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Sem investidores, "projeto Ganso" segue esquecido na Vila

30 nov 2010 - 06h49
(atualizado às 07h30)
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Diego Garcia
Direto de Santos

A novela envolvendo a renovação do contrato de Paulo Henrique Ganso com o Santos segue emperrada. Desde que o meia rejeitou a proposta do clube alvinegro, os dois lados não entraram mais em consenso e o imbróglio acabou "esquecido" no litoral paulista. O principal motivo seria uma falta de garantia financeira por parte do time da Vila Belmiro.

Conforme apurou o Terra, Ganso e o Santos não têm mais nenhuma data marcada para continuar as conversas e, ao menos por agora, o caso não terá um desfecho - a última reunião para tratar do assunto foi há cerca de 40 dias. Por enquanto, o oferecido pelo clube ao meio-campista não agradou e economicamente não vale a pena para a carreira do camisa 10.

O principal ponto de discussão diz respeito às garantias monetárias oferecidas pelo time alvinegro. A reportagem verificou que Paulo Henrique quer ter 100% de certeza da proveniência das verbas e não gostaria de fechar um contrato sem isso.

Explica-se: a proposta inicial do Santos propunha ao jogador um aumento salarial (R$ 275 mil por mês - o salário atual é de R$ 150 mil) e, em troca, o clube gostaria de ter 30% dos direitos de imagem do meio-campista.

O objetivo seria lucrar explorando as ações de marketing do atleta, que não aprovou a mudança - pessoas ligadas a Ganso afirmam que ele embolsa muito mais com sua imagem pessoal do que com o salário prometido pelo Santos, que renderia R$ 1,5 milhão a mais por ano ao jogador.

Por isso, a exigência principal de Paulo Henrique seria quanto à remuneração mensal - cerca de R$ 500 mil seriam satisfatórios ao meia e ao seu staff e compensariam financeiramente a cessão dos 30% de sua imagem, que atualmente pertence ao atleta em sua totalidade.

Em contrapartida, o clube até prometeu bancar os R$ 500 mil exigidos - e teria dito, inclusive, que poderia desembolsar valores superiores a esses - por meio de eventuais patrocínios que pretende fechar, mas ainda não fechou. Ou seja: por enquanto, o time alvinegro apenas diz que poderia pagar, só que ainda não pode - o que desagrada ao jogador.

Para completar, a publicação confirmou que os demais pontos do novo contrato são vistos com bons olhos pelo meio-campista. As aulas de idiomas, cursos de midia training e outros tópicos envolvendo estrutura são considerados excelentes por pessoas ligadas ao jogador.

Ganso também está feliz na Vila Belmiro, quer defender a equipe na Copa Libertadores e ainda foca na disputa dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Do lado santista, a ideia seria ampliar o tempo de contrato, que vai até 2014. Vale frisar que a atual multa de rescisão é de 50 milhões de euros (R$ 114 milhões), valor que dificilmente deve ser atingido.

Sonho do Santos: patrocínio que banque novos contratos

De acordo com o que verificou a reportagem, o objetivo de Santos é fechar um novo patrocínio que auxilie a bancar o salário de suas principais estrelas, como Ganso e Neymar. Entretanto, ainda não existe nada assinado e o time alvinegro segue buscando um parceiro que lhe ajude a "encher os bolsos" de seus astros.

No caso de Neymar, a renovação assinada meses atrás teria os mesmos moldes da oferecida a Paulo Henrique. No entanto, o Santos ainda não conseguiu vender o espaço da camisa para 2011 e não poderia dar totais garantias financeiras de que cumprirá sua parte em ambos os acordos. Por tal razão, os direitos de marketing que Ganso lucra atualmente ainda são uma fonte maior de renda, pois são garantidas.

O Terra constatou que o clube segue na busca por um patrocínio para a próxima temporada desde junho, mas não conseguiu nada de 100% concreto. Uma das hipóteses preferidas da cúpula santista seria fechar com uma empresa que banque os departamentos de futebol masculino, feminino e futsal, investindo nos craques que o Santos terá em 2011: Neymar, Paulo Henrique Ganso, Elano, Marta, Cristiane, Falcão e parte do time da Malwee/Jaraguá. Contudo, tudo ainda não passa de sonho.

Meia espera aumento salarial; Santos promete patrocínio, mas ainda não tem como bancar
Meia espera aumento salarial; Santos promete patrocínio, mas ainda não tem como bancar
Foto: Ricardo Saibun / Gazeta Press
Fonte: Especial para Terra
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