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Odílio chora, se diz constrangido e promete lutar contra “malfeitores"

29 jul 2014 - 19h32
(atualizado às 23h47)
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O clima nos bastidores do Peixe se transformou em um pesadelo nos últimos dias após denúncias de opositores sobre sócios fantasmas, que ainda culminou com o veto do voto à distância, pela internet, já para as eleições de dezembro.

No entanto, nesta terça-feira, o clube divulgou parte de um material investigativo e apurado pela própria diretoria em que mostra ligação de líderes da oposição com a fraude dos sócios fantasmas.

Após uma apresentação de todo o caso e de como o clube colheu todas as informações, o presidente Odílio Rodrigues se pronunciou, mostrando um tom de constrangimento e irritação com todo o caso.

"Quero dizer a vocês que me sinto constrangido em ter que tratar de assuntos dessa natureza. Nunca imaginei que sendo presidente de um clube da grandeza do Santos teria que tratar de assuntos de polícia, de malfeitores, e não me sinto preparado na vida para tratar sobre esse tipo de assunto", iniciou Odílio perante aos jornalistas e pessoas da cúpula santista.

"Mas vi, há cinco dias, o nome do Santos exposto da pior maneira possível nos jornais, televisões e blocos esportivos. Vi a imagem do Santos, com seus cento e poucos anos, ser jogada da pior maneira possível, a diretoria, a própria instituição, foram difamados e tiveram uma imagem completamente ofendida, comprometida, causando incontáveis prejuízos à instituição do Santos Futebol Clube", disse o mandatário, usando inclusive o caso da busca por patrocínios como exemplo de problemas criados por toda a polêmica dos sócios fantasmas.

"Em momento que todos conhecem a dificuldade para conseguir patrocínio master, e negociamos com várias empresas, e essa imagem do Santos trouxe prejuízo a negociações que temos em aberto. Vi com tristeza que essas denúncias foram feitas um dia antes de votação importante que teríamos no Conselho Deliberativo. O estatuto mandava assim".

Durante seu pronunciamento, Odílio Rodrigues se mostrou consternado e buscando explicações para toda a polêmica em volta dos sócios que já estavam com as carteirinhas bloqueadas desde fevereiro.

"Esclarecemos a todos os conselheiros e colocamos em votação uma coisa que faria diferença fundamental ao Santos. Denúncias caluniosas tiveram interferência fundamental no resultado dessa votação. Essa fundação carrega nesse interior a proposta da administração, que desde que aqui chegamos era aumentar o número de associados. Queríamos democratizar, fazer com que todos os sócios participassem, temos sócios nos mais diversos lugares. Foram promessas de campanha, propostas que assumimos e implantamos. E me pergunto, qual o interesse de se manter, eu nasci aqui, minha família é daqui, ninguém é mais santista que eu, então, qual o interesse de um dia antes da votação divulgarem isso?", questionou.

"O Santos perdeu uma oportunidade, que espero que seja revista, de sair de situação de votação provinciana para virar situação universal. Há o interesse que esse colégio eleitoral seja pequeno e aqui seja colocado sob tutela de quem se propõe a isso, quando a proposta do conselho era liberar a participação ao maior número possível de associados. Era dar a chance a quem ganhasse a eleição dar a maior responsabilidade possível", avisou.

Odílio Rodrigues, ao comentar as fortes acusações sofridas por toda a diretoria, que afetaram até a vida intima e familiar do mandatário, chegou a ficar com dificuldades na fala e segurou o choro.

"Essas páginas de Facebook eram colocadas chamando a gente de ladrão, de safado, o Paulo Schiff de mentiroso. E com relação a mim, diziam que eu buscava casos com as funcionárias do Santos, e com quem não conseguia colocava na rua. Esses momentos que passamos aqui...temos mulher, filhos, netos, conhecidos na cidade. Todas as pessoas foram atingidas da maneira mais covarde possível", falou o presidente, usando o caso da tentativa de agressão após a goleada em cima do Corinthians, no início do ano, pelo Campeonato Paulista.

"E achamos que as pessoas que participaram desse movimento todo, com associações falsas, indevidas e inescrupulosas. Nunca imaginei ter que me dar com esse tipo de ser humano. Agressão física depois do Corinthians, que foi 5 a 1, tentaram nos agredir dentro de um carro. Tivemos que abrir inquérito policial".

Ao lado de Paulo Schiff, presidente do Conselho Deliberativo do clube, Odílio Rodrigues comentou o fato de não ir mais à Vila Belmiro em dias de jogos preocupado com sua segurança.

"Apreendemos com identificação dos IPs dos computadores de onde saiu tudo isso e logo teremos mais evidências a ser apresentadas a vocês. Descobrimos que o futebol é um meio que ou a gente enfrenta essas pessoas, tem presidentes que andam com seguranças e assim é com a minha vida aqui, perdi uma das maiores alegrias que tinha no aspecto lúdico, de ver o Santos jogar na Vila", antes de completar.

"Evito ir à Vila, precisa de esquema de proteção para não ser agredido, e o que às vezes a gente desanima é que ou a gente afasta esse tipo de gente do futebol, ou as pessoas de bem se afastam desses lugares. Esses oportunistas vão ocupar cargos e piorar cada vez mais o nosso futebol".

Por fim, o presidente do Peixe repudiou a atitude que, na opinião dele, só prejudicou a imagem do clube, mas não se colocou em momento nenhum contra o clube ter oposição.

"É reprovável buscar o poder usando armas desse tipo, prejudicando a imagem do clube se for necessário. É repulsivo termos oposição em um clube que expõe a imagem do Santos todos os dias ao ridículo. Uma oposição que deveria enriquecer a democracia que queremos aqui com conteúdo programático, discutindo conosco novas propostas ao clube, e que se tivesse propostas melhores, conquistasse o voto do associado".

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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