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Contusões, títulos, atritos e paternidade; veja passagem de Ganso pelo Santos

21 set 2012 - 11h25
(atualizado às 18h16)
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João Henrique Marques
Klaus Richmond
Direto de São Paulo

Paulo Henrique Ganso finalizou na madrugada desta sexta-feira a história de mais de oito anos no Santos. Entre quase desistência do futebol, inúmeras contusões, cinco títulos, atritos com a diretoria e, por fim, uma paternidade inesperada, o camisa 10 terminou a passagem conturbada e vitoriosa pelo Santos. Em caminho similar ao de Pita, também ex-Menino da Vila negociado com o rival, relembre fatos marcantes da passagem de 161 jogos e 36 gols pelo clube alvinegro.

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Pelo dedo do Messias

Aos 15 anos, em 2005, Ganso aporta no Santos para teste trazido pelo então "padrinho" Giovanni, principal ídolo santista na década de 90. Se firma e ganha o apelido de Ganso de um antigo roupeiro das categorias de base do clube. Funcionário brincava: "lá vem mais um ganso fazer teste".

Primeira lesão

Em 2007, ainda na base, Ganso rompe o ligamento cruzado anterior com o menisco lateral do joelho direito. Demora pouco mais de seis meses para retornar após cirurgia com o então médico santista Joaquim Grava. Só estrearia como profissional no ano seguinte.

Enfim, estreia

Após boa participação na Copa São Paulo que teve Tiago Luís como protagonista, Ganso ganha a primeira renovação de contrato, até 2013, em janeiro. Pouco depois, estreia pelo Santos na derrota por 2 a 1 para o Rio Preto, no Estádio Anísio Haddad, pelo Paulista. Meia faz a assistência para o gol de Renatinho.

A reprovação de Leão

Pouco aproveitado e visto como um jogador excessivamente lento por Emerson Leão, cai no esquecimento com o treinador, que ainda confessa que chegou a escalá-lo para provar ao então presidente do clube, Marcelo Teixeira, que o jogador não tinha o potencial esperado.

Despromoção

Além do desprestígio, é devolvido à base por Leão. Aumenta a má fase com a chegada do Cuca, que o renega, novamente, após voltar ao time de cima com a indicação de Marcelo Teixeira, então presidente. "Quando voltou do profissional pela segunda vez estava muito decepcionado", relata Narciso, técnico no sub-20. Meia quase largou o futebol e foi seguir faculdade de medicina, conforme matéria do Terra.

Volta por cima

Ganso termina o ano bem. É campeão paulista sub-20 e volta a treinar entre os profissionais em 2009, a pedido de Márcio Fernandes, ex-técnico na base. Técnico logo é demitido e Ganso volta a ser relacionado para um jogo. Sob olhares atentos de Vagner Mancini, técnico já contratado, entra aos 30min do segundo tempo, marca um gol e passa a mudar o seu rumo no clube.

Primeira final

De esquecido a titular absoluto com Mancini, chega com Neymar à primeira final da carreira, do Campeonato Paulista, contra o Corinthians. Santos perde o primeiro jogo para o rival por 3 a 1, na Vila Belmiro, empata o segundo, no Pacaembu, e fica com o vice.

Reserva com Luxa

Meia chega a ir para a reserva com o treinador, mas se recupera rapidamente e volta ser fundamental. No caminho, ainda volta com moral após participação em camanha no vice-campeonato mundial Sub-20 e ganha a camisa 10.

Melhor fase

Ao lado de Neymar, inicia a melhor fase da carreira com a chegada de Dorival Júnior, em janeiro de 2010. Futebol se destaca em time super ofensivo com ataque formado por Neymar, Robinho e André.

Novo contrato

Assim como Neymar, Ganso renova o contrato e passa a receber os R$ 130 mil mensais até a saída do Santos. Multa é fixada em 50 milhões de euros e novo acordo é válido até fevereiro de 2015.

Indisciplina

Ganso desliza disciplinarmente pela primeira vez. Meia, Neymar, Madson e André se apresentam atrasados à concentração para partida contra o Atlético-GO e acabam afastados do confronto por Dorival.

