Sem Abel, Dorival vira "queridinho", mas ainda precisa ceder
A opção por Dorival Júnior como sucessor de Enderson Moreira se transformou quase que uma unanimidade nos bastidores do Santos após a desistência em uma investida por Abel Braga, brecada pelos altos valores. A volta do treinador pouco mais de quatro anos depois da polêmica saída em 2010, no entanto, ainda depende de um recuo em sua pedida.
Dorival conta com o apoio de todos os membros do Comitê Gestor, do presidente Modesto Roma Júnior e, inclusive, do ex-presidente Marcelo Teixeira, influente na atual gestão.
A principal rejeição vem de Dagoberto Fernando dos Santos, diretor executivo do clube e homem de confiança de Modesto. Dagoberto insiste pela vinda de Vagner Mancini, mais flexível nas negociações para a formação da sua comissão.
Dorival, assim como Mancini, se enquadra ao "teto salarial" de R$ 200 mil, mas pede pela contratação de um preparador físico de sua confiança, com ganhos de R$ 90 mil, além da vinda de mais dois auxiliares, um deles o seu filho.
O Santos, no entanto, já contratou o preparador Carlito Macedo no início deste ano e não deseja um novo profissional no cargo.
Modesto externou publicamente, antes da vitória por 3 a 0 diante do Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, no domingo, que Mancini e Dorival estão entre os preferidos para assumir o cargo. A dupla retornou nesta segunda ao País após passar um mês em um estágio na Europa, fazendo uma espécie de reciclagem, que contou com visitas ao Real Madrid e ao Bayern de Munique.
Abel era o principal sonho dos dirigentes, mas precisava se readequar a nova condição salarial do clube visto que tem pedida atual de R$ 400 mil mensais. No Internacional, seu último trabalho, o treinador recebia R$ 550 mil e pode voltar ao futebol dos Emirados Árabes.
O treinador contou com uma espécie de lobby de Robinho e os principais líderes do elenco, enquanto a diretoria do clube idealizou sobre a possibilidade de um salário com metas, recuada.
Dorival conta com prestígio com antigos funcionários e até jogadores devido a sua passagem vitoriosa pelo clube em 2010, quando conquistou o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil.
Enquanto um substituto não é definido, o Santos vai ser dirigido interinamente até o clássico contra o Palmeiras, nesta quarta-feira, por Marcelo Fernandes, ex-zagueiro do clube e auxiliar desde 2013, que terá como auxiliar o ex-atacante Serginho Chulapa.