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Sem revelar como o Santos, Peñarol tem joia "forasteira"

14 jun 2011 - 07h37
(atualizado às 07h39)
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Dassler Marques
Direto de Montevidéu

Enquanto os santistas podem se orgulhar de ter cinco pratas da casa em sua formação ideal (Rafael, Adriano, Elano, Ganso e Neymar), o Peñarol que decide a Copa Libertadores 2011 vive uma realidade totalmente oposta. Apenas dois jogadores do time comandado pelo treinador Diego Aguirre foram feitos nas categorias de base - e já surgiram há mais de cinco anos. São o goleiro Sosa e o lateral direito González.

A grande joia do Peñarol, o meia esquerda Matías Mier, 20 anos, é proveniente das camadas jovens do Rentistas, e só chegou ao clube mais popular do Uruguai depois de três anos no modesto Fenix. Apenas em 2010 é que se notabilizou como jogador profissional, embora estivesse em times pequenos, de menor exigência.

"Para mim, estar aqui é muito importante. É fundamental até. Sou muito jovem e já estou na final da Libertadores, o que marca muito uma carreira. Que bom que o grupo me apoia, então fico tranquilo", diz ele ao Terra. Abusado, Mier é certeza de dor de cabeça para Pará ou Danilo, que concorrem à lateral direita santista, em que Jonathan não pode estar por mais uma lesão muscular.

Nome da equipe uruguaia que mais evoluiu durante a Libertadores, Mier tem 37 jogos pelo Peñarol e só três gols marcados, mas cresce na hora perfeita. Foi dele o gol decisivo no José Amalfitani, casa do Vélez Sarsfield, assegurando um lugar para os uruguaios na final contra o Santos. "Sonhava com isso e agradeço muito a essa equipe. A base do futebol do Peñarol é puro coração", definiu na época.

Por jogar aberto à esquerda e ter muita qualidade, seria natural para Matías Mier ser comparado a Neymar. Humilde, o jovem do Peñarol refuta a possibilidade. "Não podem me comparar com ele. É um grande jogador, tem muita técnica. A verdade é que também temos bons nomes e precisamos pensar em como controlá-lo. Jogamos em nosso estádio e nossa gente nos ajuda muito", disse o jovem, referindo-se à decisão da próxima quarta-feira no Estádio Centenário.

Ponteiro canhoto, driblador e veloz, Mier ainda vive à sombra de Martinuccio, o jogador mais badalado do time uruguaio, e evoluiu na carreira sem que estivesse dentro de um planejamento mais consistente. Atento à dificuldade em revelar, o Peñarol recentemente aprimorou o Centro de Alto Rendimento, espaço para os treinos de suas camadas jovens. Localizado em uma região carente da capital Montevidéu, tenta imitar a receita do Danubio.

Principal celeiro de talentos jovens do futebol uruguaio nos últimos anos, o Danubio sobressai justamente por ficar em um bairro extremamente pobre de Montevidéu, onde consegue encontrar jogadores mais talentosos. Assim surgiram nomes como Álvaro Recoba e Edinson Cavani, ídolos no futebol italiano em épocas diferentes, e o zagueiro Guillermo Rodríguez e o atacante Olivera, ambos titulares do Peñarol. Representante brasileiro na decisão, o Santos combina muito mais é com o Danubio.

Confira onde surgiram os titulares do Peñarol

Goleiro - Sebastián Sosa - Peñarol (surgiu em 2006)

Lateral direito - Alejandro González - Peñarol (surgiu em 2005)

Zagueiro - Guillermo Rodríguez - Danubio

Zagueiro - Carlos Valdez - Nacional

Lateral esquerdo - Darío Rodríguez - Sud América

Meia direita - Matías Corujo - Montevidéu Wanderers

Volante - Nicolás Freitas - Bella Vista

Volante - Luis Aguiar - Liverpool-URU

Meia esquerda - Matías Mier - Rentistas

Meia-atacante - Alejandro Martinuccio - Nueva Chicago-ARG

Centroavante - Juan Manuel Olivera - Danubio

Driblador e veloz, Matías Mier é um dos destaques do Peñarol
Driblador e veloz, Matías Mier é um dos destaques do Peñarol
Foto: AFP
Fonte: Terra
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