Primeiro título

Fundamental, Ganso ganha o primeiro título pelo Santos em final dramática contra o Santo André, no Estádio do Pacaembu. Camisa 10, 17 na ocasião pela presença de Giovanni, protagoniza atuação épica e lance inesquecível em que se recusou a ser substituído.

Interesse francês

Valorizado, Ganso recebe a primeira proposta oficial, do Lyon (França). A oferta de cerca de 15 milhões de euros é prontamente rejeitada pela diretoria santista.

Astroscopia

Ganso anuncia que aproveitará congelamento no calendário devido a Copa do Mundo para ser submetido a uma artroscopia no joelho direito devido a uma sinovite, inflamação da membrana interna do joelho. Volta em 45 dias.

A segunda conquista

Mesmo longe de 100% de sua condição física, Ganso joga a decisiva final da Copa do Brasil contra o Vitória, em Salvador, e ganha o segundo título pelo Santos com derrota por 2 a 1 no Barradão após vencer a primeira partida por 2 a 0, na Vila Belmiro.

Nova lesão

Ganso sofre novo revés em jogada individual durante jogo contra o Grêmio, em agosto de 2010. Meia tem lesão ligamentar detectada, semelhante a que teve na base, mas no joelho esquerdo. Operação acontece dias depois, em São Paulo, com o médico José Pécora.

Não ao "plano de carreira"

No mesmo dia do anúncio da lesão, o Santos se reúne com o estafe do jogador para apresentar o que garantia ser semelhante aos números de Neymar em seu "plano de carreira" que o segurou no País diante das investidas do Chelsea, da Inglaterra. Dois meses depois, mesmo com novos encontros, meia rejeitou alegando não julgar vantajoso ceder 30% de sua imagem (detinha 100%) por R$ 1,5 milhão anuais em ações de marketing e reajuste salarial de R$ 275 mil.

Desabafo do esquecido

Após as rejeições ao novo contrato proposto pelo Santos, Ganso, em fase final de recuperação de lesão ligamentar, desabafa em coletiva no início de 2011, a sua última pelo clube. Meia diz ter ficado "triste e chateado por não ser valorizado" e que até mesmo a Inter de Milão, interessada em seu futebol, o valorizava mais do que o Santos. Ganso indica que a contusão gerou um esquecimento dos dirigentes santistas.

O retorno após sete meses

Recuperado da lesão, Ganso é relacionado em meio a polêmica de renovação com o Santos para partida contra o Botafogo-SP, na Vila Belmiro. Meia entra no segundo tempo da partida, inicia a jogada do primeiro gol, marcado por Elano, e faz o segundo santista, da virada, selando a volta triunfal.

Sozinho

Sem Neymar, Elano e Zé Eduardo, Santos joga a vida na Libertadores contra o Cerro Porteño. Ganso brilha, tem atuação de gala e comanda o Santos a vitória por 2 a 1 em Assunção que dá o gás para a futuro título santista na competição.

Lesão muscular

Ganso sofre nova lesão, desta vez muscular, grau 2, no músculo reto anterior da coxa direita na primeira final do Campeonato Paulista contra o Corinthians, no Estádio do Pacaembu. Prazo do departamento médico santista é de, pelo menos, seis semanas.

Nova conquista

Sem jogar a decisiva final na Vila, Ganso só assiste a vitória do Santos por 2 a 1 e ganha o terceiro título pelo clube. Meia passa a ser cogitado como possível reforço do Corinthians, mas tratativas acabam fracassando.

Volta pontual

Em recuperação intensiva, Ganso retorna para a decisiva final da Copa Libertadores, contra o Peñarol. Meia joga longe de seu auge físico, mas ajuda o Santos a vencer por 2 a 1 no Pacaembu e reconquistar a América após 48 anos.

Nova lesão muscular

Ganso é convocado para amistoso contra a Gana, mas deixa o campo logo nos primeiros minutos e tem confirmada lesão grau dois no músculo posterior da coxa esquerda, aumentando sua sina de contusões na temporada. Meia fica mais de dois meses em tratamento intensivo antes de retorno para não ver prejudicada a aparição no Mundial de Clubes, em dezembro.

