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São Caetano vive queda livre em 10 anos pós-Serginho

27 out 2014 - 08h33
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Até 2004, o São Caetano era um dos maiores exemplos do esporte brasileiro. Fundado em 1989, o novato time que visava reviver o futebol na cidade do ABC paulista se estruturou como clube-empresa e conseguiu o primeiro grande sucesso no ano de 2000, graças à confusa Copa João Havelange. A final nacional realizada contra o Vasco da Gama, apesar de a equipe paulista disputar uma espécie de divisão inferior, foi só o início das grandes decisões nos anos seguintes. A boa fase, contudo, praticamente acabou em 2004, coincidentemente ou não no ano da morte de Serginho – atualmente a equipe está na segunda divisão paulista e quarta nacional.

Logo após sua criação, em 1989, o São Caetano conquistou a Série A3 do Campeonato Paulista de 1991. O time não embalou após o título e voltou a cair para a terceira divisão estadual. Em 1998, contudo, o retorno à Série A2 veio com um grupo que prometia alegria para a torcida, já com o goleiro Silvio Luiz, o zagueiro Daniel e o atacante Adhemar.

Ainda antes de espantar o Brasil na Copa João Havelange, o São Caetano já deu uma mostra do que viria com o título do Paulista da Série A2 e o acesso à primeira divisão de São Paulo em 1999. O elenco, que se eternizaria meses mais tarde, contava apenas com nomes conhecidos ou que viriam a ser reconhecidos nacionalmente: Silvio Luiz; Japinha, Daniel, Dininho e César; Magrão, Claudecir, Leto e Esquerdinha; Zinho e Túlio Maravilha.

Na esteira do vice-campeonato brasileiro de 2000 veio um novo vice-campeonato nacional em 2001, desta vez perdido para o Atlético-PR. A fama de “time de chegada” ficou no São Caetano e em 2002 o clube atingiu seu ápice, com a derrota na final da Libertadores para o Olimpia-PAR, após ficar bem próximo do título continental. O time do ABC ainda cravou um quarto lugar no Rio-SP de 2002 e no Brasileiro de 2003.

ANO CAMPEONATO
2005 5º no Paulista
17º na Série A
2006 5º no Paulista
19º na Série A (rebaixado)
2007 2º no Paulista
10º na Série B
2008 15º no Paulista
9º na Série B
2009 11º no Paulista
7º na Série B
2010 8º no Paulista
10º na Série B
2011 9º no Paulista
15º na Série B
2012 11º no Paulista
5º na Série B
2013 19º no Paulista (rebaixado)
19º na Série B (rebaixado)
2014 16º na Série A2 do Paulista
9º no Grupo B da Série C (rebaixado) 

Apesar do apelido de time de chegada, o São Caetano também sofreu com o estigma de vice-campeão. O fato só mudaria em 2004, quando se sagrou, finalmente, campeão paulista da Série A1. No Campeonato Brasileiro do mesmo ano, o time disputava vaga na Libertadores até perder 24 pontos do STJD por causa da morte de Serginho e ficar no meio da tabela. Daí em diante, o máximo que o São Caetano conseguiu foi o vice-campeonato paulista em 2007 (veja no quadro ao lado). A decadência pós-2004, para alguns, não é apenas coincidência.

“Não poso dizer que foi somente isso (morte de Serginho), mas creio que influenciou. O próprio presidente (Nairo Ferreira) e o médico (Paulo Forte) responderam por ter permitido jogar sabendo que tinha um problema. isso abalou muito. O São Caetano a partir dai não se encontrou”, opinou ao Terra Fabrício Carvalho.

O time de 2004, com Carvalho, caminhava para mais uma classificação à Libertadores até a perda de pontos do STJD, mesma instituição que puniu o presidente Nairo Ferreira por dois anos de afastamento e o médico Paulo Forte com quatro, punições que foram revistas pela metade posteriormente. O ídolo do clube do ABC, Claudecir, vê a morte de Serginho em grande parte como uma coincidência para a decadência do São Caetano, mas acha que o caso afetou.

“Eu acho que não (queda foi ocasionada pela morte do Serginho), talvez tenha sido uma coincidência. Acho que afetou um pouquinho, ao mesmo tempo da coincidência. Perdeu pontos, isso afetou e ficou uma situação assim que abalou todo mundo, acho que cooperou um pouquinho para essa queda do São Caetano”, disse Claudecir.

Presidente nega relação entre morte de Serginho e queda

Mandatário do São Caetano na época da tragédia de Serginho e um dos réus dos processos que correram na Justiça, Nairo Ferreira de Souza está até hoje no poder na equipe do ABC paulista. O presidente viveu o ápice da equipe e, atualmente, sofre com a péssima fase do time, que vive queda livre principalmente nas últimas temporadas.

Última grande glória do São Caetano foi em 2004
Última grande glória do São Caetano foi em 2004
Foto: José Luis Bittar / Gazeta Press

“Não tem nada a ver com a morte do Serginho a forma do São Caetano nos últimos 10 anos. A gente é obrigado a ouvir que um justifica pela morte do Serginho, uns falam que é pela morte do ex-prefeito Tortorello (morto em 2004). Isso não passa simplesmente de comentários, tem nada a ver. Futebol mudou muito, São Caetano também mudou bastante”, alegou o eterno mandatário.

O presidente, que diz até hoje que não sabia da gravidade do quadro Serginho e que a morte do defensor não deixou nenhum “legado” na equipe, pois desde então já realizava exames em jogadores, deixa no ar a possibilidade de seguir no cargo, apesar de ter dito anteriormente que sairia do comando da equipe. Nairo prega ainda que o São Caetano precisa voltar à realidade do início de 2000 para retomar os bons momentos.

“Tem que voltar ao que era. Time modesto, com pé no chão, revelar jogadores desconhecidos do mercado brasileiro. Eliminar os medalhões, o São Caetano nos últimos anos com obrigação de voltar para a Série A buscava jogadores mais experientes. Se pegar 2012, o São Caetano foi  5º na Série B e deixou de subir por critérios. Aí entramos no Paulista com a mesma equipe e fomos rebaixados. Saíram alguns jogadores depois para dar continuidade na Série B e não encaixou. Uma equipe totalmente descomprometida e fomos rebaixados. Depois as receitas praticamente desaparecerem, perdeu os R$ 7 ou 8 milhões que tinha da Série B”, comentou Nairo. 

A linha do tempo da morte do zagueiro Serginho A linha do tempo da morte do zagueiro Serginho

Fonte: Terra
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