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"Passado para trás", Atlético-PR mantém rancor após 10 anos

Sem poder jogar na Arena da Baixada, equipe paranaense reclama da "fuga" do São Paulo no primeiro jogo

14 jul 2015 - 08h52
(atualizado às 11h54)
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A terça-feira da última semana marcou 10 anos da partida de ida da final da Copa Libertadores da América de 2005. Na ocasião, Atlético-PR e São Paulo empataram por 1 a 1, em duelo disputado no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. O motivo: a Arena da Baixada não tinha capacidade para 40 mil pessoas, e o clube paulista e a Conmebol não aceitaram que o jogo fosse realizado no local, que estava com arquibancadas tubulares instaladas. Uma semana depois o São Paulo venceu por 4 a 0 no Morumbi e levantou o título que completa 10 anos nesta terça. 

Logo após eliminar o Chivas-MEX nas semifinais, o time brasileiro começou a correr contra o tempo e, naquela madrugada mesmo, começaram as instalações das arquibancadas tubulares. Assim, o estádio teria a capacidade necessária, conforme o exigido pelo regulamento da Copa Libertadores da América. 

Torcida do Atlético-PR protesta no Beira-Rio por não ter conseguido mandar a primeira final na Arena da Baixada
Torcida do Atlético-PR protesta no Beira-Rio por não ter conseguido mandar a primeira final na Arena da Baixada
Foto: Fernando Pilatos / Gazeta Press

Apesar da "manobra" rubro-negra obter aprovações de todas as autoridades, que liberaram o estádio para 34 mil pessoas acompanharem a primeira final, o desfecho não foi como queria. O São Paulo bateu o pé e a Conmebol vetou que o jogo fosse realizado na Arena da Baixada, marcando a partida para Porto Alegre, no Estádio Beira-Rio, do Internacional.

O fato até hoje não é engolido pelos atleticanos, que reclamam da fuga da equipe paulista. "Foi, sem dúvida alguma, a maior frustração da minha carreira", afirmou Borba Filho, que era o supervisor técnico clube em 2005. "Fomos passados para trás, esta é a verdade. Jogamos o campeonato inteiro ali, tínhamos todas as liberações, o que aconteceu foi uma manobra política do São Paulo", disparou.

Dentro de campo, os atletas do Atlético-PR também lamentaram muito o ocorrido. "Uma pena que o jogo não foi na Arena, a torcida atleticana é fanática e faz a diferença. Os números mostram isso. Tanto é que o São Paulo nunca venceu ali", relembrou o atacante Aloísio Chulapa, citando o tabu de 33 anos. "Isso não quer dizer que seríamos campeões, mas poderíamos ter obtido alguma vantagem, até porque saímos na frente lá em Porto Alegre", complementou o atleta que, meses depois, se transferiu para o clube do Morumbi em outra polêmica.

Quem também recordou com tristeza o fato foi o ex-meia Fabrício, que desperdiçou um pênalti no Morumbi. "Repercutiu muito mal, pois todos sabem que foi a força política do São Paulo com a Conmebol. Acabamos jogando em um campo neutro e o time ficou abalado, pois éramos muito fortes na Arena da Baixada", disse.

Rogério Ceni ergue a taça da Copa Libertadores de 2005; São Paulo empatou no Beira-Rio e venceu o título no Morumbi
Rogério Ceni ergue a taça da Copa Libertadores de 2005; São Paulo empatou no Beira-Rio e venceu o título no Morumbi
Foto: Djalma Vassão / Gazeta Press

Fabrício ainda lembrou de um jogo realizado 45 dias depois, válido pelo Campeonato Brasileiro, na Arena da Baixada, que mostrou que a história poderia sim ser diferente. "Vencemos por 4 a 2. Até alguns jogadores do São Paulo admitiram que ali o buraco era mais embaixo", revelou.

Para Borba Filho, faltou uma posição mais firme do Atlético-PR na época. "O clube deveria ter batido o pé. Não deveria aceitar esta condição. O que fizeram foi praticamente dar a taça para o São Paulo e o vice para nós", definiu.

Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, não conseguiu manter a final de 2005 na Arena da Baixada
Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, não conseguiu manter a final de 2005 na Arena da Baixada
Foto: Divulgação/Atlético-PR

Sempre que pode, o presidente do Atlético-PR, Mário Celso Petraglia, relembra o episódio para cutucar o São Paulo. "Nos tiraram na mão grande, de uma forma vil, do nosso estádio para jogar a final. Nós tínhamos os 40 mil lugares. Eu tenho todos os certificados, da polícia, do Crea-PR, dos bombeiros, todos certificando a capacidade. E por força, de instruciones superiores, fomos jogar no Beira Rio. Dois meses depois os bambinhos foram lá e tomaram de quatro", declarou em entrevista concedida ao canal ESPN Brasil, no dia 8 de outubro de 2013

 
Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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