Caso Iago Maidana provoca tensão em reunião de Conselho tricolor

29 set 2015 - 12h42

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A controversa contratação do jovem zagueiro Iago Maidana foi o principal assunto debatido na reunião do Conselho Deliberativo do São Paulo que ocorreu na segunda-feira à noite, no salão nobre do Morumbi. O evento, marcado pela troca de acusações entre aliados do presidente Carlos Miguel Aidar e opositores, também abordou a criação de um comitê para acompanhar a auditoria externa dos contratos são-paulinos.

Convidado pelo presidente do órgão, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o empresário Abilio Diniz protagonizou um dos momentos de maior tensão no encontro. Diniz, que também é membro do Conselho Consultivo do clube, indagou a diretoria sobre a contratação de Maidana e a classificou como o “batom na cueca” do clube. O São Paulo pagará R$ 2 milhões por 60% dos direitos econômicos do jogador de 19 anos, que deixou o Criciúma após rescindir o vínculo por R$ 800 mil. Antes de chegar ao time, o zagueiro foi registrado por investidores no Monte Cristo, de Goiás, mas não ficou nem dois dias no clube.

Além das suspeitas de que houve má administração do dinheiro do Tricolor na transação, a CBF investigará o caso por conta de uma possível infração às regras da Fifa que impedem a participação de um investidor externo na aquisição e repasse de direitos de jogadores. Caso a irregularidade seja comprovada, o São Paulo poderá ser impedido de contratar jogadores por um determinado período de tempo.

O Conselho Deliberativo também aprovou por unanimidade a criação de um comitê de acompanhamento da auditoria dos contratos que a gestão de Aidar encomendou. Diniz havia se proposto a arcar com as despesas caso a empresa PWC fosse contratada, mas a diretoria são-paulina optou pela KPMG. Agora, o comitê exige que os balanços e balancetes do clube sejam incluídos no processo.

A crise política do São Paulo entrou em evidência após repetidas trocas de acusações públicas entre dirigentes. As discussões via imprensa ocorreram principalmente depois da demissão do ex-CEO Alexandre Bourgeois, cuja contratação ocorreu por intermédio de Diniz. Jogadores e comissão técnica têm procurado se distanciar dos problemas extracampo, mas admitiram em entrevistas que a situação causa incômodo nos vestiários do clube.