Santos promete "treino especial" a Monar; ex-diretor recorda exageros
- Klaus Richmond
- Direto de Santos
O Santos já não vê mais Diego Monar como recuperável e assegura nunca ter dificultado possíveis propostas pelo zagueiro. O clube justifica o esquecimento ao jogador a tentativa de consolidar, após quase quatro meses em 2012, um grupo com outros atletas não utilizados sob contrato para "treinos especiais", em horários alternativos a exemplo do goleiro Fábio Costa.
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"Ele não está jogando, mas não dificultamos nenhuma situação. Não faria sentido", disse ao Terra o vice-presidente Odílio Rodrigues. "Estamos formando um grupo de jogadores que não são utilizados e a partir desta semana serão chamados. Ele (Diego Monar) é um atleta como outro qualquer, pagamos os seus salários e mantemos o contrato", completou.
Monar afirmou à reportagem que já teve empréstimos dificultados por altas pedidas de liberação. O principal foi para o Inter de Santa Maria-RS, quando alegou que o clube se recusou a pagar a taxa de transferência em torno de R$ 4 mil.
"Eles pediram o Diego emprestado, o Santos liberou pagando o salário integralmente. Cabe ao clube que solicita pagar a taxa de transferência. Eles não quiseram e ele não foi", explicou Odílio.
A versão sobre possíveis referências negativas foi confirmada por Adilson Durante Filho, antigo diretor da base e do time profissional até o fim de 2009. "Não podíamos mentir com relação a um atleta. Os clubes queriam saber se de fato ele tinha problemas extra-campo", afirmou o ex-dirigente.
Durante explicou que ainda tentou ajudar Monar em transferência para o Comercial no último ano, a pedido de Márcio Fernandes, então técnico do clube de Ribeirão Preto com quem trabalhou na base santista, e que cansou de aconselhar a jovem revelação com relação aos excessos.
"Tentamos de tudo. Acreditávamos nele. Apostamos alto, mas ele não quis ser ajudado. Eu mesmo sentava em uma mesa com ele e conversava, mas entrava por um ouvido e saía pelo outro. Ele já bateu o carro, chegava com cara de ressaca no treino. Se estragou", relatou.
O ex-dirigente ainda afirmou ter sido o responsável pela indicação do zagueiro para a Seleção Sub-18, mais especificamente para o então coordenador Branco. Ele alega que Monar nunca prejudicou ex-companheiros e que apresentava necessidade de noitadas até mesmo em excursões da base do Santos para a Europa.
O zagueiro se considera culpado pelos erros do passado e costuma destacar Paulo de Carvalho, subdiretor da base em 2010, como o dirigente que mais o ajudou. Carvalho diz que poucos entendiam a tentativa de reeeguer um jogador quase irrecuperável e que chegou a ser chamado de "pai" de Monar por pessoas do clube.