgio e Clayton Sales, o meia Liniker, além do zagueiro Pedro Henrique e Felipe Macedo eram pouco utilizados.
Presidente à época, João Bosco Luz chegou a cobrar publicamente algumas vezes a maior utilização dos garotos da base. Quando deixou a presidência, João Bosco citou que um dos pontos falhos de sua gestão foi não ter revelado jogadores, apesar da geração promissora.
No Santos, Oswaldo ganhou pontos pela utilização dos jovens. Subiu todos os titulares da nova geração campeã da Copinha, em 2014, impulsionou Gabriel Barbosa a realidade e artilheiro santista na temporada, levou Geuvânio a condição de revelação do Campeonato Paulista e utilizou uma série de garotos. Do atual elenco, 22 dos 38 jogadores são revelados do clube.
A diretoria acredita em um desfecho diferente, principalmente, pelo encerramento da janela de transferências. Sem opções, Enderson precisará olhar ao próprio jovem elenco.
Apresentação
Enderson Moreira deve ser apresentado na tarde desta terça-feira, no CT Rei Pelé, pelo presidente Odílio Rodrigues. O treinador assinará ate dezembro de 2015 e já deve, inclusive, comandar a primeira atividade com os novos comandados.
