PUBLICIDADE

Copa Sul-Americana

Em 94, Expressinho salvou temporada com precursora da Sul-Americana

5 dez 2012 - 07h04
(atualizado às 07h56)
Compartilhar
Exibir comentários

Rogério Ceni, Juninho Paulista, Denílson, Caio. Em 1994, ainda sem a fama que construiriam mais tarde, eles integravam o Expressinho, apelido dado ao time B do São Paulo, criado para disputar competições paralelas e menos expressivas. O propósito era não exaurir os principais jogadores, mas o saldo foi bem melhor: a equipe de garotos venceu a Conmebol e salvou um ano ruim do primeiro esquadrão.

Fluminense e Atlético-MG dominaram a festa do Prêmio Craque do Brasileirão 2012, realizada na noite desta segunda-feira, em São Paulo
Fluminense e Atlético-MG dominaram a festa do Prêmio Craque do Brasileirão 2012, realizada na noite desta segunda-feira, em São Paulo
Foto: Bruno Santos / Terra

O torneio foi uma espécie de precursor da Copa Sul-americana, na qual o São Paulo é finalista na atual edição - enfrenta o Tigre-ARG em primeiro jogo nesta quarta-feira, em La Bombonera. Tal qual essa competição, a Conmebol era relegada a segundo plano pelos clubes brasileiros e valia como caça-níqueis. Entre cotas de televisão e cachê, o São Paulo faturou mais de um milhão de dólares líquidos, na época.

O dinheiro não foi a única recompensa. Além de confirmar revelações, a equipe comandada por Muricy Ramalho (então auxiliar técnico de Telê Santana) fez o clube encerrar a temporada em alta, depois de, com o elenco principal, não ser capaz de defender o título da Libertadores nem confirmar favoritismo no Campeonato Brasileiro. A única alegria anterior da torcida havia sido o troféu da Recopa, conquistado em jogo único, diante do Botafogo.

O Expressinho dispunha de um grupo bem entrosado, formado três anos antes e que recebia tratamento semelhante ao principal. Os dois elencos quase sempre conviviam no CT, e a troca de experiências ajudou a amadurecer os jovens. Antes de ganharem as páginas dos jornais, já haviam trabalhado com outros assistentes de Telê, como Oscar Bernardi e Márcio Araújo. O grande desafio, no entanto, surgiu com Muricy Ramalho e a Conmebol.

Como o foco são-paulino inicialmente era o Brasileiro, Telê deixou o mata-mata sob responsabilidade do hoje treinador do Santos. A campanha começou com vitória nos pênaltis sobre o Grêmio de Luiz Felipe Scolari. Nas quartas de final, a vítima foi o Sporting Cristal, do Peru. Na semifinal, já em jogos de ida e volta, o São Paulo B derrotou o Corinthians nas penalidades e se credenciou à decisão.

"A simples chegada até aqui já é uma vitória. Sempre confiei nesse grupo. Com o passar dos jogos, eles ganharam a confiança. Eu tenho que conter essa garotada que ainda não sabe dosar as energias, não param a bola", disse Muricy, às vésperas da primeira final para A Gazeta Esportiva.

Motivados por uma premiação importante para início de carreira (R$ 6 mil cada), os jogadores mataram o tradicional Peñarol logo de cara. Já no jogo de ida, venceram por 6 a 1, no Morumbi. O time brasileiro poderia perder o jogo de volta por quatro gols de diferença e até passou susto, mas a derrota para os uruguaios por apenas 3 a 0 assegurou a conquista que salvaria a temporada.

Extinta em 1999, a Conmebol deu espaço primeiramente à Mercosul, criada no ano anterior. Mais tarde em 2002, a Sul-Americana é quem ocuparia o lugar de segunda competição do continente, atrás da Libertadores. Embora ainda seja objetivo paralelo, o São Paulo a trata neste momento com grande importância. Afinal, como na Conmebol de 94, o título pode minimizar um ano fraco. A diferença é que, agora, o remanescente Rogério Ceni joga como grande estrela.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
Compartilhar
Publicidade
Publicidade