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Morumbi vive futebol após 84 dias e cura "ressaca" tricolor
Hidratação, algumas (boas) horas de sono e banho gelado. A “receita” para qualquer ser humano se recuperar após exagerar na bebida é bastante conhecida. E a um clube de futebol? Qual seria o método mais eficaz para se reerguer depois de perder um clássico no qual foi completamente dominado e sequer teve forças para assustar o rival? Isto ainda é uma incógnita. No caso do São Paulo, contudo, pode, sim, ter uma resposta.
Depois de remoer insistentemente por quase três dias o trágico 2 a 0 sofrido para o Corinthians, em Itaquera, no primeiro clássico Majestoso da história da Copa Libertadores da América, o time tricolor enfim retornou ao seu lar. Após ficar 84 dias longe do lugar em que mais se sente mais confortável, a equipe comandada por Muricy Ramalho finalmente mandou uma partida no Estádio do Morumbi. E venceu - 4 a 0 diante do Grêmio Osasco Audax, pela sexta rodada do Campeonato Paulista.
Tudo bem, o São Paulo sequer empatou as duas partidas que fez no Pacaembu como mandante neste ano (contra Capivariano e XV de Piracicaba), mas é quase impossível imaginar como seria uma partida tricolor longe do Cícero Pompeu de Toledo depois de uma noite como a da última quarta-feira. O time foi completamente dominado na Arena Corinthians e precisava se sentir acolhido neste sábado. Há lugar melhor para isto que o próprio estádio?
O Morumbi não recebia um jogo de futebol desde 30 de novembro de 2014, dia em que Kaká se despediu do Brasil durante o empate do São Paulo por 1 a 1 com Figueirense, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Desde então, foram quase três meses de reformas no gramado (tão criticado por Alexandre Pato e até por Rogério Ceni) e apenas um grande evento: show da banda americana Foo Fighters, em 23 de janeiro.
Estava faltando futebol – problema também enfrentado pelo São Paulo contra o Corinthians. Mas, neste sábado, ele enfim voltou ao maior estádio da capital paulista. Tudo bem, o público que compareceu ao Morumbi para acompanhar a partida entre o time tricolor e o Audax estava longe de ser bom (apenas 9.763 pessoas pagaram para ver o jogo), mas o fato de voltar para casa com certeza contribuiu ao fácil triunfo são-paulino – em que se pese a fragilidade do rival, que, por sinal, ainda não triunfou no Campeonato Paulista.
O São Paulo demorou a engrenar na partida. Foram 33 minutos de pura sonolência e apenas dois chutes a gol até que o placar fosse inaugurado. Neste período, contudo, o Morumbi não chiou. Apenas reclamou um pouco do lateral direito Bruno, que vacilou na marcação em alguns momentos. De resto, só apoiou o time – incluindo o técnico Muricy Ramalho, que desagradou na escalação do clássico de quarta-feira, mas ouviu seu nome ser gritado até pela torcida organizada e comprovou que ainda tem crédito com as arquibancadas.
Foi tudo muito tranquilo. Do jeito que o São Paulo precisava. E, ao que parece, só o Morumbi seria capaz de dar isto ao time. Nada como o conforto do próprio lar... Se será assim daqui para frente? Só o tempo e as atuações tricolores dirão. A resposta para este questionamento, porém, será fundamental para o futuro da equipe. Afinal, dos próximos nove jogos são-paulinos no ano, seis serão no Cícero Pompeu de Toledo – incluindo dois cruciais pela Libertadores. Para continuar se reerguendo, mais do que nunca o time terá de se sentir em casa.
