PUBLICIDADE
Logo do São Paulo

São Paulo

Favoritar Time

Das vaias à cumbia: Centurión é ovacionado ao virar artilheiro improvável

Perseguido pela torcida são-paulina durante toda a temporada, o atacante Centurión experimentou nessa quarta-feira a alegria de ser artilheiro por uma noite. Havia antes do confronto indagações com relação à capacidade ofensiva do Tricolor, já que Calleri tinha marcado os últimos sete gols da equipe. Mas Centurión, que começou o jogo sendo vaiado, cessou as dúvidas […]

28 abr 2016 - 23h41
Compartilhar
Exibir comentários

Perseguido pela torcida são-paulina durante toda a temporada, o atacante Centurión experimentou nessa quarta-feira a alegria de ser artilheiro por uma noite. Havia antes do confronto indagações com relação à capacidade ofensiva do Tricolor, já que Calleri tinha marcado os últimos sete gols da equipe. Mas Centurión, que começou o jogo sendo vaiado, cessou as dúvidas ao marcar dois gols na goleada por 4 a 0 sobre o Toluca e receber do Morumbi os aplausos que ainda não havia presenciado no Brasil.

Centurión ganhou a vaga na equipe titular por conta de um imprevisto. No treinamento de quarta-feira, o técnico Edgardo Bauza foi surpreendido com a informação de que Alan Kardec havia contraído uma virose e estava debilitado para trabalhar. Até então, o camisa 14 era a única opção para substituir o artilheiro Calleri, expulso no empate por 1 a 1 com o Strongest, em La Paz.

A alternativa encontrada foi a improvisação de Centurión como um “falso nove”. A ideia não era uma novidade para o argentino, já que ele havia atuado quatro vezes nessa posição sob o comando de Juan Carlos Osorio. Nas redes sociais, no entanto, torcedores mais exaltados reprovaram a escolha do Patón. “Ele é um falso jogador”, reclamaram alguns tricolores que tomaram conhecimento da notícia pelo Twitter.

O descontentamento pôde ser visto nas arquibancadas do Morumbi. Antes do jogo ter início, o sistema de som anunciou o nome dos onze titulares. Todos foram aplaudidos pela torcida, com exceção de Centurión. As vaias dirigidas ao argentino ofuscaram os tímidos gritos daqueles que tentavam incentivar o improvável centroavante da noite.

Com a bola nos pés, Centurión se atrapalhou na maioria das jogadas e abusou das firulas que fazem parte do seu estilo de jogo. A consagração veio aos 45 minutos do primeiro tempo, quando recebeu no bico esquerdo da área e finalizou no ângulo oposto ao do goleiro Talavera.

Enquanto a torcida comemorava o gol, Centurión se dirigiu para perto da bandeira de escanteio e dançou a cumbia. O estilo de música colombiano, popular entre os jogadores de futebol argentinos, ficou famoso no Brasil por fazer parte das celebrações de Carlitos Tevez nos tempos de Corinthians.

Os torcedores, cientes do esforço feito por Centurión, gritaram o nome do argentino em uníssono. Os demais jogadores também se dirigiram ao companheiro argentino e distribuíram abraços e incentivos. Os gestos emocionaram o atleta, que levou as mãos ao rosto como se disfarçasse um choro.

Decorridos 15 minutos do segundo tempo, Michel Bastos fez o lançamento da esquerda e Centurión aproveitou a indefinição da dupla de zaga para anotar mais um gol na noite. A comemoração, dessa vez, foi um grito de desabafo com um soco no ar. Após os abraços recebidos dos outros são-paulinos, ele ajoelhou e fez uma breve oração com os dedos indicadores para cima.

O argentino bem que tentou puxar contra-ataques e brigar com os zagueiros no restante da partida, mas perdeu em quase todas as divididas. Aos 31 minutos do segundo tempo, Bauza sacou o atacante para a entrada de Wesley. Novamente as arquibancadas entoaram gritos de apoio ao jogador. Da parte do atleta, contudo, não houve nenhum gesto de retribuição ao carinho. Ele tirou as caneleiras e, de cabeça baixa, seguiu até o banco de reservas em silêncio e sem esboçar reações.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
Compartilhar
Publicidade
Publicidade