Ataíde nota Sabella "incomodado" e cogita convencer Milton
À espera de um contato do empresário de Alejandro Sabella nesta segunda-feira, o vice-presidente do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, justificou o fato de não pressionar o treinador por uma resposta imediata. O dirigente pediu compreensão com o argentino, que foi pego de surpresa com a procura, enquanto se via perto do sonho de trabalhar no futebol inglês.
"Ele me disse que tem como objetivo de vida treinar um time inglês e pediu para esperar. Mas queria jogar o negócio para frente para não ficar com uma posição complicada na imprensa, de que o São Paulo está sendo enrolado. Ele já está incomodado com assédio de imprensa, exposição. Ele é 'low profile' mesmo, sujeito muito recatado. Vou esperar até segunda-feira, não vou incomodá-lo. Embora esteja angustiado, esperando uma resposta", disse à Rádio Jovem Pan.
"Como não parar esperar? Se estou tirando ele de um projeto de vida dele... Não é que somos segunda opção. Não, ele tinha um projeto. De repente, apareceu o São Paulo, e ele começou a tremer na base. Se ele conseguir um time grande na Inglaterra, tenho certeza de que ele vai ficar na Inglaterra", continuou.
Sabella se tornou a primeira opção do São Paulo para substituir Muricy Ramalho depois que se tornou inviável contratar o português André Villas Boas, atual comandante do Zenit, da Rússia. Como alternativa para o argentino, o segundo nome em vista era seu compatriota Jorge Sampaoli, que também está empregado, à frente da seleção chilena, e não chegaria antes da Copa América, que termina em junho.
Desse modo, uma eventual negativa de Sabella - que pode não dar a resposta nesta segunda-feira, segundo Ataíde -, o plano B da diretoria passará a ser convencer Milton Cruz a permanecer no cargo. O interino reluta contra a ideia de ser efetivado, pois prefere atuar como coordenador técnico da equipe.
"Sampaoli é muito demorado. Eu confio muito no Milton Cruz. É um sujeito excelente, estudioso. Tem aquela história de que santo de casa às vezes não faz milagre, mas no futuro ele pode ser o treinador da nossa equipe. Depende de um consenso, de conversa com o próprio Milton, que prefere não assumir. Ele é homem de confiança da diretoria, porque é muito respeitado dentro do São Paulo e está indo bem", avaliou o vice.
Se Sabella aceitar a proposta são-paulina, ele virá ao Brasil com mais duas pessoas, um assistente técnico e um preparador físico. O argentino já defendeu o Grêmio, quando ainda era jogador, e foi auxiliar de Daniel Passarella no Corinthians de 2005. "Ele conhece tudo, acompanha o futebol brasileiro para valer e os grandes clássicos regionais", comentou Ataíde, neste sábado, véspera de Santos x São Paulo, pela semifinal paulista, na Vila Belmiro.