Santos expõe ligação de fraude eleitoral com oposição
A diretoria do Santos expôs nesta terça-feira nova versão sobre as acusações de fraude eleitoral, encabeçadas pela polêmica de sócios fantasmas com nomes pitorescos. A apresentação provou, sustentada por investigação realizada pelo próprio clube, a ligação de duas pessoas de um dos grupos oposicionistas, a Associação Terceira Via, aos endereços das carteirinhas fictícias de Alexandre Nardoni, acusado de matar a própria filha, Isabella, em 2008, e do mafioso Al Capone.
O encontro foi iniciado com a apresentação da "verdade sobre o episódio dos sócios fantasmas e suas carteirinhas". A exposição, mais uma vez, contou com o registro de todo o trabalho realizado pela empresa contratada pelo recadastramento do sistema de sócios, iniciada, segundo o clube, no primeiro trimestre deste ano.
Na sequência, foram explicadas as ligações dos dois nomes citados. O primeiro deles de Alexandre Nardoni, com endereço de correspondência cadastrado em Alfenas-MG. A pesquisa levou ao nome Adriana Conceição Esteves e, consequentemente, ao de Jones, um diretor associado da Terceira Via. Posteriormente, Al Capone foi ligado a Mário Barbosa, envolvido em investigação policial pela ligação do movimento popular "Acorda Santista", que é investigado por uma série de ameças a conselheiros e membros do Comitê Gestor, de acordo com a diretoria. O nome de Barbosa, no entanto, é visto como fictício, assim como sua foto, mas levaram ao de Claudio Kobayashi, presidente da Terceira Via.
"Sobre o Alexandre Alves Nardoni, encontramos o endereço em Alfenas-MG. O clube fez uma consulta a sua base de dados para saber se tinha um associado no endereço. Identificaram Adriana Conceição Esteves, que mora no número 75, não no 71. A correspondência foi entregue na casa de Adriana, uma associada, que não está adimplente com a sua anuidade. Na sequência, acharam um arquivo de vídeo no Youtube de "Adriane e Jones, três anos de união". Passamos a nos perguntar quem era Jones. Jones é um diretor social da Terceira Via. A Terceira Via fez uma denúncia de carteirinhas fantasmas, das quais a produção está linkada a própria Terceira Via", disse a investigação.
“O segundo, Al Capone, o endereço está no Sacomã, em São Paulo. Na mesma rua, encontraram o sócio Mario Barbosa, um velho conhecido do clube, de investigação policial que lidera o movimento popular "Acorda Santista", que faz ameaças aos membros do Comitê Gestor e está sendo investigado em inquérito policial. Encontraram a sua página no Facebook. Quem se intitula como autor das ameaças Mario Barbosa ou "Levan Kakiashvili?". Não apenas o nome Mario Barbosa é falsa, como a sua foto. Usando o Google Street Viwe, acharam uma foto, de duas empresas: Artvip gravadora, de Junior Bertoldi, e Amplitude produtora, com os seus proprietários. Vendo quem frequenta a casa de um dos proprietários, veem as fotos de Claudio Kobayashi, presidente da Terceira Via”, completou.
O presidente Odílio Rodrigues tomou a palavra e se emocionou no londo discurso para rebater as acusações.
"Abrimos um inquérito policial contra essas pessoas, todos os membros do Comitê Gestor fizeram questão de participar. A investigação já prendeu todos os computadores de onde saíram todas as acusações desse movimento, Acorda Santista. Hoje, recebi um livro, "O lado sujo do futebol". A gente descobre que o nosso mandato termina em dezembro vendo que esse é um meio que aumentamos a nossa exposição, os riscos, em que passamos a andar com seguranças. Perdi uma das minhas maiores alegrias, de ver o Santos jogar porque preciso de todo um sistema de proteção. O que as vezes desanima é que ou afastamos essa gente do futebol, dos clubes, ou essas pessoas de bem vão se afastar dos lugares. Se tratam de alpinistas sociais, que querem ocupar cargos e piorar a cada dia o futebol", desabafou o mandatário.
O Santos informou ao fim da exposição que o seu departamento jurídico "está tomando todas as providências legais" e que "vai buscar ser ressarcidos dos problemas". Todas as provas da investigação foram entregues a polícia e serão anexadas ao inquérito do movimento Acorda Santista.
Presente à reunião, o presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Schiff, alegou que o movimento causou interferência direta na votação da última quinta-feira sobre a modificação do sistema de votação para as eleições presidenciais do clube, marcadas para 6 de dezembro. A sessão discutia alteração da forma votação, feita de forma presencial, para à distância, mas foi vencida pelos oposicionistas, que aderiram ao veto a modificação.
Além disso, Schiff explicou ainda não sabe se o tema poderá voltar a ser discutido no Conselho, sustentado pelo fato de que, estatutariamente, o mesmo tema não pode voltar a pauta dentro do prazo de seis meses, mas que o clube ainda aguardará o posicionamento oficial do departamento jurídico sobre os novos fatos.
Terceira via rebate
A Terceira Via, alvo da investigação, rebateu os argumentos santistas por meio de Orlando Rollo, membro do grupo de oposição e um dos líderes do movimento.
“Eles devem estar manipulando para incriminar algumas lideranças da oposição. Isso é banal, eles estão fazendo assim: ‘pegaram a mulher traindo o marido no sofá e querem culparam o sofá’. Quem faz as carteirinhas é a situação, não a oposição. Quem faz as carteirinhas é quem está no comando do Santos”, afirmou Orlando Rollo, presidente do Conselho Deliberativo da Terceira Via.
“Não sei qual o endereço da carteirinha. Eu presumo, não resta duvida, que ele estão manipulando as informações. A oposição não tem como associar ninguém. Eles vão dizer o que convém para eles. É uma denúncia vazia, dizer que tem ligação de nosso presidente (Terceira Via) com endereço”, completou.