O Santos diz que manterá negociações com o Milan para contratar Robinho mesmo após a rejeição de proposta de 5 milhões de euros (cerca de R$ 13,5 milhões), valor divulgado pelo jornal La Gazzeta Dello Sport. O clube, no entanto, descarta o anúncio do ídolo como parte da festa pelos dez anos do título brasileiro de 2002, que será comemorada neste sábado, e vê dificuldades na evolução das tratativas.
"Fizemos uma proposta, mas o Milan não teve interesse. O Santos mantém as negociações e as conversas. Dependerá do Milan, claro", afirmou Odílio Rodrigues, vice-presidente santista.
"É uma negociação difícil. Em nenhum momento, não sei de onde saiu essa história, tentamos associar a contratação a data. Temos nos empenhado reconhecendo o grande talento que é o Robinho, um ídolo, mas o Santos tem sido razoável. É um sonho possível, mas difícil", explicou.
A festa no sábado acontecerá em um bar em Santos e contará com as presenças de Robert e Alberto, ex-jogadores da época. O sonho, anunciado por torcedores em redes sociais, seria o anúncio da contratação do ex-camisa 7.
Na busca de contratar Robinho, o Santos encontra resistência do Milan, que só aceita liberá-lo por 10 milhões de euros (cerca de R$ 27 milhões), verba superior a arrecadada com a venda do meia Paulo Henrique Ganso ao São Paulo, em setembro.
O retorno do atacante é visto como prioritário pelos dirigentes, que, pressionados, esperam dar uma resposta aos torcedores e ao técnico Muricy Ramalho, que reclamam da falta de importantes contratações para a próxima temporada. Na última terça, a torcida santista, em outra festa pelos dez anos do título nacional, voltou a ecoar gritos pelo retorno do atacante.
No último jogo do ano, contra o Palmeiras, uma das organizadas exigiu a contratação do jogador "custe o que custar". Neymar também já fez lobby favorável pela contratação do ídolo. O Santos, até então, só acertou com o zagueiro Neto, do Guarani.
A briga desta quarta-feira na partida entre São Paulo e Tigre-ARG, que encerrou o jogo no intervalo e deu o título da Copa Sul-Americana de 2012 à equipe paulista, escreveu mais uma página na longa lista de confusões entre os clubes do Brasil e dos outros países latinos em competições sul-americanas. Relembre algumas das mais lamentáveis cenas de pancadaria dos brasileiros nos últimos anos:
Foto: Bruno Santos / Terra
São Paulo x River Plate (ARG), Copa Sul-Americana 2003 Em jogo no Estádio do Morumbi, o São Paulo conseguiu reverter a desvantagem do jogo de ida (derrota por 3 a 1) e venceu por 2 a 0, caindo nos pênaltis. No entanto, no decorrer do jogo, o zagueiro Ameli (River Plate) se envolveu em duas confusões - primeiro com Diego Tardelli, após o primeiro gol, e com Rico, nos acréscimos. Na confusão, Rico, Jean, Luis Fabiano (São Paulo), Ameli, Pereyra e Barrado (River Plate) foram expulso.
Foto: Marcelo Ferrelli / Gazeta Press
América (MEX) x São Caetano, Copa Libertadores 2004 No fim do jogo, o time paulista comemorava o empate por 1 a 1 no Estádio Azteca, que garantia a vaga nas quartas de final do torneio. A festa azul esquentou os donos da casa, e logo uma briga generalizada começou à beira do gramado. Irritada, a torcida começou a atirar objetos no gramado - inclusive um carrinho de mão - e a invadir o campo. O time paulista acabou classificado, enquanto os mexicanos viram sete torcedores presos.
Foto: AFP
Palmeiras x Cerro Porteño (PAR), Copa Libertadores 2006 Em jogo pela sexta rodada do Grupo G da competição, Palmeiras e Cerro Porteño se enfrentaram em São Paulo. No fim do primeiro tempo, Washington (Palmeiras) e Baéz (Cerro Porteño) iniciaram uma discussão, que logo envolveu os jogadores dos dois times. O zagueiro Douglas se envolveu na confusão, e foi expulso com Baéz pelo árbitro boliviano René Ortubé. No fim, derrota do Palmeiras (já classificado) por 3 a 2.
Foto: Fernando Pilatos / Gazeta Press
Fluminense x Cerro Porteño (PAR), Copa Sul-Americana 2009 Derrotado pelo Fluminense no Estádio do Maracanã por 2 a 1, o Cerro Porteño se irritou com a eliminação nas semifinais da Copa Sul-Americana - o time havia perdido também em casa por 1 a 0. Os jogadores começaram uma briga dentro de campo, e só foram para o vestiário após intervenção dos policiais. Classificado, o Fluminense perdeu o título para a LDU de Quito.
Foto: Fernando Soutello/Agif / Gazeta Press
Estudiantes (ARG) x Internacional, Copa Libertadores 2010 O Inter conseguiu a classificação às semifinais da Libertadores, graças a um gol de Giuliano aos 43min do segundo tempo - o time perdeu por 2 a 1, mas havia vencido por 1 a 0 em Porto Alegre e se beneficiou do gol fora de casa. Batido no Estádio Centenário de Quilmes, o time argentino iniciou uma briga após o jogo: Desábato (Estudiantes) e Abbondanzieri (Inter) trocaram ofensas, e logo mais jogadores se envolveram.
Foto: Getty Images
Argentinos Jrs. (ARG) x Fluminense, Copa Libertadores 2011 Na última rodada do Grupo C da Copa Libertadores de 2010, América (MEX), Nacional (URU), Argentinos Jrs. (ARG) e Fluminense disputavam as vagas para a próxima fase. O time carioca foi a Buenos Aires e venceu o Argentinos Juniors por 4 a 2. Eliminada em casa, a equipe local partiu para cima dos cariocas após o jogo, enquanto objetos eram atirados das arquibancadas. O Flu precisou de escolta para deixar o gramado.
Foto: Getty Images
Santos x Peñarol (URU), Copa Libertadores 2011 Ao vencer a final da Libertadores por 2 a 1 no Estádio do Pacaembu, o Santos se envolveu em uma briga com o Peñarol, iniciada após a invasão de um torcedor que desagradou aos uruguaios. Policiais tentaram apaziguar a situação, mas os dois times voltaram a se encontrar na entrada dos vestiários. Mesmo assim, o Santos pôde comemorar normalmente a conquista do torneio.