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Picerni diz estar machucado ao ver derrocada do São Caetano

30 set 2014 - 10h11
(atualizado às 11h23)
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Jair Picerni dirigiu São Caetano nos tempos de glória
Jair Picerni dirigiu São Caetano nos tempos de glória
Foto: Allsport/UK / Getty Images

Jair Picerni estava no comando do São Caetano quando a equipe do ABC Paulista se apresentou ao Brasil como a sensação do Campeonato Brasileiro de 2000. O treinador levou o time ao vice-campeonato, assim como fez na edição seguinte da competição nacional. Em 2002, o projeto foi ainda mais audacioso, chegando à final da Libertadores da América. Nesta segunda-feira, porém, este mesmo Azulão, de feitos até então inacreditáveis no início do século, foi rebaixado para a Série D, entristecendo todos aqueles que vivenciaram os tempos mais gloriosos.

Na zona de rebaixamento da terceira divisão, o São Caetano precisava torcer contra o Guarani nesta segunda para chegar à última rodada com chances de se livrar da degola. O Bugre, no entanto, derrotou o Caxias do Sul, por 1 a 0, no Rio Grande do Sul, e decretou a queda do Azulão.

"É divisão de amador (Série D), campeonato de amador. Isso não existe. Pelo o que foi o São Caetano, não dá para entender oque aconteceu, não dá. Não sei se são as escolhas de atletas que foram equivocadas, se foi ação de empresários colocando atletas no clube. Realmente não sei o que estão fazendo. Se você me perguntar a escalação do São Caetano hoje, eu não vou saber te responder", lamentou Jair Picerni.

O time que quase conquistou a América não amarga um vexame apenas na esfera nacional, com a queda para a quarta divisão. O São Caetano também disputa a Série A2 do Campeonato Paulista, sendo quase rebaixado ao terceiro escalão no início desta temporada. O cenário é muito diferente daquele traçado por um grupo escorado em um projeto para conquistar títulos importantes mesmo que em curto prazo.

"Eu peguei o São Caetano em uma situação completamente diferente, um time com poucos anos no futebol profissional, mas que funciona como uma empresa-futebol. O clube era muito bem administrado, estruturado. O projeto foi muito bem feito para ganhar títulos. Nós não podíamos falar para vocês (imprensa) na época, porque vocês falariam que estávamos nos gabando, mas o São Caetano sempre teve o projeto para brigar por títulos importantes", recorda o vice-campeão brasileiro de 2000 e 2001.

O treinador, que ainda lamenta a derrota para o Vasco, após o lamentável episódio em São Januário na decisão do Campeonato Brasileiro de 2000, não consegue compreender como que o clube perdeu a sua sensibilidade para trabalhar com futebol. Elogiado por torcedores de todos os clubes paulistas, o São Caetano esteve perto de enfrentar o Real Madrid em uma final mundial, mas acabou derrotado pelo Olimpia, do Paraguai, na final da Libertadores. No atual cenário, a preocupação se resume a sobreviver.

"Dói um pouquinho, isso machuca, Quando eu estava no Palmeiras anos atrás, o pessoal ainda me parava na padaria para me perguntar do São Caetano. Hoje ninguém se lembra. A diretoria antigamente tinha sensibilidade para repor jogadores, mesmo quando perdíamos quase o elenco inteiro, e assim mantínhamos o espírito vencedor sem deixar de completar a parte financeira. O time não aparece mais na televisão, e na época dava audiência. Na minha época não era assim", completou Picerni.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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