Polêmica no Mundial

Já no Japão, Ganso admite que negociou os 10% que dos direitos econômicos que lhe cabiam com o Grupo DIS por R$ 5 milhões e aumenta acirramento entre grupo de investidores e o Santos em meio à competição. Após o Mundial, Ganso notifica o Santos e dá a chance de clube cobrir a proposta. Santos opta por não adquirir o percentual.

Aprendizado com o Barça

Ganso diz que Santos "aprendeu" com a derrota por 4 a 0 para o Barcelona em Yokohama, no Japão. Camisa 10 elogiou, principalmente, Xavi, uma de suas referências e autor de um dos gols na final.

A vez do Porto

Santos recebe proposta do Porto pelos 45% dos direitos econômicos que o clube detém do jogador. Presidente Luis Álvaro Ribeiro ironiza a investida portuguesa dizendo que "é cômica" e sugere "erro de digitação" na confecção da mesma. Clube recusa de pronto a investida.

De volta a melhor fase

Ganso inicia ano bem fisicamente e em seu auge técnico. Distribui assistências e marca gols no Campeonato Paulista e Libertadores e passa a ganhar constantes elogios do técnico Muricy Ramalho.

O último título

Em alto nível, Ganso ganha, mais uma vez, o Campeonato Paulista marcando, inclusive, gol na primeira final contra o Guarani. Foi o último título pelo Santos, o quinto no total conquistado pelo clube.

Nova artroscopia

Jogando no sacrifício, com infiltrações, Ganso faz parada estratégica para ser submetido a nova astroscopia no joelho direito após vitória contra o Vélez Sarsfield na Libertadores. Programação inicial do Santos previa meia, pelo menos, fora da primeira semifinal contra o Corinthians. Ganso se "interna" no CT para sessões triplas de fisioterapia diárias e joga as duas semifinais. Depois, admite não ter atuado 100%.

Nascimento da filha

Em 22 de junho, nasce a primeira filha do meio-campista, Maria Victória, fruto de relacionamento não formal.

Novo "não"

Em meio a isso, Ganso oficializa nova negativa a proposta salarial do Santos negociada há mais de um mês. Jogador afirma que não gostou da oferta e que achou que viria coisa melhor.

Fracasso na Olimpíada

Longe do ideal, Ganso vai para a Olimpíada e retorna ao País cortado de amistoso contra a Suécia e com 45 minutos atuados nos Jogos Olímpicos de Londres, em campanha que rendeu a medalha de prata à Seleção. Meia, no entanto, diz que seguirá atuando pelo Santos.

Farpas

Em meio ao interesse são-paulino, Ganso e diretoria trocam farpas públicas. Jogador diz que presidente Luis Álvaro tenta jogá-lo contra a torcida e rebate a consideração de que teria falado que não jogaria mais pelo Santos. Em meio a isso, meia declara que "seria um prazer jogar no São Paulo", mas que possui contrato com o Santos.

Rejeição final

Ganso e Santos se reúnem em 31 de agosto para a última tentativa de renovação contratual do clube com o jogador. Reunião dura dez minutos, não conta com a presença do presidente Luis Álvaro Ribeiro, e meia sai decepcionado, afirmando a pessoas próximas que deseja deixar o clube.

A última lesão

No mesmo dia, a assessoria do clube justifica a ausência do jogador em treino devido a lesão na coxa esquerda, mais especificamente de transição da região miotendínea proximal do tendão reto femoral da região.

Revolta com exigências e faltas

Ganso fica revoltado com as exigências impostas pelo Santos na negociação com o São Paulo: pagamento à vista, cessão de percentual em venda futura e, posteriormente, a amortização de metade da dívida de R$ 8 milhões contraída pelo não repasse da venda de Wesley ao Werder Bremen, em 2010. Meia abandona o tratamento fisioterápico no Santos.

Intervenção e adeus

Inconformado pela não liberação para o rival, Ganso participa de reunião em São Paulo na manha de quinta-feira. Participação do jogador é efetiva e meia, à noite, vai à Vila Belmiro para assinar rescisão contratual com o Santos. Ex-camisa 10 santista agora utilizará o número 8 no São Paulo.

Em 2011, o meia conquistou o maior título de sua carreira: a Copa Libertadores da América
Em 2011, o meia conquistou o maior título de sua carreira: a Copa Libertadores da América
Foto: Fernando Borges / Terra
Fonte: Terra
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